Impeachment de Temer é batom na cueca

"As acusações de Sérgio Machado de que deu a Temer 1,5 milhões de reais originados de propina que ele auferiu quando foi presidente da Transpetro e Temer vice-presidente da República são as mais graves desde que ele assumiu a presidência interina e também as mais graves já feitas à maior autoridade do Brasil desde os tempos de Collor", afirma Alex Solnik, colunista do 247; para ele, "comparado com o de Dilma, o impeachment de Temer é batom na cueca"

Brasília- DF 16-06-2016 Presidente interino, Michel Temer e o ministro da educação, Mendonça filho anunciando prorrogação do FIES. Foto Lula Marques/Agência PT
Brasília- DF 16-06-2016 Presidente interino, Michel Temer e o ministro da educação, Mendonça filho anunciando prorrogação do FIES. Foto Lula Marques/Agência PT (Foto: Alex Solnik)


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As acusações de Sérgio Machado de que deu a Temer 1,5 milhões de reais originados de propina que ele auferiu quando foi presidente da Transpetro e Temer vice-presidente da República são as mais graves desde que ele assumiu a presidência interina e também as mais graves já feitas à maior autoridade do Brasil desde os tempos de Collor.

Falou-se muito da compra da reeleição e das privatizações de Fernando Henrique, mas ninguém disse que ele pediu ou pôs a mão no dinheiro.

Falou-se muito sobre Lula, mas não passou da coisa de "sabia ou não sabia do mensalão", "sabia ou não sabia que fizeram a reforma no sítio que ele frequentava". Nunca alguém o acusou de pedir dinheiro sujo para si ou para algum amigo.

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De Dilma, então, só se falou que o seu "crime" foram inocentes "pedaladas fiscais".

São acusações perfeitamente factíveis porque quem as fez não foi um inimigo político, ao contrário, é um correligionário do seu próprio partido, do qual ele é o presidente desde a morte de Quércia.

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São factíveis porque, na condição de delator premiado, Machado não pode mentir. Na atual conjuntura, delator pode ser perdoado por roubar – contato que devolva uma parte – mas é castigado por mentir.

Também colabora com a tese da verdade o fato de Machado ter rebatido Temer ao declarar: "Se fosse para pegar dinheiro limpo ele procuraria a empreiteira e não a mim".

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E quem reverberou essas declarações para o Brasil e o mundo não foi um blog qualquer interessado em destruir Temer e sim a maior rede de televisão do país e a quinta maior do mundo.

E que deu a última palavra a Machado, e não a Temer.

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Nem a Veja livrou a barra de Temer, questionando sua "ética" na capa que está nas bancas.

O que também dá veracidade à denúncia é que Temer não tem a menor intenção de processar o denunciante, o que qualquer pessoa no seu cargo faria se tivesse certeza de sua inocência e o que não combina com o discurso de "honorabilidade" que tem empregado nos últimos dias.

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Quem também deu um atestado de verossimilhança a Machado foi o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, que bateu em retirada logo que seu nome veio à baila, confiando na tese de que, longe dos holofotes a sua chance de se safar aumenta consideravelmente.

Temer optou por contra-atacar por meio de um trabalho de relações públicas nos meios de comunicação suscetíveis ao seu charme, falando primeiro, ontem, a Roberto D'Ávila e hoje à rádio Jovem Pan, com o intuito de desqualificar o acusador e desencorajar certas medidas que já devem ter entrado em discussão no PT e no PSOL, tais como uma CPI, que não depende da decisão monocrática do presidente da Câmara e que é o caminho mais rápido até o impeachment, como aconteceu com Collor.

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Comparado com o de Dilma, o impeachment de Temer é batom na cueca.

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