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1) Os mandantes e as motivações do bárbaro assassinato de indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips têm que vir à tona o mais rápido possível. Sem pressão nacional e, sobretudo, internacional, pairam chuvas e trovoadas sobre a independência da Policia Federal comandada por Bolsonaro para produzir investigações isentas, rigorosas e detalhadas.
2) O desmonte da Fundação Nacional do Índio levada a cabo por Bolsonaro desde 2019 reflete o ódio que o chefe do governo brasileiro devota aos povos originários. Essa política, que levou ao afastamento de Bruno Araújo da coordenação do setor que cuida de índios isolados, faz parte de um projeto maior do governo de aniquilar os povos indígenas.
3) O garimpo ilegal nas terras indígenas chegou a tal ponto de naturalização entre os conservadores que se transformou em projeto de lei, que só não foi aprovado pela Câmara dos Deputados ainda devido à resistência organizada dos índios e à mobilização da sociedade civil brasileira.
4) Os 305 povos indígenas são guardiões de 1,62 milhões de quilômetros quadrados de vegetação nativa presentes em seus territórios. Constitui-se, portanto, em séria ameaça de agravamento da crise climática global a tese inconstitucional da direita e da extrema-direita brasileira, que está para ser julgada pelo STF, conhecida como marco temporal. Essa excrescência jurídica prevê que os povos indígenas só podem reivindicar a demarcação dos territórios nos quais se encontravam a partir de 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição da República.
5) As estruturas dos órgãos de defesa do meio ambiente, como Ibama e ICMBio vêm sendo fragilizadas na Amazônia, tanto no que se refere a recursos humanos como materiais. Os contingentes que sobraram são claramente insuficientes para coibir a ação criminosa de pescadores, madeireiros e garimpeiros ilegais. O governo, por omissão ou incentivo aberto do presidente da República, tem responsabilidade direta no recorde dos índices de destruição da floresta, que está se transformando em pasto em um ritmo jamais visto na história. Tudo para favorecer os pecuaristas, aliados de primeira hora de Bolsonaro.
6) Para completar o quadro de abandono, que faz da Amazônia uma terra sem lei à mercê de criminosos, o Exército negligencia com seu papel de patrulhar as fronteiras e a Polícia Federal, enfraquecida na região propositalmente por Bolsonaro, não dá conta de agir com o rigor e a amplitude necessários. Enquanto isso, pistoleiros e narcotraficantes ganham terreno e se consolidam na região.
7) Muito além de um governo incompetente e leniente com a atuação de delinquentes de todos os matizes, o que se vê na prática, na Amazônia, é uma convergência de interesses políticos e econômicos entre o governo federal e a criminalidade, formada por desmatadores, sabotadores dos direitos dos povos originários, caçadores, pescadores, garimpeiros e madeireiros ilegais, além de traficantes de drogas e matadores de aluguel, que têm como alvo preferencial os defensores dos direitos humanos.
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