Julgamento no hospício parte 2

Agora há pouco a Janaína Pascoal, no término de seu discurso falou, contendo o choro disse ter "causado dor à presidente Dilma" ontem e que tinha feito aquilo para o bem "de seus netos". Ou seja, definiu-se como sádica. E foi muito aplaudida, inclusive por Aécio Neves

Agora há pouco a Janaína Pascoal, no término de seu discurso falou, contendo o choro disse ter "causado dor à presidente Dilma" ontem e que tinha feito aquilo para o bem "de seus netos". Ou seja, definiu-se como sádica. E foi muito aplaudida, inclusive por Aécio Neves
Agora há pouco a Janaína Pascoal, no término de seu discurso falou, contendo o choro disse ter "causado dor à presidente Dilma" ontem e que tinha feito aquilo para o bem "de seus netos". Ou seja, definiu-se como sádica. E foi muito aplaudida, inclusive por Aécio Neves (Foto: Alex Solnik)


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Embora tenha sido um presidente decorativo durante essa fase do impeachment, nos poucos minutos em que usou o microfone Renan Calheiros deu a maior contribuição de todos ao definir aquilo tudo como um julgamento no hospício.

Agora há pouco a Janaína Pascoal, no término de seu discurso falou, contendo o choro disse ter "causado dor à presidente Dilma" ontem e que tinha feito aquilo para o bem "de seus netos". Ou seja, definiu-se como sádica. E foi muito aplaudida, inclusive por Aécio Neves.

Logo que desceu, Aloysio Nunes Ferreira, líder de Temer no Senado, pediu a palavra e fez um protesto, com o dedo em riste, aos berros:

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"A advogada Janaína acabou de ser insultada pelo deputado José Guimarães que a chamou de golpista. Se ele não se comportar peço ao senhor que convoque a polícia legislativa para retirá-lo do recinto."

José Aníbal também queria defender Janaína, mas aí até Lewandowski achou demais.

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Para acalmar os ânimos, o cada vez mais pálido Lewandowski suspendeu a sessão por cinco minutos.

Na volta aos trabalhos, a senadora Vanessa Grazziotin deu o troco no Aloysio, ponderando que 1) golpista não é palavrão e 2) se é palavrão está todo mundo insultando todo mundo pois é como todos os aliados de Dilma, inclusive ela, ontem, estão chamando os aliados de Cunha e de Temer.

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A seguir, confirmando a brilhante definição de Renan, que deverá passar para história, o parceiro de Janaína, Miguel Reale Jr. subiu à tribuna para continuar acusando Dilma. Apesar de ser advogado, começou a berrar como um alucinado, transformando a peça acusatória numa sucessão de ataques desequilibrados em vez de usar argumentos. Sem se aperceber que é um comportamento típico de quem não tem razão.

Não sem motivo, lembrou vagamento os discursos de Hitler e de Mussolini, com os quais deve ter convivido na infância, já que seu pai, Miguel Reale, foi um dos ideólogos do integralismo, a versão tupiniquim do fascismo e do nazismo, durante o Estado Novo e colaborador da ditadura militar de 64, tendo sido convidado pelo general Arthur da Costa e Silva para dar um tapa na "constituição" de 1967.

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Não sou psicólogo, mas tudo indica que a palavra "golpista" provoca profundas alterações mentais em direitistas mais sensíveis, como Aloysio, embora seu líder, Michel Temer, não se importe em ser chamado assim.

Isso me lembra uma história da época em que fiquei encarcerado no DOI-Codi de São Paulo, em 1973. Um companheiro de cela, eu testemunhei, queixou-se, um dia, ao carcereiro por sempre ser conduzido ao interrogatório de madrugada, atrapalhando o seu sono.

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Claro que o imbecil passou a ser acordado todas as noites, daí por diante.

Mas se Aloysio fica tão histérico até mesmo quando seus aliados são chamados de "golpistas", há uma solução. Talvez ele se importe menos em ser chamado de "corrupto".

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Devo lembrar que o significado da palavra "corrupção" transcende o de roubar dinheiro público, pois seus sinônimos são adulteração, desvirtuação, modificação, deturpação. Alteração, putrefação, deterioração, degradação, apodrecimento, degeneração, desmoralização, perversão, imoralidade, devassidão, depravação e indecência.

Tudo o que ele e seus aliados fizeram com a constituição de 1988 ao compactuar com a farsa do impeachment.

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