Heróis da resistência

Não há quem duvide da desumanidade que foi o nazismo. Então, por que alguns ainda questionam as atrocidades aqui cometidas pela ditadura? O crime de lesa-humanidade é um só



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O ano de 1964 talvez nunca termine. Até hoje aparecem novos dados. E ainda há muitas informações inéditas sobre os anos de chumbo nos arquivos da ditadura.

Tantas opiniões e análises que ficou difícil a resposta exata. A certeza que sempre tive foram a valentia, humanidade e idealismo daqueles que deram suas vidas em prol de uma sociedade menos desigual, de uma nação mais justa e democrática.

De todos esses guerreiros e guerreiras que bravamente resistiram e que com sua coragem tentaram mudar o curso da história, marcou-me bem fundo n'alma o jovem Stuart Angel. Filho de pai americano e da estilista brasileira Zuzu Angel, Stuart, militante do MR-8, era um jovem da elite carioca que poderia estar, naquele momento, usufruindo de todos os prazeres mundanos que o dinheiro proporciona, mas preferiu sonhar ter um Brasil melhor para todos. Morreu, covardemente, nas mãos de seus algozes.

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Sua mãe, Zuzu Angel, em sua incansável luta por justiça, tornou-se símbolo da resistência à ditadura. Usava manchas vermelhas e pássaros engaiolados em seus desfiles de coleções para chamar a atenção do mundo. Acabou também morta pelo regime militar.

Não há quem duvide da desumanidade que foi o nazismo. Então, por que alguns ainda questionam as atrocidades aqui cometidas pela ditadura? O crime de lesa-humanidade é um só.

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Na vizinha Argentina, numa reunião da Operação Condor – organização fundada para integrar os exércitos do Cone Sul no combate ao terrorismo e subversão -, o general Saint Jean, nomeado interventor na província de Buenos Aires à época, vocifera:

"Primeiro, mataremos todos os subversivos. Depois, seus colaboradores. Mais tarde, os seus simpatizantes. Então, mataremos os que permanecerem indiferentes. E, finalmente, vamos matar os indecisos..."

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Um serial-killer fardado. Alguma diferença a Hitler?

Todas essas palavras acima escritas estão impregnadas da emoção do recente depoimento da ex-presa política Sônia Hypólito. "Eu me

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orgulho de ter me desprendido de todos os meus 'eus' e consegui assumir uma causa que era por todo o povo, toda a sociedade. O individualismo não existia. Nós éramos combatentes da liberdade, por um mundo melhor para todos".

O coletivo sobreposto ao individual. Jovens que tinham orgulho da luta pelo próximo. O outro era a extensão do seu eu. Fato raro em tempos atuais cada vez mais egoístas.

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