João Doria adota tese de Che Guevara da direita

A julgar pela quantidade de camisetas com a efígie de um economista judeu, de família nobre e origem austríaca chamado Ludwig Von Mises, crítico feroz do socialismo oferecidas na loja virtual do Instituto MisesBrasil, até parece que a direita quer transformá-lo em seu Che Guevara. Há modelos masculinos e femininos, t-shirts, tudo a preços módicos, 20 reais a peça

A julgar pela quantidade de camisetas com a efígie de um economista judeu, de família nobre e origem austríaca chamado Ludwig Von Mises, crítico feroz do socialismo oferecidas na loja virtual do Instituto MisesBrasil, até parece que a direita quer transformá-lo em seu Che Guevara. Há modelos masculinos e femininos, t-shirts, tudo a preços módicos, 20 reais a peça
A julgar pela quantidade de camisetas com a efígie de um economista judeu, de família nobre e origem austríaca chamado Ludwig Von Mises, crítico feroz do socialismo oferecidas na loja virtual do Instituto MisesBrasil, até parece que a direita quer transformá-lo em seu Che Guevara. Há modelos masculinos e femininos, t-shirts, tudo a preços módicos, 20 reais a peça (Foto: Alex Solnik)


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A vitória da direita no golpe que derrubou a presidente Dilma e nas eleições deste ano, pela primeira vez desde 1985, cujo maior expoente foi João Doria, não foi construída da noite para o dia, vem sendo preparada desde 2005, quando um certo Instituto Millenium, fundado por Roberto Civita, João Roberto Marinho, Pedro Bial, Arminio Fraga, Jorge Gerdau Johanpetter começou a martelar a ideia de que a direita é que é legal e a esquerda é podre nos principais meios de comunicação, seja das capitais, seja das menores cidades dos grotões.

Ele conta em seus quadros com mais de 450 articulistas. Nenhuma redação de jornal ou revista do Brasil tem isso. Falar mal de Lula e do PT e exaltar as maravilhas do neoliberalismo tem sido a prática deles desde então, nos principais jornais, revistas e emissoras de TV.

Foram onze anos de proselitismo até convencer a população de que não há problema algum em derrubar governos de esquerda eleitos, por serem intrinsecamente maus.

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Daí aos panelaços e desfiles dominicais na Paulista foi um passo.

Em torno do Millenium gravitam, hoje, dezenas de blogs avulsos e mais dez institutos, tais como Movimento Endireita Brasil, Mises Brasil, Instituto Ling, Instituto Liberal, Instituto Liberdade, Instituto de Estudos Empresariais...

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O curioso é que, embora sejam de direita, utilizam as armas da esquerda: organizam-se como Oscip, que é uma criação do governo Lula e não querem se impor pela força, e sim “conscientizar as massas” que sempre foi uma prática da esquerda.

Além disso, como se não bastasse, vendem camisetas e chaveiros, como o PT sempre fez.

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A julgar pela quantidade de camisetas com a efígie de um economista judeu, de família nobre e origem austríaca chamado Ludwig Von Mises, crítico feroz do socialismo oferecidas na loja virtual do Instituto MisesBrasil até parece que a direita quer transformá-lo em seu Che Guevara. Há modelos masculinos e femininos, t-shirts, tudo a preços módicos, 20 reais a peça.

O rosto de Von Mises, de frente e de perfil, também é parte integrante do brasão do instituto que está reproduzido em vários produtos populares, tais como moletons, adesivos, shapes de skate, bonés e chaveiros. Todos à venda no site.

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Seu rosto aparece associado a frases como “inimigo do estado”, “privatização total” e “imposto é roubo”. O lema do instituto é “Propriedade, Liberdade e Paz”.

Qualquer semelhança com a Tradição, Família e Propriedade não é mera coincidência.

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O presidente do MisesBrasil Helio Beltrão Filho é o jovem sócio-herdeiro do Grupo Ultra, empresa que conspirou contra o governo João Goulart em 64 e financiou centros de tortura durante a ditadura militar através de seu presidente Henri Boilenssen, assassinado pela extrema-esquerda.

A coincidência entre algumas ideias de João Doria – como vender o Parque do Ibirapuera, o Autódromo de Interlagos, o Estádio do Pacaembu e o Centro de Convenções do Anhembi – com a tese da “privatização total” de DeMises pode ser explicada pela proximidade do governador Geraldo Alckmin, seu padrinho, com o jovem presidente do Movimento Endireita Brasil, Ricardo Salles, que foi seu secretário particular entre 2013 e 2014 e é secretário estadual do Meio Ambiente desde 2016.

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Não sei se os lemas “inimigo do estado” e “imposto é roubo” também serão adotados mais adiante.

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