Juro extorsivo do BC é guerra híbrida colorida imperialista contra social-democracia lulista
"A conspiração contra Lula induz seus adversários à organização de guerra híbrida colorida na tentativa de inviabilizá-lo", avalia César Fonseca
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Por César Fonseca
O jogo é político, não é técnico; Lula foi eleito para promover distribuição de renda, ampliar políticas sociais, fomentar mercado interno, fortalecer o consumo, para salvar a economia da crônica insuficiência de demanda, que inviabiliza investimentos, reindustrialização, caso seja mantido neoliberalismo bolsonarista praticado a partir dos juros altos do Banco Central Independente(BCI).
Os neoliberais, chegando ao poder via golpe parlamentar contra Dilma, em 2016, visaram duas medidas principais, para derrotar a social-democracia petista: 1 – teto neoliberal de gastos por vinte anos e 2 – Banco Central Independente, ambos aprovados por um Congresso rendido ao neoliberalismo.
Ao final de 2022, foi necessário, a Bolsonaro, romper o teto de gasto, para tentar ganhar eleição; a sociedade cansou do dele, expresso em desemprego, fome, miséria, paralisia produtiva, inflação especulativa insuflada por juro especulativo do BCI, potencializando dívida pública etc.; sobrou o BCI, que faz as vezes do teto de gastos, para tentar continuar a sangria econômica neoliberal.
INFLAÇÃO DE DEMANDA FURADA
Em nome do combate à chamada inflação de demanda, que, simplesmente, inexiste, diante de salários miseráveis, o BCI, que não quer largar o osso, fracassou, completamente, porque evidenciou-se o óbvio: a inflação, especialmente, sobre alimentos não estava sendo – e, ainda, não está – bombeada pela fome decorrente do arrocho salarial; a sua causa, como os economistas críticos do neoliberalismo destacam está claramente alavancada pelos rentismo.
Os capitalistas, diante da impossibilidade da reprodução do capital na produção de bens e serviços, barrada pela insuficiência de demanda, descolaram-se da produção para a especulação; a reprodução capitalista ampliada no juro que faz inflação crescer na barriga da dívida, levou Lula à vitória eleitoral; Bolsonaro destruiu a economia real, para dar lugar à economia fictícia; por isso, foi derrotado.
Como a massa eleitoral não come juro, mas arroz, feijão e macarrão, sem carne, que seu salário não pode mais comprar, votou contra o bolsonarismo promotor de ficção monetária inflacionária.
DIREITA SE MOBILIZA CONTRA LULA
A ira de Lula contra tal política monetária do BCI reúne, agora, todas as forças reacionárias contra ele, porque mobiliza a população contra o juro extorsivo para lutar contra exploração capitalista jurista sobre os trabalhadores assalariados.
O presidente, portanto, almeja, com o custo mais baixo do dinheiro, maior oferta dos fatores produtivos, cujas consequências seriam queda de preços dos alimentos, no mercado de oferta e demanda, e de preços controlados pelo governo, como energia, gasolina, óleo diesel; valorizaria poder de compra dos trabalhadores para consumirem mercadorias cujas cotações estão escassas, porque o BCI, com seu juro insuportável, mantém economia estagnada.
ESTRATÉGIA IMPERIALISTA COLORIDA DO BC INDEPENDENTE
O imperialismo financeiro neoliberal especulativo se volta, portanto, contra Lula, porque ele vira adversário dos agiotas sanguessugas que se beneficiam da política ditada pelo BC, totalmente, descompromissada com a população.
O BCI tupiniquim, que deveria cumprir dois mandatos essenciais, como todos os BCs, nos países desenvolvidos, quais sejam, manter um olho na inflação e outro na taxa de emprego, agora, não olha nem pra um nem pru outro, como, sobejamente, comprova relatório da instituição.
Há dois anos, adotando política mecanicista, que desvincula trabalho do capital, o BC mantém jurismo especulativo que impede crescimento sustentável do PIB, incapaz de alcançar 2% ao ano, impondo renda per capita que cresce abaixo de 0,8% ao ano.
A conspiração contra Lula induz seus adversários à organização de guerra híbrida colorida na tentativa de inviabilizá-lo, politicamente; afinal, ele desperta consciência política do trabalhador, no ambiente da globalização, quanto à predominância da financeirização especulativa, que destrói social democracia e fortalece fascismo.
Lula está inserido nesse cenário e sujeito a tais ataques, principalmente, depois de vencer os neoliberais, beneficiados pelo Banco Central Independente, que, sobretudo, cuida, com juro extorsivo de agiota, garantir lucro ampliado do capital rentista; este, afinal, não se reproduz mais na economia real em decorrência da destruição do poder de compra dos salários, graças às reformas neoliberais, baixadas nos governos Temer e Bolsonaro.
IMPERIALISMO CERCA LULA COM GUERRA HÍBRIDA
Essa temática está sendo atualmente tratada pelos departamentos de Economia da UFRJ e USP, em recente publicação, intitulada “Imperialismo e Dependência na Economia Política Internacional”; nela, os economistas jogam na lata de lixo a teoria monetária neoliberal que o BCI utiliza para tentar parar o Brasil, em benefício dos especuladores, e priorizam o seu oposto, a Teoria Monetária da Dependência (TMD), ancorada no materialismo histórico marxista.
No capítulo 4 da publicação, denominado “Imperialismo e desdemocratização na América Latina: da onda rosa à onda conservadora”, Thomaz Delgado De David, professor de Relações Internacionais da USP, discorre que estão em marcha guerras híbridas coloridas elaboradas nos países capitalistas cêntricos contra governos sociais-democratas e de esquerda.
A moeda, no cenário da política monetária neoliberal, como a seguida pelo BC Independente, virou arma contra ascensão social das massas; seria ou não essa a trajetória da política monetária neoliberal do BC, que está extraindo renda dos mais pobres para os mais ricos, via juro, artificialmente, alto, a fim de garantir-lhes reprodução ampliada da taxa de lucro, que não conseguem mais realizar na economia real afetada pelo subconsumismo vigente no capitalismo periférico?
Lula, por enquanto resistente à onda conservadora, é, portanto, o alvo a ser abatido; afinal, se ele resiste e amplia movimento de massa resiliente à tentativa imperialista de parar o Brasil, como os golpistas fizeram mediante golpe de 2016, reverte o assalto neoliberal que praticaram para desnacionalizar empresas nacionais como Eletrobrás e Petrobrás, sem as quais não haverá desenvolvimento econômico sustentável, viabilizando retorno do fascismo bolsonarista.
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