Há alguém de direita aí?

O eleitorado conservador está aí. Falta uma legenda com estratégia e coragem para se posicionar como tal. Alguém se habilita?



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Bem, tirando o Reinaldo "Rottweiler" Azevedo, há alguém de direita no Brasil? Se tiver, levanta a mão que a gente providencia urgente uma entrevista com esse exótico personagem.

Nós, e o pessoal do Diário de de Pernambuco, andamos pesquisando por aí. Apareceram alguns caras, mas mesmo admitindo ser de direita, eles não convencem muito.

Usam os tais "punhos de renda" a que a analista Dora Kramer fala. Ou seja. Enquanto a esquerda mostra a cara ostensivamente (eu acho que até demais), a turma da direita se encolhe.

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É claro, Dora Kramer se referia ao embate de Lula com seus rivais (perdão, são os rivais da Dilma). Enquanto Lula fala grosso e até ameaça voltar em 2018 para um acerto de contas, as respostas do Aecinho e do Eduardinho se limitam a muchochos, quase suspiros de lamentação pelo tom como sempre desbocado do ex-presidente.

A única voz que manifesta uma justificada indignação diante de tamanha ameaça (do ponto de vista dela a volta de Lula em 18 seria uma ameaça) é a voz frágil, quase inaudível, da Marina Silva.

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Se bem que no caso estaríamos admitindo que Lula tem uma sólida formação esquerdista, o que sabidamente não é verdade. Lula é, antes de tudo, lulista.

A partir daí, podem chamar o ex-presidente de esquerdista, direitista, universalista, o que quiserem. Só não o chamem de neo-liberal, que ele vai se fingir de ofendido. Porque, no Brasil, neo-liberal virou sinônimo de direita.

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Mas voltando ao tema "existe algum brasileiro de direita no país?", se analisarmos, por exemplo, os comentários das postagens do deputado Ronaldo Caiado nas redes sociais, fica evidente o apreço de muitos eleitores pelas propostas nitidamente de direita.

Elas estimulam o candidato (que seria o segundo direitista, logo abaixo do Rottweiler) a ser uma forma de contraponto real à política de esquerda do PT.

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Essa constatação confirma o espaço que existe no país para uma sigla que assuma um perfil mais claramente conservador.

Em entrevista concedida ao Diário, o coordenador do Centro de Estudos Legislativos da UFMG, Carlos Ranulfo Melo, afirmou que se algum partido levantasse a bandeira neoliberal (ou seja, de direita), se tornaria uma referência.

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"O neoliberalismo é um negócio muito forte no mundo. Uma sigla com perfil coerente ajudaria. Existe uma impressão engraçada no Brasil de se achar que no país só existem partidos fortes do centro para a esquerda. Mas o Brasil é conservador, o eleitor brasileiro não é eleitor de esquerda. Pelo contrário. É eleitor de centro para a direita", definiu com muita propriedade o professor.

Há duas semanas, pesquisa do Datafolha atestou que no Brasil existe um percentual bem mais amplo de eleitores identificados com valores de direita do que de esquerda.

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No placar, a primeira ala soma 49% da população, e a segunda, 30%.

Mas mesmo com uma frente de quase vinte pontos percentuais, os eleitores afinados com a direita não devem causar impacto nos índices de intenção de voto para presidente em 2014.

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A realidade dos números confirma o que defende o professor. O eleitorado conservador está aí. Falta uma legenda com estratégia e coragem para se posicionar como tal.

Alguém se habilita?

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