Glossário progressista
O midiota - toma nota, caro amigo, para não se confundir nos termos - é aquele sujeito que só lê a mídia grande e passa o dia nas redes a papagaiar, acriticamente, qualquer bobagem que sai da boca suja dos bonecos de ventríloquo
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o midiota - toma nota, caro amigo, para não se confundir nos termos - é aquele sujeito que só lê a mídia grande e passa o dia nas redes a papagaiar, acriticamente, qualquer bobagem que sai da boca suja dos bonecos de ventríloquo.
chego já a estes.
sua origem etimológica é o idiota, do grego – idios, que designa um sujeito ensimesmado, indivíduo incapaz de exercer qualquer ofício na vida pública, que só se preocupa consigo mesmo e com os seus negócios.
há também a acepção moderna que qualifica o idiota como um tolo ou um ignaro.
o midiota é, em suma, um analfabeto político.
um animal cívico apartado da polis que, repentinamente, resolveu ganhar as ruas.
atendendo, claro, ao chamado da mídia grande.
esses imbecis flanam no limbo do Grande Simulacro, imersos numa realidade fantasiosa que julgam real.
são multiplicadores do discurso oficioso da plutocracia.
sabemos todos, há cinco ou seis famílias controlando tudo, elas compõem a mídia plutocrática, como bem definiu um jornalista das estranjas.
no colo desses ploutos (também do grego, rico), sentam-se fagueiros colunistas: as celebridades descerebradas.
jabores, mervais, azevedos...
estes são os bonecos de ventríloquo.
como seus patrões controlam todos os meios, os bonecos dão um ar de ubiquidade a este vexoso exercício de ventriloquia.
estão sempre a falar, falam pelos cotovelos.
suas vozes se fazem ouvir em todos os meios disponíveis: rádios, jornalões, revistonas, sites, TVs e afins.
são sempre as mesmas caras, sempre os mesmos caras.
do colo dos patrões, que lhes sussurram aos ouvidos, eles alimentam os midiotas com factoides, mentiras e intrigas.
o lobby dos barões da mídia chegou a plantar um destes bonecos, o que escreve sofregamente, na Academia Brasileira de Letras, talvez para lhe dar fumos de fidalgo.
também a falar pelos cotovelos, mas menos onipresentes e gozando de menos prestígio que os bonecos de ventríloquo, papagaiam as chamadas Mari(nh)ontes.
estes são arautos descartáveis.
a palavra manipulação nunca coube tão bem a um personagem como a estas Mari(nh)onetes.
há uma mão invisível a controlá-las.
os dois mais recentes expoentes dessa vertente são Joaquim Barbosa e Rodrigo Constantino.
quem não se lembra deles, estavam aí a repetir tudo o que agradava aos donos do quarto poder.
estes lhes jogavam um osso de vez em quando: uma capa de revista, uma publicidadezinha de um livreco etc.
afagos da mão invisível.
vez por outra eram convidados a raspar as migalhas do banquete dos poderosos.
arranjaram um emprego pro filho de um deles como gratidão à sua sabujice.
alçados ao píncaro das subcelebridades, eles se achavam.
ambos mudaram-se para Miami, veja você.
um se deixou fotografar, pateticamente, ao lado do Pateta, o cão mais idiota do mundo.
o outro, um juiz desajuizado, posou para uma foto ao lado de um escroque procurado pela polícia e que se refugiara naquele balneário latino.
latindo, melhor dizendo.
até que um belo dia, com suas imagens já desgastadas pelas besteiras que eles mesmos faziam, os plutocratas resolveram cortar-lhes as cordinhas e... pluft.
caíram por terra, desfaleceram, perderam a alma, a anima, o ânimo.
desapareceram nas sombras.
todos estes patéticos personagens são usados como óleo lubrificante.
são eles que garantem o funcionamento dessa bisonha engrenagem demofóbica a que chamam grande mídia.
a máquina de fabricar midiotas que deixou os jornalistas do mundo inteiro estupefatos.
com mil diabos, disseram, em diversos idiomas.
estou dando nome aos bois para facilitar a compreensão dessa pantomima.
na certeza de que você, que me lê, não se encaixa em nenhum destes epítetos.
pra finalizar, não há um sorriso mais sincero que o sorriso de um banguelo.
palavra da salvação.
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