Impeachment só merece quem tem PC Farias
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O tom de voz é mais suave, ele não é tão furioso quanto o anterior que se assemelhava a Hannibal, o canibal, mas o conteúdo do novo líder do PSDB na Câmara dos Deputados é tão vazio, pretensioso, confuso e golpista quanto o do outro.
Antônio Imbassahy anunciou solenemente, agora há pouco, como convém aos tribunos de sua terra, a Bahia, que a pauta dos tucanos para este ano é a mesma do ano passado: o impeachment.
Nem mesmo o longo período de férias ajudou a arejar a sua cabeça e inserir algumas ideias úteis para o país.
Alheio ao fato de que essa história de impeachment também atrapalha a recuperação da economia e que a oposição não tem votos para derrubar a presidente e, se os tiver, o Senado os derrotará ele pintou um cenário devastador para 2016, mais ou menos semelhante ao dos disaster-movies de Hollywood e disse que cabe ao governo apresentar soluções, ao mesmo tempo em que pedia a cabeça da presidente numa bandeja de prata. Quem está com a cabeça a prêmio tem clima para governar?
O mais preocupante, do ponto de vista da importância que esse partido já teve é que todas suas palavras de fel contra o governo foram proferidas na cara do ainda presidente da Câmara dos Deputados, aquele que começa a responder a acusações robustas que vão de corrupção a contas secretas na Suíça e manipulação de requerimentos e medidas provisórias e que visivelmente conspira contra a investigação de que é personagem no conselho de ética, com toda a reverência e nenhuma ressalva, como se estivesse diante do papa na Praça de São Pedro.
Por um momento, durante o recesso, tanto eu quanto outras pessoas que acreditam no bom senso imaginamos que os tucanos tinham acordado para a realidade de que existe um paradigma nacional para o impeachment.
Impeachment, só de Collor para cima. Collor no mínimo. Não adianta vir com a conversa de que a posteriori o STF o absolveu, todos nós lemos a famosa entrevista da "Veja" em que seu irmão cantou em verso e prosa quem ele era e o que e como fazia, sem contar que ele tinha um PC Farias, cuja morte é um mistério até hoje.
Esse é o paradigma. Impeachment só merece quem tem um PC Farias. E ninguém apresentou o PC Farias da presidente Dilma porque ele não existe.
Se existisse, já teriam encontrado.
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