Jornalismo distópico
Bolsonaro divulga um país imaginário e defende uma realidade distópica, beirando a insanidade com evidente traço autoritário antidemocrático
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Os repetidos ataques à jornalista Patrícia Campos Mello são crimes contra toda a imprensa e a liberdade de expressão de todos nós. A conivência do poder público em não dar voz de prisão imediata ao criminoso é o sinal dos tempos em que vivemos. Porém, em função de todos esses atos de barbárie, resta a pergunta: até quando a Folha de S. Paulo – veículo em que trabalha a jornalista – continuará a fazer o papel de bate-e-assopra, dizendo que defende a pauta econômica antissocial?
É importante fazer comparações. O sucesso do The New York Times (que atingiu 5 milhões de assinantes pagos) continua a ser um bom exemplo, ainda não seguido pela imprensa brasileira. É fruto da decisão acertada de investir no jornalismo de qualidade, na assinatura digital e no forte posicionamento político. Sim, o jornal não se omite e não vende a falácia de ser apartidário ou outros quejandos. Além do recente artigo da cineasta Petra Costa lá publicado pouco antes da cerimônia do Oscar, o Times também vê o perigo do Brasil ter um missionário na Funai, uma pastora evangélica pregando abstinência sexual, cruzando os limites entre Igreja e Estado, e a perseguição a Glenn Greenwald. Temas que aqui ainda são tabu ou divulgados por uma imprensa acovardada.
Assim, estamos muito longe da “Utopia” imaginada por Thomas More, há pouco mais de 500 anos. Bolsonaro divulga um país imaginário e defende uma realidade distópica, beirando a insanidade com evidente traço autoritário antidemocrático. Na dúvida entre internar ou prender, seguimos anestesiados diante do desmonte da coisa pública em todos os setores sensíveis, de meio-ambiente ao sistema de ciência e tecnologia, da educação à defesa dos direitos humanos, e da proteção social ao desenvolvimento econômico. Longe da clonagem higienista de Aldous Huxley em “Admirável mundo novo”, estamos mais para a queima de livros em “Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury.
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