Haddad está no páreo e busca centro-esquerda
"Fernando Haddad disse que não disputará as eleições para a prefeitura de São Paulo no ano que vem, alegando que não quer repetir experiências. Para muitos, porém, demarcou território e, indiretamente, deixou claro que seu nome continua disponível para a candidatura à presidência em 2022 – que se tornará mais viável se forem bem sucedidas as conversas na centro-esquerda", destaca Helena Chagas, sobre a entrevista do ex-prefeito a Miriam Leitão
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Por Helena Chagas, de Os Divergentes e Jornalistas pela Democracia - Depois de longo e tenebroso inverno, Fernando Haddad reapareceu diante dos holofotes em entrevista a Miriam Leitão na GloboNews na noite desta quinta. Na condição de professor, falou antes de educação e depois de política, mas deu o recado necessário aos bons entendedores neste momento: está trabalhando na reunificação do campo da centro esquerda, inclusive junto à ala do PSDB que estaria insatisfeita com o fato de “Doria estar se confundindo com Bolsonaro”.
Haddad citou expressamente nomes como Flavio Dino (PCdoB), Ricardo Coutinho (PSB), Guilherme Boulos (Psol), além dos tucanos mais à esquerda, como interlocutores nesse entendimento.
O ex-prefeito de SP e candidato do PT em 2018 fez essas afirmações ao ser perguntado por que, apesar dos 47 milhões de votos, não se tornou um grande líder do PT e vem mantendo um comportamento “low profile”. Desconversou, dizendo que nunca participou muito de perto das articulações internas da máquina petista, mas que continua atuando como sempre atuou.
Fernando Haddad disse que não disputará as eleições para a prefeitura de São Paulo no ano que vem, alegando que não quer repetir experiências. Para muitos, porém, demarcou território e, indiretamente, deixou claro que seu nome continua disponível para a candidatura à presidência em 2022 – que se tornará mais viável se forem bem sucedidas as conversas na centro-esquerda.
Muitas águas ainda vão rolar até lá, inclusive o Congresso petista que, ainda este ano, elegerá a nova direção do partido – de quem dependerão os rumos a serem tomados na eleição presidencial. Acima dela, só o ex-presidente Lula, que poderá sair da cadeia em breve e liderar o processo.
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