Guerra ou "Pacem in Terris", o que você escolhe?
“A paz na terra, anseio profundo dos homens de todos os tempos, não se pode estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus”
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Lula no G7 tem apresentado reflexões fundamentais àqueles que, mesmo críticos a ele e aos seus governos, conseguem identificar a urgência do mundo voltar a falar de paz e encontrar uma forma eficiente de praticá-la.
A humanidade que quer ir a Marte, não pode mais desrespeitar-se.
Um pouco de História – O século XX teve início efetivo em 1914, em razão da Primeira Guerra Mundial e o século XXI começou, de fato, em 11 de setembro de 2001, com o ataque terrorista ao coração do Império. A resposta dos EUA foi a chamada “guerra ao terror”, que além de fracassada gerou mais conflitos e guerras. Ela tornou-se uma guerra sem fronteiras; uma guerra “que não é definida com precisão, nem temporal nem geograficamente. É travada globalmente”, conforme Johannes Thim, da Fundação de Ciência e Política de Berlim.
Os EUA aplicam em 85 países o seu “método” antiterrorista, ou seja, há 85 países que sofrem alguma iniciativa “antiterrorismo”, a qual já matou mais de 1 milhão de pessoas em combate, sendo que metade eram civis.
Os mais iguais - O mundo todo se preocupa, se mobiliza e se solidariza com os ucranianos, em razão da irracional e ilegítima agressão que sofre da Rússia, é justa e necessária a mobilização e solidariedade, no entanto, quando comparada a outros conflitos que existem pelo mundo hoje, podemos afirmar que há mais mortes e sofrimento humano sendo causado em outras guerras que recebem menos atenção e ajuda internacional.
É o caso do conflito do Iêmen, que já dura pelo menos 11 anos, com mais de 250 mil mortos e 2,5 milhões de crianças em desnutrição aguda; falta água potável e atendimento médico à população; a ONU classifica o Iêmen como a pior situação humanitária do mundo, mas segue longe dos holofotes.
Também longe dos holofotes diplomáticos internacionais está uma guerra que começou em novembro de 2020 na Etiópia entre o governo central e um partido político na região de Tigré; estima-se que mais de 9 milhões de etíopes precisam de algum tipo de ajuda humanitária. Há relatos de crimes de guerra, como chacina de civis e estupros em massa. Mas a imprensa ignora.
Há, pelo menos, mais uma dúzia de guerras acontecendo em pleno século XXI.
O jornalista argelino-canadense Maher Mezahi afirmou que “Foi surpreendente em nosso continente perceber que nem todos os conflitos armados são tratados com a mesma falta de determinação que muitos dos combates na África recebem”.
Será que em pleno século XXI a humanidade não aprendeu nada e não consegue arbitrar seus conflitos de forma civilidade? Por que a “solução” sempre envolve conflitos armados, mortes e destruição?
Gosto de recorrer e compartilhar algumas passagens da encíclica "Pacem in Terris” - que me foi apresentada pelo Professor Francisco Rossi -, na qual São João XXIII, inspirado pelo Espírito Santo, exorta "sobretudo aos chefes das nações, que não poupem esforços, enquanto o curso dos acontecimentos humanos não for conforme à razão e à dignidade dos homens”, também para que seja eliminado o risco dramático de uma guerra nuclear”. Se todos concordam na força suprime do diálogo e que a corrida armamentista e o risco de um conflito atômico podemos dizer que essas palavras de João XXIII ressoam como se estivessem ligadas ao nosso próprio tempo: "Os armamentos são normalmente justificados com o argumento de que se a paz é possível hoje, ela só pode ser baseada em um equilíbrio de forças. Portanto, se uma comunidade política se arma, as outras comunidades políticas devem acompanhar o ritmo e se armar. E se uma comunidade política produz armas atômicas, as outras também devem produzir armas atômicas de igual poder destrutivo".
Dito isso, passo a comentar a visita de Lula a Hiroshima, onde em 1945 os EUA utilizaram, pela primeira vez na história, bombas atômicas.
O nosso presidente disse: “Hiroshima é o cenário propício para uma reflexão sobre as catastróficas consequências de todos os tipos de conflito. Essa reflexão é urgente e necessária. Hoje, o risco de uma guerra nuclear está no nível mais alto desde o auge da Guerra Fria”.E, em linha com a ONU e com o "Pacem in Terris, Lula afirmou que “As armas nucleares não são fonte de segurança, mas instrumento de extermínio em massa que nega nossa humanidade e ameaça a continuidade da vida na Terra”, afinal, enquanto existirem armas nucleares, “sempre haverá a possibilidade de seu uso”.Lula disse que o Brasil repudia o uso da força como meio de resolver disputas, e, que “Condenamos a violação da integridade territorial da Ucrânia”. Guerras causam o “sofrimento humano, a perda de vidas e a destruição de lares. (...) Israelenses e palestinos, armênios e azéris, cossovares e sérvios precisam de paz. Yemenitas, sírios, líbios e sudaneses, todos merecem viver em paz. Esses conflitos deveriam receber o mesmo grau de mobilização internacional. No Haiti, precisamos agir com rapidez para aliviar o sofrimento de uma população dilacerada pela tragédia. (...) Há anos o Brasil vem dizendo que o problema do Haiti não é só de segurança, mas, sobretudo, de desenvolvimento.”Cuidou de falar sobre a urgência de uma nova governança global; lembrou que o Brasil vive em paz com seus vizinhos há mais de 150 anos; que a América Latina é uma região sem armas nucleares, assim como a África é uma zona de não proliferação nuclear no Atlântico Sul, pois “É inadiável reforçar a ideia de que a cooperação, que respeite as diferenças, é o caminho correto a seguir.”
Ou seja, o Brasil levou ao G7 a proposta de um mundo de paz e desenvolvimento. Você escolhe a paz ou seguiremos celebrando a estupidez humana.
Essas são as reflexões.
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