Inviabilizar Lula em 2018: prioridade da grande mídia nacional

Lula no poder, ao contrário de priorizar o lucro do sistema financeiro, significará a continuidade do crescimento com distribuição de renda e da luta pelo fim da desigualdade social. Num próximo governo Lula, com certeza a população conseguirá finalmente discutir e entender a importância da regulação da mídia no Brasil

05/11/2015 - O ex- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da 5º Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
05/11/2015 - O ex- Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da 5º Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula (Foto: Chico Vigilante)


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A aliança nefasta entre a mídia golpista e setores da Justiça ligados à Operação Lava Jato tem colocado em risco o estado de direito, as liberdades individuais e a democracia no Brasil.

Muito do que é dito hoje é desmentido amanhã. Isso coloca em cheque a inteligência  e a paciência do brasileiro. Haja discernimento e tempo para ver e entender todas as mentiras pregadas pela grande mídia e entender qual é a estratégia por traz delas.

Não importa o que digam os inconformados com o projeto petista no poder há 13 anos  de que o reconhecimento desta realidade  por mais de uma centena de renomados juristas brasileiros  é um jogo de marketing, é uma armação. Os fatos são inegáveis.

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Como muito bem lembrou o ex-presidente Lula em seu Facebook no último sábado, há  37 anos a revista Veja espera a "queda de Lula".

Desde 1979, quando muitos brasileiros exilados voltavam ao Brasil, muitos estudantes expulsos retornavam às universidades, beneficiados pela Lei da Anistia, a Veja, inconformada com o início do fim da ditadura, publicou uma capa com o título: "Greve, impasse e a queda de Lula: Confronto no ABC".

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Neste final de semana, a Veja adiciona à sua coleção de infames inverdades, estampadas em manchetes durante todo o ano de 2015 na tentativa de enlamear o PT e inviabilizar Dilma na presidência, mais uma reportagem suja com o canhão apontado para Lula, com o título: "A hora da verdade".

Verdade de quem, a revista se esqueceu de explicar, porque o próprio colaborador para a montagem da “hora da verdade”, o promotor Cassio Conserino, já corrigiu o que a revista publicou : Lula da Silva e sua esposa Marisa Letícia serão denunciados por “lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Brevemente, serão chamados a depor".

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Acuado com a repercussão negativa o procurador Cássio Conserino se defendeu: "O Ministério Público não antecipou denúncia. Só exteriorizou, em homenagem ao interesse público que norteia a questão, que as provas coligidas apontam para a possibilidade de uma denúncia".

Antecipar uma denúncia antes que ela seja proposta, e sem que as partes sejam ouvidas e tenham oportunidade de defesa, é considerado desvio funcional pela legislação brasileira.

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A divulgação de trechos de depoimentos em inquéritos também é crime e mesmo assim foi o que mais aconteceu no último ano: vazamentos de  trechos de delações premiadas, que ninguém pode garantir serem verdadeiros, para a imprensa golpista.

Na ultima semana, no entanto, a Veja, nem se preocupou em criar uma capa em cima de um fato novo. Na verdade, requentou uma história mais do que antiga, mil vezes esclarecida.

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O maior problema da provável denúncia antecipada pela Veja reside no fato de que Lula e Marisa não são donos do imóvel no Guarujá. Marisa possuía apenas uma cota do empreendimento da Bancoop, e poderia sim ter adquirido o imóvel mas decidiu não fazer isso e a cota foi devolvida à OAS em 2015.

Qualquer pessoa com um neurônio concordaria com a constatação feita pelo Instituto Lula por meio de nota de que "Lula poderia, perfeitamente, pela sua trajetória de vida e atividade profissional como palestrante, ter um apartamento comprado a prestações no Guarujá.”. Poderia ter, poderia pagar, mas   não tem. Ou seja, nem Lula nem D. Marisa são proprietários do apartamento em questão.

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A fonte de Veja, Conserino, assim como Moro, tem processos nas costas por condutas semelhantes que podem facilmente ser consultados na internet.

Sobre os de Moro já falei em artigo anterior, de 2015, mas dentre os de Conserino, o mais ridículo e espetaculoso foi uma operação onde mandou prender policiais e um advogado que, supostamente, estariam envolvidos com jogos de azar.

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Conserino, assim como Moro, cresce sob a luz dos holofotes da imprensa, mas não é muito bom em conseguir provas. Sem provas todos foram soltos e Conserino  condenado pelo Juiz Joel Birello Mandelli, da 6 Vara Cívil de Santos a indenizar o advogado por tê-lo exposto à execração pública. Como se pode ver Veja sabe escolher suas fontes.

Neste caso a revista dá motivos a Lula para mais uma vez processa-la, ação  à qual todos os brasileiros contrários à publicação de mentiras pela mídia deveriam se unir.

A mais infame e desrespeitosa dessas iniciativas de Veja, no intuito de impedir que Lula volte ao poder - o que inviabilizaria por mais quatro anos o sonho tucano de dar continuidade a seu projeto de entrega do Brasil ao capital internacional - foi uma capa da revista de outubro de 2015, onde Lula aparece vestido de presidiário.

A expectativa reinante entre a direita de que delatores implicassem Lula na Operação Lava Jato ou na Zelotes, porém não se concretizou.

Muito pelo contrário, surgiram recentemente indícios do recebimento de R$100 milhões por parte do ex-presidente tucano FHC.  Bastante esclarecedor é o fato de que questão de tal monta não mereceu nenhuma capa de Veja.

As investidas contra Lula partem de  tentáculos existentes dentro da Polícia Federal também. Em declaração ao 247 o Procurador da República, Frederico Paiva, que atua na Operação Zelotes, disse não ter entendido o motivo de a Polícia Federal ter ouvido Lula, uma vez que ele não é investigado.

"Não entendi o motivo de o delegado ter ouvido o Lula neste caso. Ele não consta no rol de investigados e não existe nenhum ato praticado por ele que tenha sido objeto de investigação. O foco da investigação é o tráfico de influência e corrupção no Carf “.

Não são apenas grandes juristas deste país que se manifestam contra o que está acontecendo no Brasil. Figuras de renome no meio acadêmico, nas artes, no meio artístico e cultural se posicionam diariamente contra os absurdos.

Uma  imagem bastante elucidativa do assunto foi criada pelo  escritor, jornalista e dramaturgo Mário Prata, que, em matéria no 247, afirmou que o clima de ódio espalhado pela direita só será superado se e quando o ex-presidente Lula aparecer preso e algemado, entrando no carburão, numa capa da revista Veja.

Para ele, a partir daí, " não tem mais crise política, crise econômica,  crise do ódio. Os empregados demitidos serão readmitidos, o dólar vai cair, o Brasil vai voltar a jogar futebol bem e o mundo inteiro vai investir no Brasil.

A ironia do dramaturgo retrata maravilhosamente bem o que a direita quer que o povo brasileiro acredite. Que a crise não é intensificada pelos inimigos do Brasil, pelos corvos, abutres que torcem e contribuem para o quanto pior melhor. Tudo se resolverá se Dilma cair e eles tomarem o poder.

O ódio da elite é compreensível. Para eles o pior dos infernos será Lula - o presidente que saiu do governo com o maior índice de aprovação de todos os outros  do Brasil - voltar ao poder .

Isso representaria impedi-los de dividir outra vez o país entre a casa grande e a senzala, com cidadãos de primeira e segunda categoria, com educação universitária para os ricos e trabalho pesado para os pobres.

Lula no poder representaria impedi-los de terminar com o serviço iniciado em 2015 de levar a falência nossas grandes empresas e impedi-los de entregar o que resta de nossas estatais, após a era FHC.

Lula no poder, ao contrário de priorizar o lucro do sistema financeiro, significará a continuidade do crescimento com distribuição de renda e da luta pelo fim da desigualdade social. Num próximo governo Lula, com certeza a população conseguirá finalmente discutir e entender a importância da regulação da mídia no Brasil. 

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