Há 6 anos, morria no Rio de Janeiro, Almir Guineto

"Almir Guineto, um bamba"

Sambista Almir Guineto
Sambista Almir Guineto (Foto: José Barbacena)


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Rio - Já conhecia Almir Guineto das rodas de samba do Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos.

Compositor de grandes sucessos, destacava-se, também,  pelo modo extremamente original de executar o banjo - instrumento adaptado com um braço de cavaquinho, que ele introduziu no samba - que afinava à moda das últimas cordas do violão e palhetando-as velozmente, fazendo-as tremular conforme o suingue do repique de mão e do tantã.

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Um dia, Tiãozinho, um amigo - divulgador da gravadora RGE - apareceu com Almir Guineto para uma entrevista.

Ele invadiu os estúdios da Rádio 96 FM como sempre, no seu estado habitual — em ebulição.

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Acabara de lançar seu sétimo LP pela RGE, o gostoso “Pele de Chocolate”.

Fomos, eu e a Irene, escalados para entrevistar um dos fundadores do grupo “Fundo de Quintal”, que depois de deixar o grupo, seguia sua carreira solo.

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Regada à cerveja e uísque, a entrevista foi uma das melhores que fizemos.

Almir falou da infância no Morro do Salgueiro, do contato ainda na infância com o samba - seu irmão, Chiquinho, foi um dos fundadores dos "Originais do Samba".

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Falou do pai Iraci de Souza, violonista do grupo “Fina Flor do Samba”, da mãe, dona Nair (mais conhecida como “Dona Fia”), compositora e uma das principais figuras da Acadêmicos do Salgueiro.

E do tio Mazinho, que tocava banjo no Salgueiro, e foi quem lhe deu a inspiração para levar o instrumento para o samba.

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Revelou que no final dos anos 70 mudou-se para São Paulo e tornou-se cavaquinista dos “Originais do Samba”, onde gravou seu primeiro samba: “Bebedeira do Zé”.

Falou da volta ao Rio - no início dos anos 80 - e como, junto com os amigos Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany, fundou o grupo “Fundo de Quintal”.

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E, claro, falou do disco da RGE.

Almir falava pelos cotovelos. Foram duas fitas cassetes gravadas. No final da entrevista, Almir se aproximou da janela, e ainda com o copo na mão, sentou-se no parapeito - no terceiro andar do prédio - e comentou: “A vista daqui é muito bonita”.

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Tiãozinho quase teve um treco.

Almir era assim, intenso e em constante ebulição.

O sambista faleceu no dia 5 de maio de 2017, no Rio de Janeiro.

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