Imprensa familiar se cala e 8,7 mil brasileiros cometem crime de sonegação com a cumplicidade do HSBC

Sou favorável à implantação de um sonegômetro na Praça da Sé, em São Paulo. E por quê? Porque a sonegação no Brasil e no mundo é gigantesca, difícil de ser contabilizada

Sou favorável à implantação de um sonegômetro na Praça da Sé, em São Paulo. E por quê? Porque a sonegação no Brasil e no mundo é gigantesca, difícil de ser contabilizada
Sou favorável à implantação de um sonegômetro na Praça da Sé, em São Paulo. E por quê? Porque a sonegação no Brasil e no mundo é gigantesca, difícil de ser contabilizada (Foto: Davis Sena Filho)


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Sempre considerei ridículo o impostômetro dos coxinhas udenistas e dos comerciantes ricos de São Paulo. A Associação Comercial do Estado Bandeirante é rica, poderosa, conservadora e sempre se preocupou com o que a direita sempre se preocupa: cobrança de impostos e como não pagá-los. Fora este tema, a direita brasileira se preocupa também em como ganhar muito dinheiro com o menor esforço possível, além de pagar mal seus empregados, porque o desejo é que eles sejam mão de obra barata até o fim dos tempos. Amém!

Dito isto, quero afirmar que sou favorável à implantação de um sonegômetro na Praça da Sé, em São Paulo. E por quê? Porque a sonegação no Brasil e no mundo é gigantesca, difícil de ser contabilizada, mas no nosso País, mesmo a ter uma Receita das mais competentes e instrumentalizadas do mundo, o dinheiro sonegado pela burguesia brasileira é muito maior do que os crimes de sonegação praticados por 8.667 brasileiros em contas de apenas um banco na Suíça, o HSBC, instituição financeira que há muitos anos tem má fama, por já ter recebido multas altíssimas em diversos países e ser acusado de lavar dinheiro dos ricos sonegadores e até de traficantes de armas e de drogas.

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A verdade é que sonegar é um crime federal, um malfeito grave, porque retira do Estado e da sociedade os recursos necessários para serem investidos em benefícios sociais, de infraestrutura e de combate à miséria, à pobreza, à violência, às doenças, à ignorância e ao desemprego. Por isso que esses brasileiros, que são titulares, inclusive, de contas anônimas, deveriam ser processados e, posteriormente, punidos, com penas duras e multas altas, para que a sonegação deixe de ser uma ação comum àqueles que estão acostumados a um individualismo infame, ao tempo em que vão às ruas, às praças, aos meios de comunicação e aos seus círculos sociais e profissionais protestar contra a "corrupção" e "tudo isto que está aí", conforme tem acontecido a partir das manifestações de junho de 2013.

A evasão fiscal e a lavagem de dinheiro, praticadas pelos banqueiros do HSBC e seus clientes, denotam que o setor financeiro não tem absolutamente quaisquer compromissos com a legalidade e com a situação de milhões de pessoas pobres que tentam sobreviver e levar a vida com um mínimo de dignidade. Os crimes vazados por jornalistas estrangeiros e pela polícia suíça aconteceram apenas no biênio 2006/2007. São 8.667 correntistas tupiniquins e 6.606 contas bancárias, com valores depositados e sonegados da monta de US$ 7 bilhões, cifrões que se equivalem a R$ 20 bilhões. Muitos desses indivíduos são ricos e super-ricos, bem como estão na lista gente famosa de diferentes setores de atividade humana.

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Em lista de pessoas que cometeram crimes de sonegação, dentre outras ilegalidades, constam banqueiros, intelectuais, políticos, empresários, esportistas e artistas. Somente não estão presentes os coxinhas udenistas de classe média, porque, como todos sabem, coxinha só serve para disseminar ódios e preconceitos, além de rancores insanos e sem fundamento contra a ascensão social dos pobres e dos que podem menos.

Por sua vez, sabe-se que é público e notório que os coxinhas são os principais consumidores e replicadores da agenda formatada pelos magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas e cartelizadas. Contudo, os coxinhas param por aí, porque seus mundinhos vão ao máximo ao shopping, talvez viagens, pagar a mensalidade do carro, da casa própria, da faculdade e sentar em um restaurante para comer uma pizza ou bifes. Milionários com contas na Suíça, definitivamente, não convidam coxinhas reacionários como eles para frequentar suas casas, festas, clubes e círculos outros.

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Entretanto, a questão primordial não é o coxinha udenista de cabeça colonizada, com complexo de vira-lata e que sonha acordado com Miami. Não. De jeito nenhum. A questão que conta é quanto ao assalto aos cofres públicos, efetivado por brasileiros ricos e muito ricos ligados ao high society nacional e internacional. Um empresariado que tem porta-vozes no Congresso e defensores em certos setores do Judiciário e do MP. Sonegadores milionários não agem sozinhos sem ter por trás de si toda uma máquina estatal de caráter patrimonialista e banqueiros (agiotas) dispostos a serem cúmplices e beneficiários de seus crimes de lesa-pátria, que causam graves prejuízos ao Brasil.

São esses motivos elencados pelos quais a maioria dos empresários, os coxinhas udenistas despolitizados e os políticos do campo direitista, além da imprensa de negócios privados, nunca, em hipótese alguma, reclamaram pela implantação de um sonegômetro na Praça da Sé, juntamente com o impostômetro, que há anos está lá, em tal logradouro, a indicar a cobrança de impostos, mas sem relevar a sangria monumental e estratosférica causada pela sonegação criminosa de impostos, para que multimilionários vivam uma vida de nababos, paxás ou coisa surreal do gênero.

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A imprensa familiar, a dos magnatas bilionários, calou-se, até porque eles podem encontrar a si mesmos ou os seus aliados políticos e empresariais nas listas de sonegadores de impostos divulgadas por jornalistas estrangeiros. Até porque os jornalistas brasileiros, que trabalham como porta-vozes de seus patrões bilionários, jamais publicarão o nome de milhares de pessoas que fazem oposição ao Governo Trabalhista, sonegam impostos e, evidentemente, são contrários aos programas de inclusão social e ao projeto nacional do PT e de seus aliados, simpatizantes e eleitores.

O sistema midiático privado se cala, mas o que importa não são os valores, os princípios e os interesses desse baronato alienígena e de caráter imperialista. O que está em jogo é a credibilidade da Receita Federal, da Procuradoria Geral da República (PGR) e da Polícia Federal, três órgãos que tem por obrigação investigar e denunciar aquelas pessoas que cometeram tais crimes e, consequentemente, causaram um rombo nos cofres públicos.

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Os malfeitos são de autorias de cidadãos ricos e alguns famosos, que tem admiradores e posam de arautos varonis das causas nobres. Ou o Brasil é um lugar que, definitivamente, somente puta, pobre, preto e petista são punidos? Espero que não, pois o Governo do PT, por intermédio da PF subordinada ao Ministério da Justiça, está a colocar ladrões de colarinhos e brancos na cadeia. Fato este que no Governo de FHC — o Neoliberal I — nunca aconteceu. Pelo contrário, o procurador-geral de seu tempo, Geraldo Brindeiro, tinha a alcunha de engavetador-geral, mas o fato é que o verdadeiro engavetador de processos contra o governo tucano era o próprio Fernando Henrique, que o escolheu, ao contrário de Lula e Dilma, que sempre deixaram a categoria de procuradores escolher o procurador-geral. Mais republicano do que isto é impossível.

Enquanto isso, o Governo Dilma precisa fazer, em 2015, um ajuste fiscal de R$ 20 bilhões, o mesmo valor do rombo nos cofres públicos feito pelos sonegadores ricos e muito ricos deste País. No caso do HSBC, o Brasil está entre os quatro países com maior número de sonegadores e de valores ainda não anunciados oficialmente pela Receita Federal. E a imprensa de histórico golpista se cala, como um condenado à beira do pelotão de fuzilamento. É inacreditável no que se tornou a imprensa meramente de mercado que viceja neste País, que lamentavelmente ainda não efetivou o marco regulatório para esse segmento econômico daninho e prejudicial aos interesses do Brasil e do povo brasileiro.

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Vamos ver como vai acabar essa história na Receita Federal, na Polícia Federal e no Ministério Público, órgãos do Estado Nacional e não a serviço de interesses privados e inconfessáveis. Por sua vez, a imprensa comercial e privada age sempre como um escorpião. É de sua natureza, e vai guardar a lista de sonegadores de impostos a sete chaves, afinal nunca se sabe como vai ser o próximo dia. Vai preservar seu compadrio, apesar de já saber que o caso lava jato pode desaguar em nomes do escândalo do HSBC e ligados à oposição tucana ou a empresários e celebridades que frequentam o circo social dos bens aquinhoados. A verdade é esta: a imprensa familiar se cala e 8.667 brasileiros cometem crime de sonegação com a cumplicidade do HSBC. Lavagem de dinheiro na veia. Com a palavra, a Receita Federal. É isso aí.

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