Governo Temer é provisório ou definitivo?

O que parece é que o governo provisório, que age como definitivo, está dando uma guinada acelerada nas pautas conservadoras. O risco disso é perder o apoio de uma parcela contrária a Dilma e ao PT, mas que tem uma visão política mais de centro

25/04/2016 - Vice- presidente Michel Temer - fotos solo Michel Temer, Vice-Presidente, fotos solo Foto: ASCOM- VPR
25/04/2016 - Vice- presidente Michel Temer - fotos solo Michel Temer, Vice-Presidente, fotos solo Foto: ASCOM- VPR (Foto: Voney Malta)


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Do ponto de vista jurídico, Dilma Rousseff foi afastada porque a denúncia foi aceita, haverá investigação e em seguida, em até seis meses, o Senado decide se ela volta ou não a governar, se será ou não condenada pelo conjunto da obra do seu governo frágil politicamente e não, verdadeiramente, pelas pedaladas fiscais.

No entanto, o governo provisório de Michel Temer – chamado de "o mordomo" - age e administra como alguém que acabou de ser eleito. O pior é que tem comprado brigas demais ao anular medidas legais tomadas pela titular. O que fica difícil de entender é como um governo que precisa ser aceito, ser legitimado e se afirmar opta por comprar tantas brigas logo na largada?

Difícil entender. Porém, quem é da área política suspeita que seja uma estratégia. Afinal de contas, o ministério é formado por pessoas vividas na política, "sabidos" sobreviventes suspeitos que respondem a uma carrada de processos por improbidade, casos dos ministros Maurício Quintella, Romero Jucá, Eliseu Padilha, Henrique Eduardo Alves, entre tantos que formam um rosário só de nomes.

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Pois bem, acredita-se que os ministros declaram algo negativo, tipo um corte numa determinada área cuja demanda social é grande, para preparar a opinião pública. De fato o governo Temer tem feito um levantamento em todos os programas sociais em busca de irregularidades que justifiquem um discurso de ajuste que implique em cortes.

Exemplo: No Bolsa Família há casos suspeitos de vereadores, cabos eleitorais, aposentados e pensionistas sendo beneficiados irregularmente, o que daria o motivo para diminuir o valor investido no Programa. A mesma estratégia serve para o SUS, universidades públicas e privadas, Minha Casa, Minha Vida, enfim.

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O que parece é que o governo provisório, que age como definitivo, está dando uma guinada acelerada nas pautas conservadoras. O risco disso é perder o apoio de uma parcela contrária a Dilma e ao PT, mas que tem uma visão política mais de centro e não tão favorável a uma guinada tão à direita.

É tempo de aguardar. Até os mais sabidos têm os seus dias de Jerico, sejam eles provisórios ou definitivos.

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Vida que segue.

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