Jornalismozinho paz e amor
O colunista Gustavo Conde afirma que o jornalismo tradicional entrou em sua fase 'paz e amor'. Ele diz: "o jornalismo brasileiro é pior que Bolsonaro (...) Como dar crédito a um governo mentiroso compulsivo, que ataca todos os veículos que o criticam, que faz apologia do ódio, das armas, do golpe, do fechamento de Congresso?"
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O ministério da Saúde anunciou a parceria com a Universidade de Oxford para a produção de 100 milhões de vacinas contra a covid-19. Trata-se de uma “promessa de campanha”. A imprensa brasileira tratou como uma “verdade” e estampou em suas primeiras páginas com comovente indulgência.
O jornalismo brasileiro é pior que Bolsonaro. Como é que um veículo de imprensa tem a coragem de acreditar em um anúncio desses? Como dar crédito a um governo mentiroso compulsivo, que ataca todos os veículos que o criticam, que faz apologia do ódio, das armas, do golpe, do fechamento de Congresso?
A manchete do jornal Folha de S. Paulo beira o escárnio: “governo anuncia parceria com Oxford para desenvolver 100 milhões de vacinas”. O texto da matéria, assinado pelo jornalista Thiago Resende, é tão propagandista como o título. QUem está pagando por isso?
Trata-se de pura publicidade, pura "conciliação", pura "nova fase de domesticação da besta".
Detalhe: a notícia está estampada nos três grandes jornais, Folha, Globo e Estadão, com destaque glorioso, positivado e redentor.
Como levar a sério o nosso jornalismo?
Uma promessa de parceria divulgada por um ministério sem ministro, por um governo atolado até o pescoço por denúncias de corrupção, negligência e omissão, ser estampada nas mídias como uma verdade? Como uma notícia?
É muito atrevimento.
Entramos na fase "jornalismozinho paz e amor".
É de retorcer os neurônios que nos restam.
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