Janot assumiu a embaixada do golpe em Davos
As prerrogativas constitucionais de Janot não eram para alcançar tal cúpula destinada aos chefes de Estado, banqueiros e personalidades do mundo pop. Mas em tempos de Lava Jato “tudo pode”, inclusive animar possíveis compradores de estatais que serão vendidas a preço de bananas
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O procurador-geral da República Rodrigo Janot ultrapassou a linha do ridículo ao postar-se no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, como embaixador do golpe e do governo corrupto institucionalizado com a derrubada de Dilma Rousseff.
As prerrogativas constitucionais de Janot não eram para alcançar tal cúpula destinada aos chefes de Estado, banqueiros e personalidades do mundo pop. Mas em tempos de Lava Jato “tudo pode”, inclusive animar possíveis compradores de estatais que serão vendidas a preço de bananas.
O procurador foi à Suíça para mentir aos mais ricos, que fingiram acreditar na lorota contada. Aliás, todos estão vendo que no Brasil se decapita mais que nas áreas ocupadas pelo Estado Islâmico. Ou seja, nem as penitenciárias o judiciário consegue controlar.
“MP prestando contas a DAVOS, exército revistando penitenciária, economia regredindo, trabalho precarizado, facções comandando penitenciárias”, sapecou nesta quarta (18) o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
O suposto combate à corrupção aliado ao governo ilegítimo de Michel Temer, ao qual Janot se apresenta como embaixador em Davos, geraram 13 milhões de desempregados brasileiros e até 2018 o golpe ainda gerará 33% dos desempregados de todo o mundo — conforme dados da Organização Internacional dos Trabalhos.
Abaixo, um excelente artigo sobre essa questão:
Por Robson Sávio dos Reis, no Brasil 247
Janot, o vendedor de ilusões
Está na página institucional do Ministério Público Federal as competências do Procurador-Geral da República:
O procurador-geral da República é o chefe do Ministério Público Federal e exerce as funções do Ministério Público junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sendo também o procurador-geral Eleitoral. O PGR deve sempre ser ouvido em todos os processos. No STF, o PGR é legitimado a propor ações diretas de inconstitucionalidade, representação para intervenção federal nos estados e no DF, além de propor ações penais públicas e cíveis. No STJ, o PGR pode propor representação pela federalização de casos de crimes contra os direitos humanos e ação penal. O PGR é quem designa os subprocuradores-gerais da República para exercer, por delegação, funções junto aos diferentes órgãos jurisdicionais do STF e do STJ.
Portanto, há que se perguntar: por que o sr. Rodrigo Janot resolveu dar uma de embaixador anticorrupção do Brasil no encontro de Davos? Essa é uma nova atribuição da PGR?
Na ausência de Temer, o decorativo, coube ao representante do rentismo internacional que dirige nossa economia, o Sr. Meireles, representar o país no encontro dos usurpadores da riqueza mundial. Levou à tiracolo o procurador-geral da República, com a missão de dizer aos detentores do capital especulativo internacional que no Brasil se combate a corrupção. Realmente, esse governo é simultaneamente trágico e hilário!
Será que o sr. Janot acha que os investidores internacionais, conhecendo o staff dos três poderes da república, acreditarão no combate a corrupção nessa república das bananeiras, como se fossem os leitores de veja ou os expectadores do jn? Que acreditam nesse conto da carochinha segundo o qual a PGR e a Justiça brasileira agem com isonomia e retidão no combate aos maus feitos públicos e privados?
É preciso dizer ao sr. Janot que só os batedores de panelas e alienados midiáticos acreditam que um governo de corruptos – do qual ele se dignou ser embaixador – combate a corrupção.
Por um acaso está no rol das (novas) funções da PGR fazer pirotecnia em foros internacionais, para tentar salvar a imagem carcomida, pelo menos lá fora, de uma juristocracia e uma camarilha golpista atoladas em privilégios e ações nada republicanas?
Talvez haja uma explicação plausível para a ida do sr. Janot até Davos. Lá (o ápice do encontro dos rentistas internacionais – que expandem seus negócios graças à corrupção generalizada que move o capitalismo neoliberal -), está travestida na sua forma mais perversa a pseudo-narrativa do combate a corrupção. É onde os grupos que manipulam o cerne da corrupção internacional se reúnem para louvar o combate à corrupção. Nisso, há muito em comum entre Davos e essa república das bananeiras.
Assim sendo, depois da embaixada do sr. Janot a Davos, sugerimos às organizações globo a criação de mais uma categoria de premiação: o troféu vendedor de ilusões.
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