Governo de papel

Uma a uma, as promessas de campanha vão sendo esquecidas. Ferrovias, refinarias, aeroportos, usinas e linhas de transmissão, tudo com prazo de entrega vencido



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Juscelino Kubistchek construiu Brasília em 52 meses. Desde o lançamento da pedra fundamental do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em junho de 2006, lá se vão 93 meses. Depois de atrasos e paralisações, o governo agora diz que até 2016 a coisa sai. Ou seja, 115 meses. É recorde mundial. Vale registro no Guiness Book.

Há pouco mais de um ano, a presidente Dilma anunciava que 22 milhões de brasileiros tinham deixado a miséria desde o início do seu governo. Tecnicamente, a miséria tinha acabado e este seria o mote da reeleição. Como se tratava de um truque estatístico, a desvalorização cambial devolveu muitos brasileiros à miséria e o governo passou a evitar o assunto. Fica nervoso com o tema.

Quase tudo no governo Dilma é assim. Se auditarmos as promessas, pouco fica de pé. Prometeu seis mil creches até o fim de 2014, mas na metade do mandato tinha entregue sete. Enquanto descreve o eldorado do pré-sal, desagrega a Petrobras. O vexame da conta luz, nem preciso dizer, vai estourar no colo do próximo presidente. Nunca uma burrada custou tão caro.

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Uma a uma, as promessas de campanha vão sendo esquecidas. Ferrovias, refinarias, aeroportos, usinas e linhas de transmissão, tudo com prazo de entrega vencido, orçamento estourado, erros técnicos e questionamentos jurídicos. Dilma se especializou em anunciar sem voltar para entregar. O país não anda. O governo é só no papel.

A política de juros baixos, para desgosto dos pessimistas, foi propagandeada em diversos pronunciamentos na tevê. Como tinha pés de barro e o governo bagunçou as contas públicas, os juros voltaram ao mesmo patamar do início do mandato -- e vão continuar subindo, pois a inflação está aí. Todos os dias o governo anuncia medidas sérias e responsáveis. Mas todas são para 2015.

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O déficit da Previdênca este ano, decreta o governo, será R$ 10 bi menor que o do ano passado. Mágica que esqueceram de avisar ao Ministro. Este diz que em 2013 foi R$ 49 bi e este ano deve ser mais. O Ministro é enquadrado e o déficit volta a ser a fantasia prevista no papel/orçamento para 2014, de R$ 40 bi.

Dos pactos arranjados no momento de aperto, nem se ouve mais falar. As profecias de Guido Mantega já não têm mais prazo para se realizarem. O governo se apoia na propaganda, enquanto a República é fatiada como um enorme queijo. A única coisa que cresce sem parar é a arrogância que emana do Planalto. Há uma energia pesada ali.

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