Guerra ou paz, de que lado você está?
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“O que é preciso é constituir um grupo com força suficiente para ser respeitado numa mesa de negociação. E se sentar com os dois lados” - Presidente Lula.
Muita gente não consegue entender o quão revolucionária é a posição de Lula no que diz respeito à Guerra entre Rússia e Ucrania.
Desde o encontro bilateral no Planalto com o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, passando pela visita a Biden nos EUA, até chegar ao seu discurso na China, o filho de Dona Lindu escandaliza muita gente porque propõe algo tão incomum à humanidade nos últimos 123 anos, Lula propõe PAZ.
O que há de revolucionário na proposta de Lula? Falar numa cultura da paz num mundo em que pouca gente fala em paz.
Lula fala em envolver e dotar as crianças e os adultos de uma compreensão dos princípios e respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade. Parece pouco ou ingênuo, mas não é, é revolucionário.
É tão revolucionário quanto desafiador, tanto que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o ano 2000 como o Ano Internacional por uma Cultura de Paz e um grupo de Prêmios Nobel da Paz esteve reunido e juntos redigiram o "Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz e Não-Violência.Lula propõe respeitar a vida, rejeitar a violência, ser generoso, ouvir para compreender, preservar o planeta, redescobrir a solidariedade. Será que somos capazes? Cada líder, que ame seu povo e seu país, deveria assumir o compromisso de difundir a Cultura da Paz; não podemos seguir indiferentes às guerras e ao sofrimento que ela traz e espalha, nem aos filhos e país que morreram, morrem e morrerão em nome da democracia, da paz, da honra...
Sempre há justificativas e razões heroicas para guerras, mas a verdade é que as guerras são sempre por dinheiro e poder, mas uma reflexão sobre a verdade que a História nos oferece, nos leva à conclusão de que o século XX foi permeado por guerras, em todas as suas décadas, sendo que as duas grandes guerras marcaram-no profundamente.
Podemos citar algumas: a Guerra Russo-Japonesa (1904 - 1905); a Guerra dos Bálcãs (1912 - 1913); Guerra do Contestado (1912 - 1916); a revolução russa de 1917 seguida de uma Guerra Civil de 1918 a 1922; Grande Guerra; Guerra do Chaco (1932 - 1935); Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939); II Grande Guerra; Guerra de 41 (1941); Primeira Guerra da Indochina (1946 - 1954); Primeira Guerra Caxemira (1948 - 1949); Guerra da Coreia; Guerra da Argélia (1954 - 1962); Guerra Colonial Portuguesa (1961 - 1975); Guerra de Independência de Angola (1961 - 1975); Guerra de Independência da Eritreia (1961 - 1991); Guerra da Independência de Moçambique (1964 - 1975); Guerra do Vietnã (1964 – 1973); Guerra Civil na Colômbia (1964 – 1980); Segunda Guerra Caxemira (1965); Guerra da Independência da Namíbia (1966 - 1988); Guerra dos Sete dias (1967); Guerra do Futebol ou Guerra das 100 horas (1969); Guerra de Bangladesh (1971); Guerra do Yom Kipur (1973 - 1973); Ocupação soviética do Afeganistão (1979 - 1989); Guerra Irã-Iraque (1980 - 1988); Guerra das Malvinas (1982 - 1982); Primeira Guerra do Líbano (1982); Guerra de Nagorno-Karabakh (1988 - 1994); Guerra do Golfo (1990 - 1991); Guerra da Bósnia (1992 - 1995); Primeira Guerra da Chechênia (1994 - 1997); Guerra do Cenepa (1995); Guerra do Kosovo (1996) - (1999); Guerra Etíope-Eritrea (1998 - 2000); Guerra de Kargil (1999); Guerra do Kosovo (1999); Segunda Guerra da Chechênia (1999 - atualidade).
E há as guerras deste século XXI: Invasão Afegã pelos Estados Unidos (2001 - 2002); Guerra do Iraque (2003 – agosto de 2010); segunda guerra do Líbano (2006); Operação Chumbo Fundido (2008 – 2009) e a invasão da Ucrania pela Rússia.
Quem ganha com as guerras além do setor bélico, notadamente o estadunidense, e sua lógica de estímulo econômico? Não se trata de argumento “antigo” de “petralha e esquerdalha”, mas fatos históricos.
O professor Gilson Dantas, pesquisador independente e doutor pela UnB, lembra que os EUA mergulharam na sua mais violenta crise - a maior crise geral da era do capitalismo financeiro, até a de 2007 – seguida da prolongada depressão econômica dos anos 1930, e só retomaram importantes taxas de crescimento através dos gastos militares colossais da II Guerra Mundial.
Ou seja, no processo de combate à economia de guerra nazista, os EUA se converteram em potência imperialista baseada na “indústria de guerra permanente e na ocupação militar de quase todo o mundo capitalista”, e desde então podemos contar nos dedos os conflitos bélicos nos quais o país do “Tio Sam” não está metido.
O método é o seguinte: o Estado, como gastador-consumidor, assume despesas desproporcionais (keynesianas) de natureza militar, incentiva ou inventa guerras, pois elas são a solução todas as vezes que o sistema vê-se em crise.
Nessa dinâmica os gastos públicos com armas envolvem pesados créditos que o governo vai buscar lá no capital rentista privado, numa relação estreita entre o gasto militar e o aumento do capital especulativo circulante, estabelecendo-se fortes relações políticas promíscuas entre os grandes grupos do capital financeiro e o Estado.
A II Guerra Mundial, às custas de quase 80 milhões de mortos, e da destruição de uma massa gigantesca de forças produtivas, foi o preço para os EUA saírem da estagnação, afirmando-se como potência hegemônica de primeira ordem.
Enfim, não há nada de santo, nobre ou honrado nas guerras, é sempre por dinheiro e poder, por isso Lula está certo e todos os países precisam pensar sobre a PAZ.
Essas são as reflexões.
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