JC, JHC e ‘Os bens que os políticos fazem’

O título  acima é do livro do jornalista Chico de Gois. Conta histórias de parlamentares que "melhoraram bastante de vida durante o exercício do mandato". Entre os 10 personagens investigados, três alagoanos são citados. Pai, mãe e filho: João Caldas, Eudócia Caldas e João Henrique Caldas

O título  acima é do livro do jornalista Chico de Gois. Conta histórias de parlamentares que "melhoraram bastante de vida durante o exercício do mandato". Entre os 10 personagens investigados, três alagoanos são citados. Pai, mãe e filho: João Caldas, Eudócia Caldas e João Henrique Caldas
O título  acima é do livro do jornalista Chico de Gois. Conta histórias de parlamentares que "melhoraram bastante de vida durante o exercício do mandato". Entre os 10 personagens investigados, três alagoanos são citados. Pai, mãe e filho: João Caldas, Eudócia Caldas e João Henrique Caldas (Foto: Voney Malta)


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O título em destaque acima é do livro do jornalista Chico de Gois, do O Globo. Conta histórias de parlamentares que "melhoraram bastante de vida durante o exercício do mandato". Entre os 10 personagens investigados, três alagoanos são citados. Pai, mãe e filho: João Caldas, Eudócia Caldas e João Henrique Caldas.

JC é mostrado como um sujeito que está sempre sorrindo e nada aparenta lhe tirar do sério. Nem o fato de ter sido condenado a devolver R$ 390 mil aos cofres públicos, em 2011, pela justiça federal, e de ter os direitos políticos cassados por 10 anos.

Toda a trajetória política de João Caldas é apresentada, assim como o seu patrimônio a partir de dados do Imposto de Renda. Em 2000, no exercício do primeiro mandato de deputado federal, ele tinha um patrimônio de R$ 177,9 e em 2002 de apenas 62,1 mil. No anterior, 2001, os bens diminuíram de valor e ele tinha, ainda, uma dívida bancária de R$ 37,6 mil.

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JC também é citado na operação da Polícia Federal, em 2006 - ano em que não conseguiu se reeleger - que desbaratou uma quadrilha formada por empresários, parlamentares, prefeitos e servidores públicos. O esquema funcionava através de emendas parlamentares para compras de ambulâncias e equipamentos de saúde.

Os prefeitos simulavam uma concorrência que era sempre vencida pelos mesmos empresários, Darci e Luiz Antônio Vedoin. Em troca propinas eram dadas aos senadores e deputados. Uma CPI foi criada e 72 nomes, de acordo com o relatório final, tiveram os nomes revelados e com pedido de cassação, o que não ocorreu. Mas lá estava o do deputado alagoano.

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O livro ainda revela que João Henrique Caldas surge na política significando a decisão do pai de dar um novo rumo para a vida política da família. Eleito deputado estadual em 2010, aos 23 anos, era cinco vezes mais rico do que os seus genitores, com um patrimônio de R$ 1,5 milhão.

Dona Eudócia, por exemplo, médica que foi prefeita de Ibateguara duas vezes, 2004 e 2008, era proprietária de uma sala comercial, em Maceió, que valia R$ 100 mil. Chico de Gois também trata com profundidade passagens de JCH como sócio de uma empresa de comunicação que detinha concessão de rádios no interior, o afastamento do cargo de deputado por decisão judicial, além das contradições quando fez denúncias contra a Assembleia Legislativa.

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Nesse episódio específico, JHC surge como da bancada de apoio ao governador Teotonio Vilela. Porém, o seu pai, que estava sem mandato, utilizou o filho para forçar o governador a nomear Eudócia secretária de Saúde. Não conseguiu e optou por ficar na oposição. Como sabemos, a Assembleia era comandada por Fernando Toledo (PSDB), aliadíssimo de Vilela, tanto que, depois, foi premiado com o cargo vitalício de conselheiro do TCE/AL.

Pois bem, em 25 de junho de 2013 o jovem parlamentar convocou a imprensa para denunciar desvios milionários na folha da Assembleia através do enxerto de funcionários fantasmas. Uma guerra internada se instalou no Poder e outras irregularidades, dos bastidores, acabaram vazando.

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Toledo e JHC discutiram internamente e o troco foi dado. O tucano afirmou que os pais de JHC estavam na folha, ganhavam em trono de R$ 9 mil e não trabalhavam. Claro que o deputado negou de forma contundente ao blog Sonar Alagoas, do jornalista Davi Soares, que acompanhou tudinho.

Em seguida, Fernando Toledo botou ainda mais lenha na fogueira ao dizer que os dois servidores efetivos da Casa estavam lotados no "gabinete de JHC e estão morando em Brasília. Inclusive com cargo de médica, a mãe dele. Como é que pode ser isso? E ele pregando os rios de moralidade. Então vai trabalhar. Se não vier, falta e falta. Se não comparecerem nem justificarem, serão demitidos. É só porque moralidade a gente cobra com moralidade".

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Bom, Eudócia Caldas era capitã-médica da PM de Alagoas. Em 2005, no cargo de prefeita de Ibateguara, passou no concurso da secretaria de Saúde do Distrito Federal. E como toda essa confusão ganhou repercussão nacional, a Secretaria de Pessoal do DF detectou que a funcionária estava acumulando, ilegalmente, os dois cargos e tinha que optar. A mão de JHC preferiu ir para a reserva remunerada da Polícia Militar alagoana.

EM TEMPO – 1 - Tomei conhecimento da existência do livro através de um amigo mineiro que mora na Paraíba. É que quando alagoanos são citados nesses rolos sempre tem alguém de fora para nos provocar.

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2 – Sugiro a leitura e que você tire as suas próprias conclusões. Especialmente nesses tempos estranhos da política.

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