Hay Hitler? Soy contra!



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Um livro não é só um livro. Editores brasileiros estão planejando lançar "Minha luta" de Adolf Hitler, agora que seus direitos autorais se esgotaram. Um deles é Luiz Fernando Emediato, da Geração Editorial que garante, em sua defesa – se o livro precisa de defesa há algo de errado – que será uma edição crítica e antinazista. Já circula, contudo, na internet, material de divulgação que traz um Hitler magnânimo e o título "Minha Luta" tão altissonante quanto "Os Dez Mandamentos". Sem nenhuma visão crítica.

Para ser um livro antinazista –e eu já disse ao Emediato, com quem tenho relações cordiais - o Hitler da capa deveria estar desfigurado e caracterizado como vilão abominável e o título, em vez de "Minha Luta", deveria ser algo como "O depoimento alucinado de um homicida em série que ele chamou de 'minha luta'".

O livro tal como é não passa de um libelo antissemita que não só ofende a todos os judeus em particular, mas também aos que respeitam e defendem os direitos humanos, pois estimula a odiar judeus, mas também pode se transformar facilmente em combustível para vitaminar ainda mais a turma da extrema-direita liderada pelo Bolsonaro que deu as caras nas passeatas verde-amarelas e dar mais um fôlego ao impeachment. Eu me sinto ofendido, como judeu e como ser humano. Mas as consequências mais graves podem dizer respeito à política.

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Livro que estimula a matar pessoas – sejam judeus, cristãos, negros ou amarelos - não é literatura, por isso não se enquadra em parâmetros da liberdade de expressão. Panfleto de homicida não merece divulgação em hipótese alguma. Para tudo há limites. Ninguém pode sair por aí pregando assassinato de quem quer que seja, senão é a volta à barbárie.

O perigo de que um livro como esse abra mais uma vez a caixa de Pandora é real na atual conjuntura.

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