Grandes empresas e grandes nações

A política de "campeões nacionais" tão execrada hoje em dia, como se fosse um crime ou um folclórico hábito "bolivariano", continua em voga nos países mais poderosos do mundo

Brasil, Rio de Janeiro, RJ. 06/05/2010. Prédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio de Janeiro. - Crédito:PAULO VITOR/AGÊNCIA ESTADO/AE/Codigo imagem:56876
Brasil, Rio de Janeiro, RJ. 06/05/2010. Prédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio de Janeiro. - Crédito:PAULO VITOR/AGÊNCIA ESTADO/AE/Codigo imagem:56876 (Foto: Mauro Santayanna)


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A propósito do post anterior, é necessário lembrar que não existem grandes nações, capitalistas ou não, que tenham chegado a essa condição sem grandes empresas, sejam elas privadas ou estatais. 

Mesmo as multinacionais globais, com sua propriedade teoricamente diluída em bolsas distribuídas em vários países do mundo, e dezenas de milhares de acionistas, têm pátria, e quem não acreditar nisso, ou é ingênuo, ou mal informado.       

Aqueles que estão preocupados com a corrupção - que países como a Grã Bretanha, os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha, a Coréia do Sul, a Rússia, e, agora, a China, nunca conseguiram domar nem eliminar, desde que se entendem por gente - precisam se recordar que, mais importante do que o combate a ela - que deve ser uma atitude permanente como escovar os dentes, e não servir de instrumento para a chegada ao poder de fascistas e espertalhões -  é ter um projeto de Nação, e que não existe projeto desse tipo que seja factível sem grandes empresas  nacionais, principalmente nas áreas de infraestrutura, defesa e alta tecnologia.

A política de "campeões nacionais" tão execrada hoje em dia, como se fosse um crime ou um folclórico hábito "bolivariano", continua em voga nos países mais poderosos do mundo, como se pode ver pelos empréstimos e a compra de ações promovidos pelos EUA para impedir a quebra de empresas como a General Motors em 2008; ou o apoio do governo norueguês à Statoil, uma empresa 100% estatal, que está avançando no Brasil, com a benção e a comemoração dos mesmos energúmenos que defendem o esquartejamento e a total privatização da Petrobras.   
     
A grande tragédia da Operação Lava-Jato é que ela está, ao que parece, deliberadamente (não há outra explicação para as multas e bloqueios bilionários que estão sendo propostos para os maiores grupos econômicos nacionais) destruindo as grandes empresas e os programas estratégicos que poderiam fazer parte de nosso projeto de Nação para o Século XXI - vide o caso da Odebrecht, quanto ao submarino nuclear brasileiro, e ao míssil A-Darter em desenvolvimento pela Mectron com a África do Sul, e da própria Estratégia Nacional de Defesa  - sem deixar nada em seu lugar, a não ser, em suas consequências, um falso mito, uma situação ainda pior para empresários e trabalhadores, boatos e mentiras, e hipocrisia.

E muita gente boa, incluídos leitores que nos acompanham aqui e alhures, ainda não  compreenderam isso.

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