Julgamentos que a história condena
O judiciário brasileiro é um poder submisso às elites e a história está repleta de exemplos neste sentido. A proximidade do julgamento de Lula nos leva a refletir. Tiradentes, por exemplo, foi condenado pelo crime de lesa majestade, definida pela Ordenação Alfonsina como traição contra o rei, comparável à época a ser portador da terrível Lepra
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O judiciário brasileiro é um poder submisso às elites e a história está repleta de exemplos neste sentido. A proximidade do julgamento de Lula nos leva a refletir.
Tiradentes, por exemplo, foi condenado pelo crime de lesa majestade, definida pela Ordenação Alfonsina como traição contra o rei, comparável à época a ser portador da terrível Lepra.
Eram os ideais de Tiradentes que representavam perigo para a segurança da coroa, não ele exatamente porque muitos outros estavam dispostos a correr riscos pelo bem do Brasil.
Foi para impedir que se fortalecessem que D. Maria I decidiu – ao contrário da maioria das sentenças que determinavam o exílio –executar Tiradentes na forca, esquartejá-lo e pendurar sua cabeça num poste em Vila Rica.
Desta forma ela pretendia acabar com a resistência e o ânimo daqueles que ousavam defender o ouro do Brasil para os brasileiros contra a dominação portuguesa.
O mesmo ocorre hoje em relação a Lula. Ele não foi condenado pelos miquinhos amestrados de Tio Sam pelo tríplex porque simplesmente não existem provas de que é proprietário do apartamento.
Ele está sendo condenado porque seus ideais representam uma ameaça, não à coroa portuguesa, mas à coroa do imperialismo.
O crime de Lula é querer um Brasil igual para todos. Um país em que os brasileiros sejam donos do seu petróleo, dos seus rios, de suas grandes empresas. Onde se obedeça a Constituição, onde pobres e ricos tenham direito à educação, saúde e alimento.
Seus algozes ao contrário querem um país subjulgado, não um país livre para a maioria do povo brasileiro.
Outro exemplo de como as elites colocam na cadeia os que defendem a igualdade e a liberdade é Nelson Mandela, condenado à prisão perpétua por incitamento à violência na África do Sul.
Seu crime? defender o fim do apartheid, lei que durante 44 anos impôs privilégios aos brancos em detrimento dos direitos sociais, econômicos e políticos dos negros.
A prova de que estava certo: após 25 anos preso, foi libertado, e quatro anos depois, em 1994, unificou a Nação e foi eleito o primeiro presidente negro do país, realizando as transformações sonhadas, que negros e brancos de seu país tivessem os mesmos direitos.
Indo mais longe, por que Jesus Cristo, o homem que mudou o calendário e a história ocidental foi condenado por Poncio Pilatos à crucificação, a mais terrível pena capital da época?
Obviamente porque Jesus representava perigo à ordem social ao atrair multidões com suas mensagens de igualdade e amor ao próximo.
Porque representava perigo às classes dominantes ao mostrar à humanidade o acesso espiritual a um mundo novo e desconhecido.
Além de ser considerado o Rei dos Judeus, uma afronta inaceitável, Jesus foi um profeta que rompeu com tradições e costumes de sua época e desafiou os poderosos quando chamava os fariseus (poderosa facção político/religiosa da época) de hipócritas e aproveitadores.
Não pretendo comparar Lula a nenhum destes personagens, muito menos a Jesus Cristo. Só estou observando como a história se repete quando se trata da defesa dos interesses das classes dominantes no planeta Terra.
Nosso consolo é que os ideais de Cristo, Tiradentes, Mandela, e tantos outros líderes injustiçados, continuam ai em corações e mentes, mas o nome de seus julgadores, alguém se lembra? Claro que não. Assim como a Moro um dia, só lhes restará a sarjeta da história.
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