Guerra da vacina desvia atenção do calote no 13º salario
Agrava a situação das empresas de pequeno porte, principalmente, se acabar o auxílio emergencial a partir do próximo ano
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Agrava a situação das empresas de pequeno porte, principalmente, se acabar o auxílio emergencial a partir do próximo ano.
Bolsonaro desvia a atenção do assunto, levantando guerra das vacinas, polarizando opiniões e dando a entender que ele pirou, usando suicídio como arma política, escandalizando geral.
Pode ser armação calculada.
As micro e pequenas empresas não foram até agora assistidas suficientemente.
Estão sem capital de giro para pagar o 13º.
Em situações normais já é difícil, imagina com a pandemia!!!
A dificuldade em pagar o 13º irá estrangular mais ainda o setor terciário, que depende dessa injeção de capital para aquecer o fim de ano…
13º nunca virou economia na mão do trabalhador!!!
Gasta tudo!!
Sem ele, não tem o que gastar!
Não chegou até hoje o dinheiro que o governo repassou aos bancos, a partir de março, para socorrer as micro e pequenas empresas, verdadeira base social da economia, responsáveis por 90% da oferta de emprego.
A grana ficou empoçada no caixa dos banqueiros.
Fazer o que com o dinheiro, se podem levar cano dos devedores, sem garantia para dar-lhes?
O sistema financeiro conseguiu, na base da pressão sobre o Congresso, que o Banco Central remunere essa sobra de caixa, que supera R$ 1,2 trilhão.
Transformou-a, como se fosse um milagre, em depósito voluntário, a juro Selic, enquanto o setor produtivo está sem liquidez para girar consumo, produção, arrecadação e investimentos.
O que os bancos farão com esse dinheiro?
Claro, vão continuar comprando títulos da dívida pública, o mesmo que vinha fazendo com as chamadas operações compromissadas – troca de sobra de caixa por títulos da dívida pública.
Cresce, portanto, a dívida pública, o que fortalece o argumento neoliberal de que é preciso enxugar despesas públicas, em nome do ajuste fiscal etc.
Com os depósitos voluntários, a farra continua.
A grana preta continuará sendo remunerada pelo BC com Selic, graças dinheiro repassado pelo tesouro nacional.
Afinal, BC não é banco, mas, apenas, administrador de política monetária, cuidando, apenas, dos juros, sem se preocupar com o nível de desemprego, que cresce descontroladamente na pandemia.
Tal política corresponde à financeirização total da economia.
Dinheiro parindo dinheiro direcionando-se à compra de títulos da dívida pública.
Economia de papel pintado.
Não se dirige à circulação capitalista, prisioneira do teto de gastos, em nome do ajuste fiscal.
Só sobra para pagamento dos juros e amortizações da dívida.
Diante dessa situação, a falência das empresas vai se expandindo incontrolavelmente.
Aumenta mais essa possibilidade, se acabar o auxílio financeiro, a partir do próximo ano.
A redução dele de R$ 600 para R$ 300 agravará mercado consumidor nesse natal.
As empresas ficarão mais apertadas do que já estão.
Os trabalhadores, sem 13º para gastar, jogarão o consumo interno no chão.
As chances de falência, portanto, crescerão, especialmente, diante das incertezas relativas ao Orçamento da União, para o próximo ano, que o Congresso, até agora, sequer iniciou discussão sobre o assunto.
O legislativo, nas mãos do Centrão, prisioneiro do mercado financeiro, contribui para piorar expectativas. No andar da carruagem, será inevitável a renegociação das dívidas dos empresários e dos trabalhadores. Moratória geral amadurece aceleradamente.
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