Jungmann muda versão, mas não explica por que balas da PF foram usadas pelos assassinos de Marielle

"Em nota à imprensa, o ministro Raul Jungmann apresentou hoje uma outra versão para justificar por que e como munição da Polícia Federal foi encontrada na cena do crime em que Marielle foi executada", escreve o colunista Alex Solnik; para ele, "desde o início da investigação da morte de Marielle, ficou patente a falta de preparo de Jungmann para lidar com um caso tão delicado"; o ministro da Justiça, destaca o jornalista, "não explicou por que balas da PF foram usadas pelos assassinos de Marielle"

itória (ES) - Ministro da Defesa, Raul Jungmann, chega ao Espírito Santo e se reune com o governador em exercício do estado, César Colnago no 38o Batalhão de Infantaria em Vila Velha. ( Tânia Rêgo/Agência Brasil)
itória (ES) - Ministro da Defesa, Raul Jungmann, chega ao Espírito Santo e se reune com o governador em exercício do estado, César Colnago no 38o Batalhão de Infantaria em Vila Velha. ( Tânia Rêgo/Agência Brasil) (Foto: Alex Solnik)


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Em nota à imprensa, o ministro Raul Jungmann apresentou hoje uma outra versão para justificar por que e como munição da Polícia Federal foi encontrada na cena do crime em que Marielle foi executada.

Ele tinha afirmado que as balas 9mm faziam parte de um lote encomendado pela Polícia Federal à fabricante, mas que nem chegou à PF, pois foi surrupiado na agência central dos Correios da Paraíba que, supõe-se, fica na capital, João Pessoa, em 2006.

Os Correios da Paraíba desmentiram, no dia seguinte, ter havido qualquer roubo de munição e ainda salientaram que é proibido transportar esse tipo de carga por via postal. Seriam dois crimes. Um cometido pelos Correios por transportar munição e outro pelos supostos ladrões da carga.

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Na nova versão de Jungman, não foi bem isso que ele quis dizer e sim que na cena do arrombamento do cofre de uma agência dos Correios de Serra Branca, no interior da Paraíba, a 24 de julho de 2017 foram encontradas balas do mesmo lote das usadas na execução de Marielle.

Não foi roubo, mas arrombamento de um cofre.

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Não foi na capital, mas no interior.

Não foi em 2006 e sim em 2017.

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Não é que as balas foram surrupiadas da agência; foram encontradas na cena do arrombamento.

Desde o início da investigação da morte de Marielle, ficou patente a falta de preparo de Jungmann para lidar com um caso tão delicado.

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Em qualquer país do mundo, estamos cansados de ver na TV, quando acontece um crime dessa dimensão a investigação começa imediatamente. Todas as saídas da cidade são bloqueadas. A polícia especializada entra em ação no minuto seguinte ao evento.

A investigação do assassinato de Marielle começou no dia seguinte à execução. Os criminosos ganharam 24 horas para se esconderem em algum ponto do Rio, do Brasil ou do mundo. Em vez de reunir uma força-tarefa formada por vários segmentos policiais, locais e nacionais, Jungman designou apenas a Polícia Civil para apurar o caso.

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Não por acaso, em quatro dias pouco se avançou na apuração.

Jungmann não explicou por que balas da PF foram usadas pelos assassinos de Marielle.

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