Goleada denuncia que houve “acordão” até para a cassação de Eduardo Cunha
O escritor Nelson Rodrigues já disse antes, com razão, que a unanimidade é burra. Mas é pertinente atualizá-lo na conjuntura pós-golpe: a unanimidade é canalha! Somente um tongo para aderir à narrativa da Globo, segundo a qual foi uma vitória da sociedade
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Diz o ditado que quando o milagre é demais até o santo desconfia. Dito isto, somente um imbecil acreditaria que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi ao abate como se fosse um cordeirinho.
A Câmara cassou ontem à noite o mandato do parlamentar pelo elástico placar de 450 votos favoráveis e 'apenas' 10 contrários.
O escritor Nelson Rodrigues já disse antes, com razão, que a unanimidade é burra. Mas é pertinente atualizá-lo na conjuntura pós-golpe: a unanimidade é canalha!
Somente um tongo para aderir à narrativa da Globo, segundo a qual foi uma vitória da sociedade.
Antes de tudo, a perda do mandato de Cunha serviu ao ilegítimo Michel Temer (PMDB), ao Supremo e à espetacularização da mídia.
O lobista Júlio Camargo, em delação na Lava Jato, disse que Eduardo Cunha controlava 260 deputados. E é verdade. Continua controlando.
O Blog do Esmael entrevistou parlamentares da tropa de choque do ex-deputado horas antes da sessão que lhe tomou o mandato por via do acordão.
"Vai dar merda", "vai sobrar até para os lambaris de valeta", "fodeu", etc., era o prognóstico.
No entanto, o magro placar pró-Cunha — apenas dez votos — denuncia o conluio para salvar o deputado cassado politicamente.
Mas, afinal, que tipo de "acordão" poderia ter feito Cunha, Câmara, Planalto, STF, Lava Jato, dentre outros?
Talvez, frise-se, no campo das especulações, tenha sido negociado o mandato pelo direito de continuar sendo "usufrutuário" das contas na Suíça; salvo-conduto para não ser preso pela operação do juiz Sérgio Moro; direito ao esquecimento, etc.
A Globo lidera o teatro. Há quem acredite. Há quem se emocione. Há quem se emocione até, pois, pela narrativa, "o mocinho venceu o bandido". Mas tudo não passa da mais pura encenação.
Cunha continua vivo (politicamente), mandando e chantageando a República.
O leitor do Blog do Esmael, que é sabido, tem claro que houve um acordão. Só é enganado quem é trouxa.
O teatro da cassação de Cunha serviu para validar (legitimar) o golpe de Estado, haja vista que o ex-presidente da Câmara foi o articulador do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Portanto, os desavisados ficarão felizes porque foi feito "justiça" com a perda do mandato do gangster. No entanto, restam 300 picaretas na Câmara com anel de doutor.
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