Governo tem um inimigo dos trabalhadores nas Minas e Energia

Alexandre Silveira demonstrou compromisso com a gasolina dolarizada e com o rentismo, e não com a agenda que foi vitoriosa nas urnas

Petrobrás e Alexandre Silveira
Petrobrás e Alexandre Silveira (Foto: ABr)


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Mais de 60 milhões de brasileiros e brasileiras votaram em Luiz Inácio Lula da Silva para presidente, movidos por razões distintas. O histórico de sucesso de Lula à frente do governo federal, a repulsa à devastação provocada por Jair Bolsonaro. Mas sobretudo pelas propostas defendidas durante o período eleitoral. 

Uma das mais enfáticas foi a promessa feita por Lula de acabar com a política de preços dos combustíveis da Petrobrás. Um dos motivos para a derrubada da presidenta Dilma Rousseff no Golpe de 2016, a política de Preço de Paridade de Importação (PPI) calcula em dólar os custos de produção dos combustíveis no Brasil, o que é um crime de lesa pátria, uma transferência legalizada de dinheiro brasileiro para acionistas estrangeiros. Além de acompanhar a variação do petróleo no mercado internacional, a Petrobrás repassa ao consumidor custos com frete e taxas de importação que são inexistentes.

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Em discurso em junho de 2022, Lula criticou o então presidente Jair Bolsonaro dizendo que a opção de promover a dolarização do preço da gasolina foi feita "na canetada", e com uma "canetada" também poderia ser desfeita. Eleito presidente liderando uma frente amplíssima, Lula precisou dividir o governo entre partidos aliados. Para o Ministério de Minas e Energia, a quem a Petrobrás é subordinada, nomeou o senador Alexandre Silveira, do PSD, partido comandado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab. 

Nesta semana, constatou-se que mudar a política de preços da Petrobrás se mostra mais difícil do que se imaginava em junho de 2022. À frente das Minas e Energia, o ministro Silveira forjou uma aliança com o mercado financeiro para defender os interesses do rentismo e manter a gasolina dolarizada. No que foi interpretado como um golpe contra o presidente Lula e o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, Silveira alterou nomes da lista de indicados ao conselho de admnistração da companhia, substituindo indicados da confiança do governo por pessoas ligadas ao mercado financeiro. Em resposta, o governo adiou a assembleia da Petrobrás que elegeria o novo colegiado.

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Com sua iniciativa, Alexandre Silveira demonstrou compromisso com a política neoliberal aplicada na Petrobrás, e não com a agenda que foi vitoriosa nas urnas. É um posicionamento incompatível com o novo governo brasileiro. O presidente Lula precisa reafirmar o seu compromisso em acabar com o Preço de Paridade de Importação da Petrobrás de maneira definitiva, bem como com os dividendos astronômicos da petrolífera, que não contribuem para a recuperação da dignidade do povo e o desenvolvimento do país. 

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