Indústria do luxo, políticos e corrupção no Brasil

Por que políticos como o ex-senador Delcídio do Amaral, Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves, Marta Suplicy, o falecido ACM, sem possuírem fortuna, poderiam se dar a esse luxo?

Por que políticos como o ex-senador Delcídio do Amaral, Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves, Marta Suplicy, o falecido ACM, sem possuírem fortuna, poderiam se dar a esse luxo?
Por que políticos como o ex-senador Delcídio do Amaral, Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves, Marta Suplicy, o falecido ACM, sem possuírem fortuna, poderiam se dar a esse luxo? (Foto: Lula Miranda)


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Pelos próximos dias, publicarei aqui alguns textos e matérias relembrando, aos meus leitores do Brasil 247 e aos amigos do Facebook a relação promíscua entre a chamada "indústria do luxo", os políticos e a corrupção, nos últimos anos no Brasil.

Alguém ainda se lembra da Daslu?

Alguém ainda se lembra das manchetes ufanistas (e desavergonhadas), na grande mídia, alardeando que o Brasil, um país pobre (ou, vá lá, emergente), era um dos gigantes no consumo da tal "indústria do luxo"?

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Não vivemos um momento oportuno para refletirmos sobre esse tema? Sobre suas causas; suas origens?

Por que isso se dava? Como isso era possível?

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Como era possível um país com tamanha injustiça e desigualdade social ser um "gigante" no consumo de artigos de luxo?

Por que políticos como o ex-senador Delcídio do Amaral, Geraldo Alckmin, José Serra, Aécio Neves, Marta Suplicy, o falecido ACM, sem possuírem fortuna, poderiam se dar a esse luxo?

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Agora, com os escândalos do "Mensalão" [tucano e petista] do "Petrolão"[pluripartidário], do "Merendão" em SP [essencialmente tucano], e hoje, o mais recente, o da "máfia do transporte escolar" em SP [também tucano]; graças a todos esses escândalos de corrupção, sabemos exatamente o porquê: políticos (de praticamente todos os partidos) estavam se apropriando de escassos recursos públicos para gozo privado.

E como se locupletaram! E ainda se locupletam.

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Vejam abaixo texto de matéria de uma determinada época [por volta de 2005] e prestem bastante atenção aos nomes citados na reportagem. Observem a promiscuidade que se dava, na ocasião, envolvendo grandes políticos e até seus filhos e familiares mais próximos.

Nesta época de agora, nos dias que correm, em que a família do ex-presidente Lula é acusada e perseguida (e, possivelmente, será presa) é bastante oportuno que nos lembremos desses fatos:

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"Vitrine do luxo no Brasil, a Daslu mudou-se em 4 de junho deste ano [2005] para uma nova sede, de 17 mil metros quadrados, na Avenida Chedid Jafet, 131, paralela à Marginal Pinheiros. O projeto foi de David Collins, o arquiteto de Madonna. Na inauguração, a megafesta durou dois dias e reuniu de oito mil convidados. A loja oferece 123 etiquetas (63 internacionais e 60 nacionais) e conta com 900 funcionários, uma creche - atualmente com 138 crianças, filhos de funcionários -, dois restaurantes e um investimento estimado pela revista "Forbes" de R$200 milhões. O valor não é confirmado pela dona, mas a nova Daslu é um caso único no mundo do consumo. Cresceu - por lá circulam mil pessoas por dia e, dessas, 75% compram algum produto - sem perder o ar de clube exclusivo, atraindo clientes que vão do senador baiano do PFL Antônio Carlos Magalhães aos tucanos José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, além de petistas como o senador Delcídio Amaral e a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy.

O senador Antonio Carlos Magalhães é grande amigo de Eliana Tranchesi desde que foi tratado por seu ex-marido, o cardiologista Bernardino Tranchesi, quando teve um infarto. A neta do senador, Carolina Magalhães, trabalha na loja como "dasluzete", apelido das vendedoras. Sophia, filha do governador de São Paulo Geraldo Alckmin , é a gerente do conglomerado. O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral, há tempos tem relação estreita com a loja por meio da mulher, Maika do Amaral Gomes, uma cliente fiel. Quem também teria no guarda-roupa peças exclusivas vendidas no sofisticado endereço paulistano é a mulher do ex-governador de São Paulo e ex- prefeito Paulo Maluf, dona Silvia. Diretora internacional da empresa, Donata Meirelles, casada com o publicitário Nizan Guanaes, responsável pela campanha de Jorge Bittar pela prefeitura do Rio, é o braço direito de Eliana Tranchesi. (matéria de Heloísa Marra e Flávio Freire)."

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Vale destacar que, curiosamente, o epicentro dessa "farra de boutique" com recursos públicos desviados se dava, na época, em SP, cidade e estado que hoje lideram as manifestações pelo impeachment do atual governo - governo este que, ao que revelam os indicadores e os fatos, se esforça exatamente no sentido de coibir essa farra com recursos públicos.

É, repito, oportuno que reflitamos sobre esses fatos, para que não voltem a se repetir, impunemente, diante de nossos olhares e moral complacentes.

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