JB x Globo: faltava concorrência para mostrar causa real do déficit público
Em grande estilo, o JB começou a crítica aos verdadeiros algozes do povo brasileiro, nesse momento histórico, os banqueiros, a bancocracia, que governa o país, com o poder do dinheiro, financiando mídia e poderes republicanos, para dar o golpe parlamentar-jurídico-midiático de 2016
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DEMOCRATIZAÇÃO DA M[IDIA É NECESSÁRIA.
Em grande estilo, o JB começou a crítica aos verdadeiros algozes do povo brasileiro, nesse momento histórico, os banqueiros, a bancocracia, que governa o país, com o poder do dinheiro, financiando mídia e poderes republicanos, para dar o golpe parlamentar-jurídico-midiático de 2016. Dessa forma, impuseram governo ilegítimo para implementar política econômica neoliberal glacial por vinte anos. Visam, claro, fragilizar as forças produtivas para sucatear seus principais sustentáculos estruturantes, como Eletrobras, Petrobras. O Globo, golpista, estava, sozinho, fazendo o jogo dos algozes. Com concorrente na praça, terá que dar satisfação ao leitor. Não estava obrigado a isso, enquanto poder oligopolizado neoliberalizante, arrogante. É pra isso que serve a concorrência: democratizar a informação. O cliente dá a última palavra.
Concorrência em ação
Miriam Leitão, no Globo, na quarta, saiu de pau nos banqueiros, em artigo intitulado “Quando os bancos atrapalham retomada da economia”. Correu atrás de Gilberto Menezes Cortes, no JB, no seu retorno às bancas. Com a manchete “Negócios em família” relatou escândalo do oligopólio bancário existente no Brasil, formado por, apenas, 4 poderosas famílias. Elas fazem o que querem com os juros, principal preço da economia, pois tem seu homem no BC, funcionário do Itaú, dando as cartas.
No JB, Gilberto destaca que, no ano passado, o lucro médio dos bancos cresceu 10%, enquanto o PIB ficou na casa do 1%. Esse percentual chegou a mais de 20%, quando a selic estava em 14,5%, com o PIB registrando entre 2,5% e 3%. Miriam, que tem sido condescendente com a bancocracia tupiniquim, saiu atrás do prejuízo. Mostra-se, agora, revoltada com o aumento de 9,7% das tarifas bancárias de serviços, em cima dos R$ 23,2 bilhões que faturaram com elas, em 2017. Revolta justa: 9,7% contra crescimento da inflação de 2,95%. Roubo.
Antes, o Globo, sem concorrente, passava a mão na cabeça dos banqueiros. Nunca se viu um editorial dos Marinho contra o que está aí, nesse início de ano: aumento de 218% para 233,8% no cartão de crédito para quem pagou primeira prestação, em dezembro de 2017. Em dezembro de 2016, a taxa estava em 465,6% ao ano. Na América do Sul, segundo a Cepal, a segunda maior taxa de juro no cartão de crédito é na Argentina: 40%. Os ladrões estão soltos e os editoriais da grande mídia, em silêncio. Com a chegada do JB ao mercado das notícias, ocorre mudança qualitativa no noticiário. Sai ganhando o leitor.
O fato é que chegou a hora de responsabilizar o sistema financeiro especulativo como o grande ladrão do povo brasileiro, maior fonte do déficit público, decorrente da agiotagem em cima da dívida pública. Cerca de 40% do total do Orçamento Geral da União(OGU), de R$ 2,5 trilhões, realizado, no ano passado, são abocanhados pela banca. Dinheiro esterilizado que jamais volta ao setor produtivo, salvo pequena parte, a juros absurdos, antieconômicos. Enquanto isso, a grande mídia, Globo à frente, tem dito que o vilão do déficit é a Previdência Social(25,6% do OGU).
CPI da Previdência, no Senado, mostrou o contrário, que ela é superavitária, se levada em consideração os fatos reais(sempre descartáveis, de acordo com os interesses do mercado financeiro). A verdade é outra. O Sistema de Seguridade Social, formado pelo tripe Previdência, Assistência e Saúde, é superavitário. Bancado, conforme determina Constituição, por receitas do INSS(capital e trabalho), CSLL, Pis-Cofins, Pasep, Concursos de Prognósticos etc, cobre, amplamente, despesas com aposentadorias e pensões dos brasileiros.
A mídia leva em consideração, apenas, a receita da Previdência(contribuição de empregados e patrões), que, com economia em recessão, desemprego etc, submetida ao congelamento neoliberal de gastos público, é deficitária, claro. Com economia crescendo e ampliando arrecadação com as contribuições fixadas constitucionalmente, o déficit desaparece, mesmo tendo o sistema de seguridade de abrir mão de 30% de suas receitas, com a DRU, Desvinculação de Receitas da União, para pagar juros e amortizações da dívida. Considerado o conjunto de receitas e despesas, o resultado tem sido, há anos, superavitário, na casa de R$ 50 bilhões/ano, em média.
Propositadamente, para atender o objetivo maior do mercado, que é privatizar a Previdência, alardeia-se que ela está quebrada, enquanto escondem o fato concreto: o grande buraco financeiro são os juros extorsivos cobrados pelo mercado financeiro, geradores dos lucros absurdos registrados na manchete do JB e no artigo de Miriam, antes, desatenta, por conveniência, ao assunto.
Deficit verdadeiro
ORÇAMENTO FEDERAL EXECUTADO (PAGO) EM 2017 = R$2,483 TRILHÕES (O VALOR PREVISTO APROVADO HAVIA SIDO DE R$3,415 TRILHÕES). DADOS DO SIAFI ORGANIZADOS PELA AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA.
A banca, com o fracasso da reforma da Previdência, no Congresso, quer, agora, realizar manobras malandras, para continuar ganhando sem trabalhar. Conta com ajuda da “Banca Central”, que está sob seu controle. No pacote econômico alternativo à reforma previdenciária, que o ministro banqueiro Meirelles enviou ao Congresso, contam três propostas que visam privilegiar os bancos, para manter a mamata de faturar lucros absurdos, mantendo os juros altos em prejuízo das atividades produtivas. Fabrica-se escassez de liquidez e recessão controlada. Assim, os lucros continuam em alta com a estratégia jurista especulativa.
Senão vejamos
Depósitos voluntários na Banca Central
Grande armadilha, como denuncia Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora do movimento nacional pela auditoria da dívida. Hoje, a rede bancária, estimulada pela BANCA CENTRAL, presidida por Ilan Goldfanj, homem do Itaú, recolhe as sobras diárias de caixa dos bancos privados que não são emprestadas, calculadas em R$ 1,7 trilhão. Esse dinheirão, denominado CONTAS ADMINISTRADAS, é religiosamente remunerado pela taxa Selic. Dá uma despesa anual ao tesouro de R$ 200 bilhões. Enche o bolso dos especuladores e esvazia o do povo. Se fosse para a circulação capitalista, o preço desse dinheiro cairia, obrigatoriamente, elevando oferta em relação à demanda. Ou seja, a BANCA CENTRAL, dominada pelos bancos privados, não deixa o dinheiro circular, para ficar mais barato e estimular produção, consumo, arrecadação e investimentos. Faz isso, em nome do combate à inflação, segundo a velha tese neoliberal falida de que a inflação é fenômeno monetário. Mentira. Produz, isso, sim, déficit público e dívidas. Os governos dos países capitalistas desenvolvidos, Europa, Estados Unidos, Japão, China, ampliaram a oferta monetária, depois do crash de 2008, e o resultado foi o contrário: mais dinheiro em circulação reduziu os juros a zero ou negativo e a inflação se manteve baixa. Com isso, caíram os custos das dívidas públicas e privadas e a economia mundial, no momento, está, segundo o FMI, registrando crescimento médio anual de 3,5%. No Brasil, a BANCA CENTRAL fez o oposto. Em vez de expandir a oferta de dinheiro, recolheu ele, drasticamente. Aparentemente, para combater inflação. Na prática, é para manter os juros altos e elevadíssimos os lucros dos bancos, enquanto a economia real dança. Agora, que a coisa está escandalosa, porque revela que essas tais CONTAS ADMINISTRADAS é puro roubo, o que faz o governo, depois da derrota da reforma da Previdência? Muda o nome de CONTAS ADMINISTRADAS para DEPÓSITOS VOLUNTÁRIOS NA BANCA CENTRAL. Não seria a BANCA CENTRAL que recolheria as sobras de caixa, as CONTAS ADMINISTRADAS. Ao contrário, os bancos, de livre e espontânea vontade, pegariam elas e depositariam/emprestariam, recebendo, claro, juros. Manjaram a manobra? Querem que o Congresso apoie esse escândalo. O fato é que essa política monetária da BANCA CENTRAL representa a maior fonte de déficit público. Se os R$ 200 bilhões, que custam essas CONTAS ADMINISTRADAS, fossem para o mercado fomentar negócios e investimentos, não haveria, lógico, crise na previdência e nem em lugar algum. A circulação de dinheiro geraria emprego, renda, produção, arrecadação e investimento. Auditoria urgente, na dívida pública, desmascararia essa roubalheira do mercado financeiro, usando o BC para fazer política monetária para eles, com o silencio da mídia oligopolizada golpista.
Autonomia da Banca Central
Claro que se trata de decisão para favorecer maior ingerência do mercado financeiro especulativo na BANCA CENTRAL, para conduzir a política monetária em defesa dos interesses dos bancos privados. Estes querem repetir, aqui, no Brasil, o que ocorre com os bancos centrais da Europa e dos Estados Unidos, dirigidos pelos banqueiros privados. Só que por lá, o BC segue dois mandatos essenciais: controlar a inflação e fomentar o emprego. Por isso, jogaram os juros a zero ou negativo, de modo a evitar que o desemprego supere a casa dos 5% da população economicamente ativa. Aqui, na terra de Meirelles e Temer, a BANCA CENTRAL inverte o jogo, porque sua missão não é girar a economia, cuidando, simultaneamente, da inflação e do emprego, mas só da especulação inflacionária, jogando os juros nas nuvens. Assim, a autonomia da BANCA CENTRAL visaria, apenas, reforçar política de escassez de crédito, para manter juros altos, maior fonte de lucro dos bancos. A banca teria passe livre para continuar o jogo especulativo das denominadas e controvertidas CONTAS ADMINISTRADAS remuneradas especulativamente pela Selic, com outro nome: DEPOSITOS VOLUNTÁRIOS NA BANCA CENTRAL. Dinheiro parado que gera déficit público, porque dá uma despesa financeira de R$ 200 bilhões ao tesouro. Desvia-se o foco do déficit produzido pela BANCA CENTRAL, para a Previdência, que, como demonstrou CPI no Senado, é superavitária. Por isso, tem que manter congeladas as despesas com os setores sociais, para sobrar mais dinheiro a ser repassados aos bancos. Crime de lesa pátria.
A chegada do JB no mercado de notícia tem prato cheio para ampliar investigação que começou, na segunda feira, com a manchete “Negócios em família”.
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