Irã: paz nuclear é possível

Apesar das objeções já anunciadas por Israel, tudo indica que as potências aceitarão que o Irã continue enriquecendo urânio a 3,5% para uso em suas usinas de eletricidade



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Recém-eleito, o presidente Rouhani, conseguiu o que parecia impossível: criar um clima de boa vontade entre o Ocidente e o Irã.
A próxima reunião dos P5 + 1 (EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha) com o Irã, para discutir a questão nuclear, tem muita chance de dar certo.

As posições das duas partes quanto às obrigações do Irã não parecem mais inconciliáveis, como eram nos tempos do ex-presidente Ahmedinejad.

É a ideia passada pelas declarações de governantes e ministros e informações off the records, prestadas por fontes confiáveis.

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As grandes potências querem que o Irã prove que seu programa nuclear não é militar. Sua última proposta era que o governo de Teerã parasse de enriquecer urânio, entregasse a outro país todo o estoque disponível desse material e fechasse a usina subterrânea de Fordow.

Ofereciam em troca algumas facilidades nos negócios externos através do mercado paralelo em ouro. Nada de cortar sanções, por enquanto.

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Eram condições leoninas. A explicação para tanta dureza era a falta de confiança no regime islâmico, presidido pelo vociferante Ahmadinejad.

Espera-se que, com as evidentes mudanças positivas na política iraniana, trazidas por Rouhani, o Ocidente seja mais moderado.

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O Irã já prometeu que irá oferecer inspeções totais nas suas instalações nucleares, além mesmo do disposto nos tratados internacionais.

Deverá também concordar com a interrupção do enriquecimento de urânio a 20%. Na verdade é o desejado pelas grandes potências, por estar mais próximo dos 90% necessários para se produzir uma bomba nuclear.

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O Irã já tem um bom estoque de urânio enriquecido a 20%, usado na fabricação de isótopos médicos para o tratamento de câncer.

As informações disponíveis é que grande parte dele ou quase todo foi convertido em bastões, que não servem para objetivos militares.

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Apesar das objeções já anunciadas por Israel, tudo indica que as potências aceitarão que o Irã continue enriquecendo urânio a 3,5% para uso em suas usinas de eletricidade.

A partir de urânio A 3.5%, há um longo e extremamente demorado caminho até se chegar aos 90% exigidos para fins militares.

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Os observadores, em geral, acreditam que não haverá problemas quanto a esse item.

Ainda há algumas dúvidas quanto às ideias de se entregar todo urânio a 20% para o estrangeiro e de fechar Fordow.

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Mas o que poderá gerar maiores controvérsias é a definição da contra- partida do Ocidente às concessões iranianas.

Teerã deseja que as sanções devem, pelo menos, começarem a ser revogadas, processo que continuaria até que o Irã completasse todas as suas obrigações.

Segundo as informações prestadas por diplomatas anônimos a diversos jornais, os países europeus estão propensos a aceitar. Rússia e China nem se fala.

Mas os EUA vacilam.

Na semana passada, Hagel, o secretário da Defesa, foi a Israel acalmar o governo de Telaviv.

Aparentemente, comunicou a disposição americana de fazer as pazes com o Irã.

Depois de longas conversações com ele, o ministro da Defesa israelense, Moshe Ya´alon, deu uma declaração repetindo as conhecidas posições israelenses: o Irã deve abandonar totalmente o enriquecimento de urânio, mesmo para fins civis; desmantelar todas as centrífugas e entregar todo o urânio disponível à comunidade internacional.

Mas deu destaque especial à necessidade absoluta de não se retirar qualquer sanção, por mínima que fosse. Do contrário, segundo ele, todo o sistema de pressão sobre o Irã iria para o espaço.

Vamos ver se desta vez Obama terá coragem de dizer "não" a seu aliado especial.

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