João "Peroncho"?

Colunismo político argentino se agita com a suposta integração de João Santana ao comando de campanha de Daniel Scioli, candidato do peronismo e, portanto, do campo nacional, popular e democrático na Argentina

Colunismo político argentino se agita com a suposta integração de João Santana ao comando de campanha de Daniel Scioli, candidato do peronismo e, portanto, do campo nacional, popular e democrático na Argentina
Colunismo político argentino se agita com a suposta integração de João Santana ao comando de campanha de Daniel Scioli, candidato do peronismo e, portanto, do campo nacional, popular e democrático na Argentina (Foto: Leopoldo Vieira)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Desde o Dia de Finados que o colunismo político argentino se agita com a suposta integração de João Santana ao comando de campanha de Daniel Scioli, candidato do peronismo e, portanto, do campo nacional, popular e democrático na Argentina. Scioli disputa o segundo turno inédito om vantagem apertada, o que revela que a sua candidatura terá que deixar claro para o povo quais as propostas para superar dilemas como a inflação, o câmbio e as tentativas de cerco internacional, como a sofrida em torno da dívida com os Fundos Abutres; assim como as distinções explícitas de projetos entre o ex-governador da província de Buenos Aires e o opositor Mauricio Macri, a versão portenha de Aécio Neves e Henrique Capriles.

Nada mais correto, então, do que convocar João Santana. Aliás, os jornais de lá revelam este duplo emergir de instintos primitivos contra um dos publicitários mais vencedores do mundo. De um lado, chamam-no de "o estrategista de campanhas sujas" ou de "o estratega do populismo latino-americano". De outro, não deixam de citar seu portfólio: Lula e Dilma, Chavez e Maduro, Santos, Funes e Medina. Sempre assessorando decisivamente campanhas disputadíssimas, nas quais estava em jogo quase sempre a soberania nacional, a independência econômica, a justiça social e integrações regionais.

A "ballotage" argentina seria apenas o coroamento do "marketeiro" (como ele mesmo gosta de ser chamado) que põe sua competência - não de graça, posto que não é relógio - a serviço de grandes projetos do nosso tempo. Natural a reação de pavor da oposição argentina e o início - esta sim - de uma campanha suja de difamação contra ele, chegando a colocar sua hipotética contratação como um elemento central da disputa política presidencial.

continua após o anúncio

O que o neoliberalismo chama de "populismo" hoje é o que seus avós chamavam os projetos de Vargas, no Brasil, ou de Perón, na Argentina: a expansão de direitos, políticas e serviços públicos, iniciativas de industrialização, combinação de crescimento econômico com distribuição de renda, expansão do bem-estar e da democracia social. De certo, então, João Santana é um dos grandes estrategas da América, quiçá rivalizando apenas com David Axelrod, o estrategista-chefe de Barack Obama desde 2008.

Agora, acusá-lo de "campanhas sujas" é um absurdo. Aliás, quem primeiro fez isso, o cineasta marineiro Fernando Meirelles, na semana que passou teve que se retratar diante da Justiça por tê-lo acusado de ser um "Joseph Goebbels" por causa dos programas de TV da reeleição de Dilma.

continua após o anúncio

Se rebaixamento de nota de grau de investimento por agência internacional de risco, que todos sabem que são, na essência, cartas marcadas a serviço do sistema financeiro, já provoca uma paralisia econômica, imagina a autonomia formal do Banco Central? Se a necessidade de um ajuste nas contas públicas já assanha a oposição e até os trânsfugas da situação a querer cortar 35% dos recursos do Bolsa-Família, imagina se não teríamos retrocessos aos tempos de FHC se o PSDB ou o programa empunhado por Marina Silva vencessem as eleições de 2014?

Sujeira é chamar isso de "campanha suja". O fato é os argentinos peronistas tem um enorme "know how" em organização popular de base, mas é notório que lhes falta um "savoir faire" que o Brasil dispõe tão qual em matéria de música a intercambiar: o marketing político. E só perdendo, em nosso continente, para os Estados Unidos, muito embora já estejamos chegando por lá assim como Jobim ao Carnegie Hall e à voz de Ella Fitzgerald .

continua após o anúncio

Se é verdade que João Santana foi contratado, saberemos só no dia 22, caso, abertas as urnas, a multidão entoe diante de uma Casa Rosada em festa, "Vengo bancando este proyecto / Proyecto, nacional y popular / Te juro que en los malos momentos / Los pibes siempre vamos a estar".

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247