Investigação, ou declaração de cumplicidade

Durán implodiu o instituto da delação premiada, ao denunciar como são orquestradas por membros da Força Tarefa da Lava Jato. Alberto Youssef, João Santana e Mônica Moura estão livres, desfrutando de suas nababescas fortunas. Lula e Dilma são obrigados a se defenderem das acusações perpetradas, sem provas

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tacla duran (Foto: Enio Verri)


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O depoimento do advogado Rodrigo Tacla Durán exige das autoridades comprometidas com a justiça um pronunciamento público de que os fatos ali revelados serão investigados. Colocam sob suspeição um importante instrumento de investigação e punição, a operação Lava Jato, que pode ter sido desvirtuado por interesses, até o momento, inconfessados. A criação e o aprofundamento da operação foi possível graças a todo investimento e autonomia conquistados durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT). Os conselhos dos órgãos de fiscalização e controle não têm o direito de ignorar os fatos, sob pena de aumentar ainda mais o descrédito na população.

A mídia interessada no golpe de 2016 não veiculou o depoimento de Durán. Mais uma oportunidade bem aproveitada pelas redes sociais para furar a invisibilidade e constranger a sociedade brasileira com informações estarrecedoras. Ela exige explicações. Não pode e não aceita ser tratada como alienada e desinformada, ou que compactua com algum tipo de corrupção. A maneira desenvolta com a qual o advogado Carlos Zucoloto utilizou um computador público para negociar, a princípio sob a anuência do corpo diretivo da Lava Jato, o desconto de 1/3 de uma multa contra Durán, no valor de U$ 15 milhões é uma indecência que não pode passar despercebida.

Sem prova alguma que ligue o apartamento triplex do Guarujá a Lula, a operação Lava Jato o condenou a nove anos de prisão e sequestrou R$ 9 milhões dele. Segundo o que revelou Zucoloto, ele teria insistido com a Força Tarefa da Lava Jato para que a prisão de Durán fosse domiciliar. Houvesse gente séria nos conselhos dos órgãos de fiscalização e controle já havia sido instalada uma investigação. A Lava Jato está sob iminente desmoralização. Varrer para debaixo do tapete conspurca indelevelmente todos os servidores dos órgãos de fiscalização e controle e do Judiciário.

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Em 2016, sob forte apoio midiático e com a desculpa de proteger Lula, a Lava Jato executou uma condução coercitiva ilegal, uma vez que o acusado nunca se recusou a depor, em todas as vezes em que foi intimado. Já com Durán, o tratamento dispensado pela Lava Jato é de menos valentia. O advogado pediu para ser julgado na Espanha. O Ministério Público autorizou o envio do processo para a Espanha, mas a operação ainda não enviou o processo, sob alegação de desconhecer o endereço de Durán. Isso é uma ofensa não apenas aos servidores desses órgãos, mas com toda a nação, que não pode ser privada de explicações.

Durán implodiu o instituto da delação premiada, ao denunciar como são orquestradas por membros da Força Tarefa da Lava Jato. Alberto Youssef, João Santana e Mônica Moura estão livres, desfrutando de suas nababescas fortunas. Lula e Dilma são obrigados a se defenderem das acusações perpetradas, sem provas. A inação dos órgãos é uma declaração de cumplicidade com os desvios tomados pela nobre operação, por comprometimento dos seus membros com a imprensa envolvida no golpe de 2016. De instrumento de combate à corrupção, a Lava Jato corre o risco de se tornar um meio de proteger grandes corruptores.

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