Impeachment numa hora desta?
"A extensão do seu mandato só contribui para aumentar o número de mortos pela pandemia e de sofrimentos pela miséria, a fome, o desemprego e a precariedade em que vive a maioria da população brasileira", escreve o sociólogo Emir Sader. "Não é necessário esperar as eleições daqui a mais de um ano, com todo o seu regueiro de mortes e sofrimentos"
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Embora posição aceita de maneira generalizada, diante da debacle de apoio e da catástrofe da ação e declarações do Bolsonaro, há quem divirja da apresentação, nesta hora do super pedido de impeachment.
Alegam que, não havendo os dois terços, neste momento, para a derrubada do Bolsonaro, seria uma iniciativa inócua e que, até o favoreceria, pela rejeição pelo Congresso do pedido de impeachment. Poderia aparecer como uma declaração de inocência do Bolsonaro a falta de dois terços para condená-lo no Congresso.
Embora se aceite as dificuldades de obter, neste momento, os dois terços, que levariam ao impeachment, é importante, adequada e oportuna a apresentação, por várias razões.
Em primeiro lugar, para atualizar e concretizar para grande parte da população, da necessidade de um impeachment, porque o Bolsonaro não está em mínimas condições de ser presidente do Brasil. Que a extensão do seu mandato só contribui para aumentar o número de mortos pela pandemia e de sofrimentos pela miséria, a fome, o desemprego e a precariedade em que vive a maioria da população brasileira.
Em segundo lugar, porque é necessário afirmar que há uma saída para a crise atual, que não é necessário esperar as eleições daqui a mais de um ano, com todo o seu regueiro de mortes e sofrimentos. Há uma via institucional, mesmo no marco atual de um regime autoritário, para derrubar um governo que não somente tem um apoio minoritário da população – baixou para a casa dos 20% -, mas, principalmente, porque sua permanência é desastrosa para o povo e para o país.
Em terceiro lugar, porque mesmo se não chegue à votação ou se chegue e não obtenha os dois terços.
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