Impeachment de Bolsonaro é clamor nacional

Jornalista Gilvandro Filho avalia que as declarações e ações de Jair Bolsonaro diante da pandemia agravam-lhe a situação e aumentam a sua responsabilidade pelas mais de 100 mil mortes da Covid-19 no Brasil. "O impeachment está pronto como destino de Bolsonaro", afirma

Jair Bolsonaro e cemitério Vila Formosa, em São Paulo.
Jair Bolsonaro e cemitério Vila Formosa, em São Paulo. (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)


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Por Gilvandro Filho, para o Jornalistas pela Democracia 

“O poder do Corona vírus está superdimensionada”.
“É só uma gripezinha”.

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Você, brasileiro, ouviu isto da pessoa que, pela posição que ocupa e pelo exemplo que deveria dar, não podia ter dito tais barbaridades ao se dirigir ao nascedouro da tragédia do Novo Corona vírus. Em seu papel de presidente da República eleito pelo povo, mesmo não sendo a maioria dele, Jair Bolsonaro tinha o dever de não ser o irresponsável que comprovou ser. Viu chegar no Brasil a pandemia e nada fez para enfrenta-la. Pelo contrário, contribuiu de maneira definitiva para agravar o quadro de norte a sul do País. Minimizou os riscos, menosprezando a Covid-19 chamando-a de “gripezinha”.

“Vamos parar com essa histeria”.
“O vírus já está indo embora”.

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Com a doença se alastrando, Bolsonaro aumentou seu leque de atitudes inacreditáveis para um presidente da República. Comandou um bando de celerados que se tornaram inimigos radicais de médicos, enfermeiros e familiares que só queriam cuidar, velar e, em tristes casos, enterrar seus entes queridos. Em todos os casos, o exemplo do presidente foi deletério e criminoso. Mesmo fora do espectro de alucinados feito os “300 do Brasil”, a imagem do presidente abraçando crianças, apertando a mão de idosos, comendo sanduíche na padaria, andando de cavalo pela Esplanada, promovendo aglomerações e desrespeitando as regras mais básicas de higiene e segurança sanitária estimulou as pessoas a fazer o mesmo. Ele foi responsável pelo alastramento da Covid-19 ao estimular a irresponsabilidade de milhares de brasileiros que seguiram o seu padrão.

“E daí? Quer que eu faça o que?”
“Eu sou coveiro?”

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Jair Bolsonaro preferiu atirar contra os seus inimigos ao invés de adotar uma política de saúde minimamente organizada. A imprensa, os trabalhadores, os governadores, os profissionais de saúde tornaram-se os alvos principais contra os quais não teve a menor cerimônia em atacar e difamar. Rasgou a máscara e ensaiou o ditador que sempre pretendeu ser, pondo em risco a estabilidade da República, a Democracia e as instituições, como o Judiciário e o Legislativo. Um comportamento que, um pouco depois, tentaria amenizar ao ver a barafunda que se meteu. Mas já era tarde. Ninguém confia no Messias Paz e Amor, um papel que não combina com o seu estilo grosseiro, mal educado e truculento.

“Cobre do seu governador”.
“Não precisa entrar em pânico”.

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Bolsonaro aumentou sua defesa injustificável de procedimentos que não encontram respaldo nos procedimentos médicos sérios e críveis. O seu papel como garoto propaganda da cloroquina escancarou uma desconfiança sobre os reais motivos de uma defesa tão apaixonada de um medicamento ineficaz e banido de quase todos os países do planeta. Ao mesmo tempo, passou a atacar o seu próprio governo, destituindo dois ministros da Saúde, médicos, e deixando a pasta nas mãos de militares – não médicos, o grande problema – da área logística sem nenhuma familiarização com a Saúde. O Brasil, desde o dia 2 de junho, é uma nau sem rumo em termos de combate à Covid, navega na contramão do que faz o mundo. Transformou-se, mais do que numa vergonha, numa temeridade mundial.

“Tem medo de que? Enfrenta!”
“Vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar”

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Semana passada, o Brasil entrou num patamar aterrador de 100 mil vidas ceifadas não só pela Covid-19. São 100 mil brasileiros mortos por responsabilidade de quem deveria deles cuidar, por dever constitucional. Somos um país sem qualquer plano de enfrentamento da pandemia. Sem rumo. Terreno fértil para charlatanismos como os prescritores de vermífugos e de ozônio por vias improváveis. Sem transparência, sem informes oficiais – um país que se informa por um consórcio informal, da imprensa e dos governos de Estados. Sem ministro da Saúde. Sem governo, sem presidente.

Falta o que para se tomar a única medida razoável diante de um presidente da República que perdeu a governabilidade e a credibilidade, que está na mira até dos tribunais internacionais? As frases ditas por ele e utilizadas neste texto agravam-lhe a situação e aumentam a sua responsabilidade pelas mais de 100 mil mortes da Covid-19 no Brasil. O impeachment está pronto como destino de Bolsonaro.

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Com a palavra o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Rodrigo Maia, a quem cabe por na pauta o que é hoje um clamor nacional.

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