Golpe da toga fortalece Lula e joga Congresso contra Reforma da Previdência
Em ano eleitoral, os congressistas se sintonizarão com as demandas das ruas ou com as do Palácio do Planalto? Contra essa conjuntura, as ruas querem Lula, diz pesquisa Datafolha, para barrar reformas impopulares como a da Previdência. A do trabalho, aprovada ano passado, já produz estragos
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DEU TUDO ERRADO PARA OS GOLPISTAS
Voltam os congressistas ao batente para cumprirem mais um ano legislativo. Em ano eleitoral, eles se sintonizarão com as demandas das ruas ou com as do Palácio do Planalto? Virarão as costas aos eleitores, para agradar o ilegítimo Temer, serviçal do mercado financeiro, com ajuda inestimável da base conservadora no legislativo e no judiciário? Podres poderes republicanos a serviço da especulação contra a população. Contra essa conjuntura, as ruas querem Lula, diz pesquisa Datafolha, para barrar reformas impopulares como a da Previdência. A do trabalho, aprovada ano passado, já produz estragos. O mercado informal avança para garantir empregos precarizados, com perda de renda, redução de consumo, arrecadação e investimentos. A escalada do desemprego de qualidade, com carteiras assinadas, que garante dignidade aos trabalhadores, avança. O país retorna ao cenário de escravidão nas relações capital-trabalho, no ambiente do congelamento neoliberal dos gastos sociais, por vinte anos. Enquanto isso, país capitalista, como EUA, investe 1,5 trilhão de dólares em infraestrutura, ampliando déficit público como arma para dinamizar renda e produção interna. Trump não cai no conto do vigário dos neoliberais loucos. Ele sabe, com as estatísticas, que gastos públicos são multiplicadores de riqueza, dado o retorno que proporcionam aos cofres públicos em forma de impostos. Congelar, por duas décadas, as despesas com setores sociais, é economicídio. A escala do desemprego formal em 2017 reprova a loucura neoliberal. A base política governista, em campanha eleitoral, vira principal adversário do Planalto, para não se queimar com os eleitores.
REPÚDIO MUNDIAL
O desastre que foi a viagem de Temer, o ilegítimo, a Davos, sinalizou o que vai acontecer com ele no Congresso de agora em diante. Suja-se quem ficar perto dele. Nenhum presidente estrangeiro quis posar ao seu lado para fotografias e encontros. Pegaria mal em seus países. Seria considerado ato imoral e antiético, relacionar-se com quem produziu atentado contra democracia. Só no Brasil, graças ao oligopólio midiático, ainda se insiste em negar o golpe de 2016. Agora, está se preparando para dar um giro na América do Sul o secretário de Estado americano, Rex Wayne Tillerson. Não visitará o Brasil. Seria criticado em casa. Chocar-se-ia com o Congresso, em Washington, que criticou o golpe contra Dilma e, agora, o golpe do judiciário contra Lula. Judiciário e Legislativo conservadores são unha e carne ao lado do Executivo, todos dominados pela banca especulativa. Os juízes de Porto Alegre, portanto, prestaram inestimável serviço ao mercado ao tirar Lula do páreo, dada resistência a ele pelos especuladores. Temer virou a geni nacional. Não só ele. Os juízes, também. O ministro Gilmar Mendes, do STF, engajado na defesa dos golpistas, interventor no governo Dilma, suspendendo, judicialmente, decisão dela de colocar Lula no seu ministério, foi chamado de bosta, durante voo comercial. Está puto nas calças, querendo processar os manifestantes. Os homens da toga terão, agora, de viajar em aviões da FAB. Em ano eleitoral, quem se habilitar tocar providências antipopulares, no Congresso, cujos integrantes terão que ir às urnas, para disputar mais um mandato, perde eleição.
PRODUTO INDIGESTO
O discurso presidencial pela antirreforma impopular da Previdência, que privatiza aposentadorias, está condenado, no ambiente da conjuntura eleitoral, nas ruas. Trata-se de produto indigesto, gordura trans em excesso. Faz mal para o fígado e vesícula, produz doenças degenerativas etc. Tudo piorou, para Temer e sua base política, depois da condenação de Lula pelo TFR-4. A pesquisa Datafolha, divulgada, nessa quarta-feira, mostrou descontentamento popular com a decisão judicial, injusta, condenatória do presidente. A preferência popular por Lula, mesmo, condenado, ganhou impulso. Ele ganha fácil, se não o prenderem. Se prenderem-no, tem chances grandes de viabilizar outro candidato alternativo. Se matarem ele, vira martir. Se partir para jejum alimentar como protesto, pintará comoção nacional e internacional. E se exilar, comanda de fora para dentro o processo eleitoral, como vítima etc. Sem ele no páreo, o vitorioso, segundo Datafolha, é o voto nulo. A direita está em pânico. Nenhum candidato dela ganha do voto nulo. Seria vitória eleitoral ilegítima, antipopular, negação do voto. A governabilidade perigaria extraordinariamente. Esse quadro evidencia o óbvio: o golpe da as bases políticas do governo, no legislativo, fugirão do presidente, como aconteceu com os presidentes nacionais estrangeiros que dele fugiram em Davos. Quem se aventurar favoravelmente à reforma da previdência, nos termos temerosos do Planalto, estará, nessa altura do campeonato, candidatando-se à derrota eleitoral. O Congresso vira a anti-base política de Temer, na nova legislatura que se iniciará semana que vem, enquanto o congelamento econômico neoliberal vai espalhando ceticismo geral nas forças produtivas nacionais, atoladas na incerteza por falta de expectativas seguras.
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