Governo corta recursos, mas promete aumentar Bolsa Família. Mágica?

"Na proposta orçamentária para 2018 enviada ao Congresso, o governo Temer cortou 3,7% dos recursos do Bolsa-Família. Mas eis que nesta segunda-feira aparece o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, prometendo um aumento real, acima da inflação, para o valor dos benefícios no ano eleitoral de 2018. Qual será a mágica de Terra?", questiona Tereza Cruvinel, que dá o palpite em seguida; "Só pode ser uma: através da redução do número de beneficiados, o que produziria a folga financeira para garantir aumento aos demais"; "Medidas como esta, que merecem realmente o rótulo de populistas, apontam para o que começou a ficar claro a partir da crise do PSDB: Temer alimenta agora a ilusão de ter um candidato a sucessor, a favor de quem jogaria o peso da máquina"

"Na proposta orçamentária para 2018 enviada ao Congresso, o governo Temer cortou 3,7% dos recursos do Bolsa-Família. Mas eis que nesta segunda-feira aparece o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, prometendo um aumento real, acima da inflação, para o valor dos benefícios no ano eleitoral de 2018. Qual será a mágica de Terra?", questiona Tereza Cruvinel, que dá o palpite em seguida; "Só pode ser uma: através da redução do número de beneficiados, o que produziria a folga financeira para garantir aumento aos demais"; "Medidas como esta, que merecem realmente o rótulo de populistas, apontam para o que começou a ficar claro a partir da crise do PSDB: Temer alimenta agora a ilusão de ter um candidato a sucessor, a favor de quem jogaria o peso da máquina"
"Na proposta orçamentária para 2018 enviada ao Congresso, o governo Temer cortou 3,7% dos recursos do Bolsa-Família. Mas eis que nesta segunda-feira aparece o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, prometendo um aumento real, acima da inflação, para o valor dos benefícios no ano eleitoral de 2018. Qual será a mágica de Terra?", questiona Tereza Cruvinel, que dá o palpite em seguida; "Só pode ser uma: através da redução do número de beneficiados, o que produziria a folga financeira para garantir aumento aos demais"; "Medidas como esta, que merecem realmente o rótulo de populistas, apontam para o que começou a ficar claro a partir da crise do PSDB: Temer alimenta agora a ilusão de ter um candidato a sucessor, a favor de quem jogaria o peso da máquina" (Foto: Tereza Cruvinel)


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Na proposta orçamentária para 2018 enviada ao Congresso, o governo Temer cortou 3,7% dos recursos do Bolsa-Família. Os R$ 29,2 bilhões programados para este ano (e ainda não inteiramente executados) foram podados em meio bilhão de reais, caindo para R$ 28,7 bilhões. Mas eis que nesta segunda-feira aparece o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, prometendo um aumento real, acima da inflação, para o valor dos benefícios no ano eleitoral de 2018. Qual será a mágica de Terra? Só pode ser uma: através da redução do número de beneficiados, o que produziria a folga financeira para garantir aumento aos demais.

Medidas como esta, que merecem realmente o rótulo de populistas – pois haverá redução dos recursos distribuídos aos mais pobres, ainda que o valor individual do benefício seja aumentado – apontam para o que começou a ficar claro a partir da crise do PSDB: Temer alimenta agora a ilusão de ter um candidato a sucessor, a favor de quem jogaria o peso da máquina administrativa federal, já que por conta de sua impopularidade não pode sonhar com a reeleição. O candidato pode ser Meirelles (que teria prioridade), pode ser Serra (queridinho do PMDB) ou até mesmo Alckmin, que agora está em apuros para alavancar sua candidatura com o PSDB rachado. Lula acertou no que disse sobre os efeitos da crise tucana: “fortalece o Temer”.

A turma do Jaburu anda espalhando que Temer não será contemplador passivo da sucessão. Que dentro de seis meses terá havido maior recuperação da economia e maior geração de empregos (mesmo precários, fundados na reforma trabalhista que precariza o trabalho) e o governo terá condições de disputar a sucessão com um candidato para chamar de seu.

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Ninguém se iluda, portanto, com o anúncio de Osmar Terra.  Os recursos para o Bolsa Família já foram reduzidos. Para dar aumento, ele reduziria o número de beneficiados. Na era Temer, mais de 1,5 milhão de famílias já foram cortadas do programa, sob a alegação de que não cumpriam as exigências. É esta seleção que eles vão aprofundar.

O corte de verbas para a área social em 2018 é pesado e atinge profundamente os programas relacionados com a questão da terra. Os recursos do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos, pelo qual o governo compra produtos da agricultura familiar) cairão de R$ 318 milhões para R$ 750 mil. Os do Pronera (criado por Lula, voltado para a educação no campo) cairão de R$ 32 milhões para R$ 3 milhões.  O Programa Nacional de Cisternas, que recebeu R$ 250 milhões este ano, terá apenas R$ 20 milhões em 2018.  O ATES (Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária/Incra) terá suas verbas reduzidas de R$ R$ 85 milhões para R$ 12 milhões. Os recursos para reconhecimento de terras de quilombolas serão reduzidos de R$ 4 milhões para R$ 1 milhão. E para desapropriações, com vistas à reforma agrária, a redução será profunda, de R$ 257 milhões para R$ 34 milhões.

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O governo que faz estas e outras tantas maldades com os mais pobres, afora a corrupção e a recessão, acha, entretanto, que terá condições de patrocinar um candidato para enfrentar Lula. Quem viver, verá. 

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