Juro baixo empurra classe média para bolha imobiliária
O fôlego desse mercado é sempre curto; todo mundo corre para ele; aí acontece o de sempre: especulação, bolha imobiliária, e os preços, antes, bons, entram em espiral de baixa etc, e a vaca vai pru brejo.

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
De repente o mercado imobiliário começou esquentar.
Por que?
O negócio, como diz Marx, é aprender o capitalismo com o olho do dinheiro, do capital.
A classe média estava botando sua grana nos juros mais altos do mundo, para multiplicar sua poupança.
De uma hora para outra, o juro cai e a poupança da classe média fica sem rendimento.
O dinheiro, que é mais inteligente que o ser humano, foi procurar melhor rentabilidade.
Caminha, nesse momento, para o mercado imobiliário.
Subitamente aumenta compra de imóveis.
Enquanto estiver quente, os preços subindo, vai ser uma jogar a poupança num apartamento.
Porém, o fôlego desse mercado é sempre curto; todo mundo corre para ele; aí acontece o de sempre: especulação, bolha imobiliária, e os preços, antes, bons, entram em espiral de baixa etc, e a vaca vai pru brejo.
Não mais que de repente, passa a ter mais ap para vender do que consumidor para comprar, igual banana no mercado em final de feira; tem que vender, a qualquer preço, senão apodrece.
A bolha imobiliária apodreceu o mercado nos Estados Unidos, em 2008; adveio o crash dos derivativos de dólar, maioria para esquentar dinheiro em imóveis.
Milhões de apartamentos e casas, financiadas pelos bancos, caírem de preços, sem consumidor, e os que compraram, com a crise, perderam emprego e não puderam continuar pagando prestações.
O Leman Brother quebrou, e todos os bancos ficaram na corda bamba; foram salvos pelo BC americano, que trocou dívida velha por dívidas novas para os banqueiros se salvarem; caso contrário…
A bolha imobiliária vai e volta, quando os juros caem.
Fator dívida pública
A queda dos juros, em escala global, é funcional; não podem ser mais positivos, senão implodem dívidas públicas já elevadas.
O BC brasileiro segue o BC americano, para, também, não implodir a dívida pública, que já se aproxima dos 100% do PIB; haveria hiperinflação e revolução popular.
Com inflação em queda por conta da redução neoliberal do consumo e os juros, cadentes, para não implodir dívida pública, a poupança da classe média entrou em estresse, para saber para onde ir.
O aquecimento do mercado imobiliário, nesse instante, portanto, é resultado do juro baixo, caminhando para zero; os poupadores passam a pagar para guardar o dinheiro no banco; isso já acontece nos Estados Unidos, Japão, Europa etc; coloca-se 100 dólares, no início do ano, mas pega só 80 ou 90, no final.
A única vantagem, para o poupador, é que o governo garante o mercado de títulos, mesmo remunerando, agora, a juro baixo; já, no mercado imobiliário, financiado pela banca privada, o normal é a volatilidade; o imóvel fica ao sabor da especulação, sem o colchão de segurança do tesouro.
Quanto pinta superaquecimento do mercado, como aconteceu nos Estados Unidos, matriz do crash, os preços desabam; aí o poupador se descabela e pode crescer onda de suicídios.
O reino encantado da classe média, em multiplicação constante, na taxa de juro elevada, acabou.
Com erosão da poupança e a economia em paralisia cerebral, aprofundando desigualdade social, que bombeia especulação com dólar, a classe média, diante do plano Guedes, chora desamparada.
Destituída de qualquer colchão, pois tudo é jogado ao mercado, a classe média fica diante de duas opções 1 – sentir saudade de Lula ou 2 – seguir fascismo bolsonarista.
Não é à toa que, diante do perigo de instabilidade social, como se generaliza na América do Sul, Bolsonaro e Guedes ameaçam todo mundo com o AI-5, quanto mais as expectativas econômicas desanimam os investidores.
Durante o AI-5, a classe média se sentia segura, mas, também, os trabalhadores, porque a economia, na ditadura, crescia 7% ao ano, milagre brasileiro.
Agora, porém, a insegurança ronda todos: a classe média e sua poupança e os trabalhadores, afetados pela recessão e desemprego.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popularAssine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247