Jair Rousseff isola Guedes

Bolsonaro tentou, mas não conseguiu, até o momento, que o BC apoiasse decididamente o RENDA BRASIL e o PRO BRASIL, fazendo o mesmo que fez com a banca, na emergência da Covid-19



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A ex-presidente Dilma Rousseff acertou na mosca, em entrevista à TV 247, ao dizer que a crise política se dá no momento com explosão de contradições entre a direita neoliberal e a direita fascista. A primeira, alinhada ao mercado financeiro e à Febraban,  dita a Paulo Guedes, da Fazenda, e Campos Neto, do BC, qual deve ser a RENDA BRASIL e o PRO BRASIL que cabem no  orçamento da União. A segunda, base de sustentação dos bolsonaristas, resiste, pois, agora, quer o programa social do PT para chamar de seu, a fim de enfrentar, competitivamente, as eleições e garantir sucessão ao presidente.

O temor geral, na Fazenda e no BC, é o de que o PAC dilmista, que motivou o golpe neoliberal de 2016, seduz os defensores tanto do Auxílio Emergencial de R$ 600, enquanto durar a pandemia, como a proposta desenvolvimentista constante do programa PRO BRASIL, tocado, no Planalto, à revelia de Guedes, pelos generais e ministros da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

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Para a turma desenvolvimentista do Planalto, de olho nas eleições, o verdadeiro programa social é acelerar volta do emprego, o que somente será possível, com retomada do crescimento. O empecilho, portanto,  é o teto neoliberal de gastos, imposto pelos golpistas, que derrubaram Dilma. Ao levantar esse discurso, agora, os generais e os desenvolvimentistas agem como se quisessem resgatar Dilma e passar uma borracha por cima do impeachment.

Resgate de Dilma  

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O PAC dilmista é o espelho do PRO BRASIL, no qual Bolsonaro, para horror do mercado financeiro, mira para ativar economia. Com o PRO BRASIL, o presidente pretende criar empregos com salários, agora, deteriorados, graças a combinação da reforma trabalhista neoliberal e emergência da Covid-19, mas complementados pelo Auxílio Emergencial de R$ 600, candidato a se tornar RENDA BRASIL.

Sem retomada do emprego e garantia de consumo dos miseráveis que ficaram mais miseráveis, na pandemia, não tem crescimento e nem, claro, possibilidade de Bolsonaro faturar reeleição. Seria a volta da oposição ao poder, possivelmente, com Lula, se o STF condenar suspeição de Sérgio Moro na condução do processo do ex-presidente. O teto de gastos, se não for rompido, condena, politicamente, à morte, Bolsonaro. A ultradireita fascista, portanto, como disse Dilma à 247, tem como principal inimiga não a esquerda – PT e aliados, divididos entre si -, mas a direita neoliberal, adepta de continuidade do que o mundo abandonou: o ultra-arrocho fiscal, puro austericídio neoliberal, na pandemia do novo coronavírus.

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A ironia do destino, dessa forma, é a união involuntária da ultradireita fascista com a esquerda centrista, que tem demonizado. Cria-se situação esdrúxula: a direita neoliberal, que bloqueia Bolsonaro, por tentar ressuscitar programa petista, alia-se, contraditoriamente, ao PT, também, adepto do FORA BOLSONARO, embora por motivos diferentes. A direita neoliberal quer Bolsonaro fora, mas com manutenção do programa de Guedes, enquanto a esquerda quer FORA BOLSONARO, juntamente, com remoção do teto de gastos, adequado, por sua vez, ao interesse bolsonarista. Samba do Crioulo Doido.  Ambas  – direita fascista e esquerda centrista – desejam, contraditoriamente, a mesma coisa: fim do garrote do congelamento de gastos públicos que a direita liberal bancocrática quer manter custe o que custar.

Centrão entre Bolsonaro e o mercado

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Bolsonaro tentou, mas não conseguiu, até o momento, que o BC apoiasse decididamente o RENDA BRASIL e o PRO BRASIL, fazendo o mesmo que fez com a banca, na emergência da Covid-19. No auge da pandemia, o BC repassou para ela R$ 1,2 trilhão, enquanto manteve as empresas e os trabalhadores desempregados e informais na chuva da depressão econômica. Os banqueiros, capitalizados, não incrementam a economia, depois de trocarem seus títulos privados apodrecidos pela Covid-19 por títulos públicos. O BC, na prática, aprofundou déficit financeiro para ajudar a banca, que sentou em cima do dinheiro, com medo de emprestar e levar calote.

O que Bolsonaro exigiu de Campos Neto, em contrapartida? Que repassasse R$ 400 bi do orçamento do BC para o Tesouro bancar continuidade do Auxílio Emergencial e a RENDA BRASIL. Sem essa grana, morre no nascedouro o PRO BRASIL por falta de consumidores. E Bolsonaro vai para o brejo, politicamente, falando. Campos Neto, há uma semana, havia dito que o BC ajudaria o RENDA BRASIL. Não cumpriu a palavra, porque entrou em cena o Tribunal de Contas da União(TCU) e impediu o repasse da grana ao Tesouro. Argumentou que se estaria praticando pedalada fiscal, passível de produzir impeachment de Bolsonaro.

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Hoje, no Correio Braziliense, o presidente do TCU, José Múcio Monteiro, reafirma perigo de pedalada e diz que somente Congresso pode remover teto de gastos, que permitiria o repasse do BC. Portanto, está em cena o confronto direto entre presidente Bolsonaro e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que se encontraram em café da manhã, no Alvorada. Até o momento, Maia tem se mostrado fiel a sua base de apoio, os banqueiros e sua terapia monetarista neoliberal, que não deixa o país crescer. Porém, a base política bolsonarista, ancorada no Centrão, não sobreviverá, se o austericídio fiscal permanecer. O Centrão apoiará Bolsonaro ou Maia, porta voz da banca no Congresso?

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