Inversão de valores | Para os militares, tudo. Para o SUS, quase nada

Sob Bolsonaro, o dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) que seria usado para conter os efeitos do coronavírus foi usado para bancar regalias de militares − grandes aliados do governo genocida



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A cada dia que passa, fica mais difícil para os apoiadores do governo Bolsonaro encontrar justificativas para defendê-lo. A pandemia e seus agravantes têm mostrado exatamente quem ele é: um ser desprezível, sem um pingo de humanidade. Um ser tão indigno, que é capaz de, em meio a maior crise sanitária do século, tirar recursos da saúde − área essencial para combater o vírus.

Prova da sua mesquinhez são os recentes desdobramentos que revelam que, sob seu governo, o dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) que seria usado para conter os efeitos do coronavírus foi usado para bancar regalias de militares − grandes aliados do governo genocida.

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De acordo com relatório do Ministério Público de Contas encaminhado à CPI da Covid, dos R$ 715 bilhões destinados ao combate da pandemia, o Ministério da Defesa ficou com R$ 435,5 milhões. Desse total, R$ 58 mil foram gastos com material odontológico, R$ 5,99 milhões com energia, água e esgoto, gás e serviços domésticos.

O Ministério da Defesa usou, inclusive, uma parte do dinheiro que não era destinado ao SUS, mas que também deveria servir para o combate à pandemia − o chamado Orçamento de Guerra. Tudo isso, enquanto brasileiras e brasileiros morriam sem vacina, sem leitos, sem respiradores, sem dignidade, sem direito à saúde.

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Vale destacar que essa não é a primeira vez que o Ministério da Defesa exagera nos gastos. Todo mundo se lembra que, entre 2019 e 2020, a Pasta gastou cerca de R$ 15 milhões em leite condensado. Valores exorbitantes que poderiam ter sido atribuídos a outras áreas, como o combate à fome. Enquanto militares usam e abusam do dinheiro público para mordomias, mais de 116  milhões de brasileiras e brasileiros não têm comida ou não se alimentam como deveriam − com qualidade e em quantidade suficiente.

Esses valores retirados do SUS custaram a vida de meio milhão de pessoas. Milhares de pais, mães, filhos e amigos que deixaram um vácuo imensurável na vida de alguém. Um grande exemplo dessa política genocida é que, com o sucateamento do SUS e a negligência de Bolsonaro, o estado do Amazonas se viu em uma situação crítica. Inúmeros hospitais da rede pública de cidades amazonenses sofreram com a ausência de cilindros de oxigênio. Meses mais tarde, a CPI da Covid, no Senado, provou que Bolsonaro foi omisso. Ao invés de oxigênio, mandou cloroquina ao Amazonas, um remédio comprovadamente sem eficácia para o tratamento da doença.

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Esse foi apenas um dos inúmeros casos que evidenciam a ausência de recursos necessários para oferecer o básico à população − o direito à saúde, que é garantido pela Constituição Federal de 1988. Sem uma política de fortalecimento do SUS e dos profissionais que nele atuam, a população fica à mercê, exposta a um vírus letal e a um governo que é bem pior que o próprio vírus.

Sigamos em luta em defesa do SUS, dos milhares de profissionais da saúde e contra o genocídio do povo brasileiro! Fora Bolsonaro! 

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