Homossexual, ministra de Mulheres desconcerta homens na Argentina

Ayelén Mazzina foi convidada pelo presidente Alberto Fernández a assumir o ministério das Mulheres, Gênero e Diversidade da Argentina

Ayelén Mazzina e Alberto Fernández
Ayelén Mazzina e Alberto Fernández (Foto: Reuters)


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A ministra de Mulheres, Gênero e Diversidade da Argentina, Ayelén Mazzina, de 32 anos, está desconcertando os homens mais conservadores da política argentina. Cientista política, feminista e homossexual, Mazzina é ativista pelos direitos igualitários no país. Antes de ser ministra, ela organizou o “Encontro Plurinacional de Mulheres, Lésbicas, Transexual, Travesti, Bisexuais, Intersexuais e Não Binário”, que reuniu mais de 130 mil pessoas na sua província natal, de San Luis. Um mês depois, em outubro de 2022, Mazzina foi convidada pelo presidente Alberto Fernández a assumir a pasta, após a saída da então ministra Elizabeth Gómez Alcorta.

Em suas redes sociais, ela defende que cada pessoa deve escolher sua opção de sexo, sem pressões da sociedade. “Minha avó me dizia que algum dia eu me curaria. Mas eu não estava doente e, por sorte, ela entendeu. Entendeu que minha felicidade é amar e sendo livre. Que o amor e o desejo são inegociáveis”, tuitou, na véspera do Dia Internacional da Mulher (#8M).

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Peronista como a ex-presidente e vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e Alberto Fernández, ela gerou criticas públicas de um dos principais referentes do peronismo opositor, o Auditor Geral da Nação, Miguel Ángel Pichetto. Ex-senador, ele é presidente do partido Encontro Republicano Federal e costuma dizer, nas entrevistas que concede, frases como “este é o século da mulher” e “as mulheres devem ter os mesmo direitos que os homens”. Mas numa entrevista recente ao canal LN+, de Buenos Aires, disse que o Ministério das Mulheres deveria ser ocupado por uma mulher. “O ministério de Mulheres está sob o comando de uma lésbica. Poderiam ter colocado ali uma mulher. (Mazzina) é uma ‘chica’ que é lésbica”, disse.

Mazzina recebeu forte apoio nas redes sociais e do governo Fernández. “Sou mulher, lésbica, feminista e ministra das Mulheres, Gêneros e Diversidade da Nação”, respondeu. A ministra desafiou o político a debater a ‘Educação Sexual Integral’ (ESI) com ela – “quando ele achar que está preparado (para o debate)”. Criado há 15 anos, o programa ESI oferece educação sexual para crianças e adolescentes nas escolas do país. Pichetto justificou suas palavras, dizendo que a ministra não tinha condenado a morte de um menino de cinco anos, vítima de violência física em casa, porque a mãe e a mulher dela têm a mesma orientação sexual que a de Mazzina. 

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As mulheres foram condenadas à cadeia perpétua e a ministra já tinha declarado que “existem duas responsáveis diretas que devem ser condenadas pela Justiça” – uma referência ao caso. Ela também disse que o crime acabou sendo motivo para o questionamento sobre o feminismo. Nesta semana, o Ministério foi criticado por mulheres políticas da oposição, reunidas na frente Juntos por el Cambio (Juntos pela Mudança), da qual o ex-senador e o ex-presidente Mauricio Macri fazem parte. Neste ano de eleição presidencial, prevista para ser realizada em outubro, a pasta de Ayelen Mazzina entrou na disputa da crescente corrida eleitoral.

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