Interlocutor de Ribeiro no grampo só pode ser Bolsonaro
"Só a Bolsonaro interessava mantê-lo sob controle e fora do alcance da Justiça", escreve o jornalista Alex Solnik
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O juiz Renato Borelli divulgou agora há pouco declarações do ex-ministro Milton Ribeiro obtidas por meio de grampo autorizado pela Justiça no qual conversa com um interlocutor cuja identidade o juiz conhece, mas não revela.
Segundo o juiz, o interlocutor mantinha o ex-ministro informado sobre o andamento das investigações, interferindo, portanto, de forma indevida no trabalho da Polícia Federal.
“Tudo caminhando, tudo caminhando” diz o ex-ministro no grampo. “O negócio da arma resolveu. Agora vai faltar o assunto dos pastores, né? Uma coisa que eu tenho receio um pouco é aquele negócio de busca e apreensão”.
O juiz mandou prendê-lo por ver risco de destruição de provas. O grampo mostra que o risco era real.
Mas quem é o interlocutor misterioso de Milton Ribeiro?
Até agora, o que se sabe oficialmente é que é alguém com foro privilegiado, razão pela qual o juiz enviou o caso para o STF. Caberá à ministra Cármen Lúcia decidir se o processo será desmembrado ou não.
Nos bastidores, ninguém tem dúvida.
O ex-ministro não tinha relação estreita com nenhum político com foro privilegiado, a não ser Bolsonaro. Além disso, só a Bolsonaro interessava mantê-lo sob controle e fora do alcance da Justiça.
Prova disso é que o advogado de Ribeiro, Daniel Bialski, que também defende a primeira-dama, conseguiu relaxar a prisão antes mesmo da audiência de custódia, na qual o ex-ministro teria que dizer alguma coisa.
Na tentativa de garantir o silêncio do ex-ministro, Bolsonaro se complica mais. E o corajoso juiz o coloca na cena do crime.
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