Janot precisa passar do boato ao fato sobre Cunha

Para Tereza Cruvinel, colunista do 247, "nem as características políticas e pessoais, nem os eventuais delitos que tenha cometido Eduardo Cunha justificam a conduta do procurador-geral Rodrigo Janot: desde ontem é dada como certa sua denúncia contra o presidente da Câmara, que até agora não virou fato, para delícia dos adoradores da crise e prejuízo do funcionamento da instituição parlamentar. A Câmara segue com a respiração curta"; na avaliação da jornalista, "Janot deu asas ao boato"; "Cunha até agora sabe apenas pela imprensa que será denunciado. Na Câmara, mesmo quem não gosta de Cunha não está gostando do que vem fazendo a PGR neste caso. Está faltando sobriedade e objetividade"

Para Tereza Cruvinel, colunista do 247, "nem as características políticas e pessoais, nem os eventuais delitos que tenha cometido Eduardo Cunha justificam a conduta do procurador-geral Rodrigo Janot: desde ontem é dada como certa sua denúncia contra o presidente da Câmara, que até agora não virou fato, para delícia dos adoradores da crise e prejuízo do funcionamento da instituição parlamentar. A Câmara segue com a respiração curta"; na avaliação da jornalista, "Janot deu asas ao boato"; "Cunha até agora sabe apenas pela imprensa que será denunciado. Na Câmara, mesmo quem não gosta de Cunha não está gostando do que vem fazendo a PGR neste caso. Está faltando sobriedade e objetividade"
Para Tereza Cruvinel, colunista do 247, "nem as características políticas e pessoais, nem os eventuais delitos que tenha cometido Eduardo Cunha justificam a conduta do procurador-geral Rodrigo Janot: desde ontem é dada como certa sua denúncia contra o presidente da Câmara, que até agora não virou fato, para delícia dos adoradores da crise e prejuízo do funcionamento da instituição parlamentar. A Câmara segue com a respiração curta"; na avaliação da jornalista, "Janot deu asas ao boato"; "Cunha até agora sabe apenas pela imprensa que será denunciado. Na Câmara, mesmo quem não gosta de Cunha não está gostando do que vem fazendo a PGR neste caso. Está faltando sobriedade e objetividade" (Foto: Tereza Cruvinel)


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A sorte de Eduardo Cunha já está selada. Ele não é um cachorro morto, pois ainda late e morde,  mas muitos que nunca lhe  bateram antes – por temor ou oportunismo – aproveitam a hora para um chute ou uma fuga. Mas nem suas características políticas e pessoais, nem os eventuais delitos que tenha cometido justificam a conduta do procurador-geral Rodrigo Janot: desde ontem é dada como certa sua denúncia contra o presidente da Câmara, que até agora não virou fato, para delícia dos adoradores da crise e prejuízo do funcionamento da instituição parlamentar. A Câmara segue com a respiração curta.

O colunista Ilimar Franco, de O Globo, publicou hoje uma frase dita por Janot em 2013, quando foi sabatinado pelo Senado para assumir o primeiro mandato como Procurador-Geral da República. “Um membro do Ministério Público não pode ser um fabricante de boatos. É direito da pessoa tomar conhecimento diretamente e não pela imprensa (de denúncia ou ação de improbidade)”.

Por alguma razão, entretanto, Janot deu asas ao boato. Ou ele, ou os que lhe são próximos, mas a responsabilidade é dele. Cunha até agora sabe apenas pela imprensa que será denunciado, contrariando o que disse Janot em 2013. Na Câmara, mesmo quem não gosta de Cunha não está gostando do que vem fazendo a PGR neste caso. Está faltando sobriedade e objetividade.

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Antes do prazo

Não se esperava que Janot fizesse sua denúncia antes do dia 30 de agosto porque a Polícia Federal obteve prazo até para concluir suas diligências em relação a Cunha. A antecipação sugere que Janot, antes do prazo, já obteve elementos consistentes, para além da delação premiada de Julio Camargo, que disse ter pago uma propina de US$ 5 milhões a Cunha. Como sobram boatos e faltam fatos, a imaginação parlamentar ganha corda. Fala-se em conta de Cunha na Suíça, comprovantes de depósitos e outros elementos fortes que embasariam a denúncia.

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Dois mistérios

Dois episódios ainda nebulosos voltam a chamar a atenção dos “estudiosos” da Lava Jato com a iminente denúncia contra Cunha.

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O primeiro envolve a advogada Catta Preta. Ela deixou todos os clientes que atendia depois que Júlio Camargo denunciou Cunha. Ele era um deles. Em seguida declarou ao Jornal Nacional estar sofrendo pressões e intimidações de parlamentares da CPI da Petrobrás.

Outo episódio intrigante e ainda não esclarecido diz respeito ao segundo depoimento de Camargo, que no primeiro não havia feito revelações envolvendo Cunha. Por que ele mudou de ideia? Por que o advogado de Fernando Baiano, Nelio Machado, pediu a reinquiriação de Camargo, que resultou na delação de Cunha? Há quem diga que Janot conhece as respostas.

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