Hollande, "le vampire"

Agora, conte-nos, m'sieur Hollande, quem criou o Estado Islâmico, que lhe chama de "imbecil"?

Presidente francês, François Hollande, no Palácio do Eliseu em Paris. 19/01/2015 REUTERS/Philippe Wojazer
Presidente francês, François Hollande, no Palácio do Eliseu em Paris. 19/01/2015 REUTERS/Philippe Wojazer (Foto: Leopoldo Vieira)


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E o Estado Islâmico explodiu a Cidade Luz. Uma barbárie nas barbas de uma das principais potências militares do planeta. Como são preparados em armas, inteligência e dinheiro esses terroristas, não?!

Agora, conte-nos, m'sieur Hollande, quem criou o Estado Islâmico, que lhe chama de "imbecil"?

Sei pelo menos como ele cresceu: com a devastação da Síria na guerra civil que já matou 250 mil e fez de cidadãos a párias refugiados 11 milhões de homens, mulheres e crianças, insuflada pela aliança de champanhes e hambúrgueres contra Bashar Al-Assad, apenas um nacionalista árabe, que governava um país com bem-estar e em desenvolvimento, até chegar a "coalizão" e a "oposição moderada", que nunca escondeu seu patrocínio militar oriundo do Ocidente, atalho pelo qual o Estado Islâmico se armou. Isso não para dizer apenas o público, reconhecido oficialmente na imprensa, sem adentrar nas teorias de conspiração.

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Há que se falar na "liberdade de deboche" e racismo do Charlie Hebdo, que humilhou a população franco-muçulmana e semeou a adesão, ainda que por omissão, ao caminho que levou às labaredas e chafarizes de sangue deste 13/11 de 2015.

O Estado Islâmico aplaude o fechamento das fronteiras e a "resposta implacável" prometida. Disso ele se alimenta. Talvez, para isso o atentado. Talvez para mais: para girar para atrás a roda favorável às reformas em favor dos imigrantes e refugiados, sejam do México, sejam da Síria, que estava em curso após a fotografia de Aylan Kurdi. Roda esta que fez a de direita Angela Merkel enfrentar a extrema-direita alemã e Barack Obama declarar, após fazer aprovar a nova lei de imigração, que a América fora e sempre será também construída pelos imigrantes. Coube ao povo parisiense pagar o preço na mesma "comanda" dos refugiados da barbárie que ocorre do outro lado do mar, que tem o dedo pusilanime do m'sieur Hollande.

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Aliás, este é um presidente francês que revela o quão dissonante a França está da alcunha de "Berço da Humanidade". É um "líder" que se alimenta de sangue, seja o do atentado contra o próprio Charlie Hebdo, seja este agora, após sua popularidade ter sido dizimada quando descumpriu tudo o que prometeu na eleição, quando prometeu políticas sociais, de infraestrutura para retomar o crescimento, empregos e enterrar a austeridade. Um tecnocrata academicista formado na ENA (Escola Nacional de Administração) que não está à altura dos desafios destas primeiras duas décadas do século XXI, onde, após apenas 400 anos do primeiro uso de um telescópio por Galileu, período correspondente a um segundo se a existência do Universo fosse comprimida a um dia terrestre, está em disputa se seremos uma espécie interestelar ou sucumbiremos na misantropia e no liberalismo econômico radical.

Neste caso específico, que o "brie" vire tempero de strogonoff e a Europa e Oriente Medio, isto é, as suas populações, possam viver em paz.

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