Jornalismo e jornalista sob ataque
A Federação Nacional dos Jornalistas registrou 116 ataques à imprensa de Bolsonaro contra a imprensa. Na média, o presidente da República proferiu uma ofensa a cada três dias contra veículos e jornalistas, tudo isso merece severa censura e os ofendidos precisam ser desagravados.
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O Presidente Jair Bolsonaro segue na sanha insana de desqualificar o jornalismo e ofender jornalistas.
A Federação Nacional dos Jornalistas registrou 116 ataques à imprensa de Bolsonaro contra a imprensa. Na média, o presidente da República proferiu uma ofensa a cada três dias contra veículos e jornalistas, tudo isso merece severa censura e os ofendidos precisam ser desagravados.
Mas os ataques à liberdade de imprensa não começaram agora. Em junho de 2016 escrevi e o 247 publicou artigo sob o titulo “Chegou a censura”, no qual comento decisões proferidas respectivamente em 30 de março e 05 de maio daquele ano pelos Juízes do 8º e o 12º Juizados Especiais Cíveis de Curitiba - atendendo pedido dos delegados federais Erika Mialik Marena e Mauricio Moscardi Grillo, do Departamento de Polícia Federal no Paraná. As decisões determinaram a suspensão de dez reportagens publicadas no blog do jornalista Marcelo Auler, reportagens cujo conteúdo seria ofensivo aos autores da ação. Afirmei à época que tais decisões caracterizam censura. Mas o abuso não parou por ai, pois a juíza do 8º Juizado Especial, Vanessa Bassani, foi além e proibiu o jornalista de “divulgar novas matérias em seu blog com o conteúdo capaz de ser interpretado como ofensivo ao reclamante”, verdadeira censura prévia. As determinações judiciais incorreram em cerceamento nítido da liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal. De maneira clara e acintosa o blog do jornalista foi vitima de censura, inclusive na odiosa modalidade de censura prévia, quando juízes proíbem a publicação de novas matérias, vulnerando a liberdade de imprensa. O objetivo dos delegados de Curitiba, amigos de Moro, era constranger os jornalistas que denunciavam os excessos verificados na Operação Lava Jato. Outro delegado, o Doutor Igor Romário de Paula, também ingressou com uma ação contra o jornalista Luís Nassif, editor do Jornal GGN. O constrangimento ao jornalismo e aos jornalistas segue e ainda mais sofisticado. Tais ataques não são tolice de um governo de mentecápitos. Me alinho a opinião de Jânio de Freitas, ele afirma que Bolsonaro procura impor a subserviência ou o silêncio do jornalismo, esse silêncio seria parte essencial do plano de Bolsonaro, e dos seus aliados fortes, “para moldar o país à ignorância cascuda e antidemocrática que nos é mostrada por Damares, Weintraub, Ricardo Salles".
Mirian Leitão escreveu sobre o histórico do presidente primata de agressões covardes aos jornalistas, agressões que vitimam diariamente a honra de repórteres que, por dever de oficio, colocam-se à porta do Palácio da Alvorada. Esses profissionais sofrem assédio moral; assistimos, diariamente, o presidente cercado por seguranças e incautos intoxicados, disparando ofensas machistas, homofônicas, mentiras e desprezo por valores democráticos e ninguém fala nada...
O primata que ocupa o Planalto, sem querer ofender os primatas, sabe que uma das formas mais eficazes de controle do autoritarismo é feita mediante a crítica aos governantes, o que somente é possível pela ampla proteção à liberdade de expressão e de imprensa. Essa liberdade é fundamental, a ponto de tornar-se indissociável dos governos democráticos.
A democracia depende, em particular, a imprensa, que exerce o papel de guardiã da sociedade.
O ataque diário de Bolsonaro à imprensa é a normalização da barbárie. Ele ataca a credibilidade dos veículos e dos jornalistas para corroer a liberdade.
Bolsonaro e seus fiéis aboleimados são lixo não reciclável e toxico, são ignorantes, mentirosos que ofendem sem qualquer constrangimento, assediam jornalistas que desenvolvem validamente seu nobre oficio.
Aliás, o jornalismo é atividade fundamental para a democracia e para o processo civilizatória, quem a ofende e desqualifica atenta contra ambas; atenta contra a história do jornalismo que remonta ao século 69 a.C. O jornalismo, que fundamenta a democracia e contribui para o processo civilizatório, tem como elementos essenciais a liberdade, a credibilidade e a objetividade, necessários ao pleno desempenho da atividade. Bolsonaro ataca implacavelmente a credibilidade da imprensa, com o objetivo de cercear a liberdade do jornalista e, autoritário, controlar a mídia.
Diz-se que o jornalista é um mediador entre a sociedade e os acontecimentos interessantes e relevantes para o conhecimento do público, eu gosto de pensar o jornalista como um Historiador, que coleta e generosamente compartilha informações e impressões tão necessárias a conferir à nossa curta existência desejável eternidade.
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