Hoje é dia de esquecer Getúlio
"Não concordo com o endeusamento de Getúlio Vargas. No dia de seu suicídio, a imprensa costuma elevá-lo à condição de mártir. Mas foi um algoz da democracia. Um golpista. Ele não foi o "pai dos pobres", como querem seus admiradores, mas o "pai dos golpes". O golpe de 64 é um de seus filhotes. O de 2016 é outro", escreve Alex Solnik,
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Não concordo com o endeusamento de Getúlio Vargas.
No dia de seu suicídio, a imprensa costuma elevá-lo à condição de mártir. Mas foi um algoz da democracia. Um golpista.
Ele não foi o "pai dos pobres", como querem seus admiradores, mas o "pai dos golpes".
O golpe de 64 é um de seus filhotes.
O de 2016 é outro.
Por trás daquele sorriso maroto e cínico, por trás das marchinhas de encomenda compostas em sua homenagem escondeu-se uma personalidade pérfida e destrutiva que ensinou ao Brasil os golpes políticos, o cinismo e a tortura.
Não podemos esquecer que o que tem sido chamado de "Revolução de 30" foi um golpe civil-militar em que um presidente ainda no poder – Washington Luis - foi preso e o eleito, Júlio Prestes, impedido de assumir sob o mesmo pretexto usado por Aécio Neves em 2014: fraude eleitoral. Uma acusação fortuita e inverídica, já que Júlio Prestes tivera apoio em 17 estados e Getúlio em apenas três.
Não podemos esquecer que depois de seu segundo golpe, o de 37, ele fechou o Congresso Nacional, liquidou os partidos políticos, queimou os livros de Jorge Amado e as bandeiras estaduais.
Foi um notório admirador de Hitler. Criou o DIP à imagem e semelhança do Ministério da Propaganda de Goebbels.
Durante seu governo ilegítimo as bandeiras nazistas tremulavam no Rio de Janeiro e os desfiles dos nazistas tupiniquins tomavam as principais avenidas. Integralistas tiveram grande espaço em sua ditadura.
Ele só aderiu a Roosevelt ao perceber que Hitler perdia a guerra, mas, até então fez declarações favoráveis à invasão da Europa. E bajulava o maior assassino de todos os tempos enquanto milhões de pessoas morriam nos campos de concentração nazistas.
Os que se opunham à sua ditadura eram castigados com as torturas mais cruéis de que se tem notícia. Por obra do DIP, cuja principal atividade, além de censurar jornais, livros e filmes como "O grande ditador" foi cultuar a sua imagem.
Em quase todas as cidades do Brasil há uma avenida com seu nome, menos em São Paulo, que se rebelou contra seus desmandos.
Graças a ele o nazismo e o integralismo conquistaram seguidores entre os cariocas e seu exemplo mais explícito é o deputado Jair Bolsonaro, aquele que no dia do impeachment saudou o maior torturador da ditadura militar de 64.
Hoje não é dia de lembrar Getúlio Vargas. É dia de esquecê-lo.
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