Globo ataca 247 e PCO para isolar Lula e favorecer frente com golpistas
Em novo artigo, o colunista d’O Globo Ascânio Seleme disse que defender Lula e ser contra uma frente com inimigos do povo é “naniquismo”
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Por Juca Simonard
O colunista Ascânio Seleme, do jornal O Globo, publicou novamente matéria para atacar o PT. Mais especificamente, para atacar o lulismo e os setores da esquerda que são contra realizar alianças com a direita golpista, como o PCO. Em artigo intitulado ‘Um político vulgar’, o autor destaca um parágrafo para atacar o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta.
O ponto central da coluna é o novo escândalo de corrupção envolvendo o governo de Jair Bolsonaro: o ex-vice líder do governo no senado Chico Rodrigues (DEM) que foi flagrado escondendo dinheiro entre as nádegas. Porém, Seleme aproveita o tema para atacar o PT, falando sobre o caso do petista José Guimarães, que em 2005 foi descoberto com dinheiro na cueca.
É o típico caso da imprensa golpista: fazer uma crítica meia-boca contra Bolsonaro - uma forma de colocar o governo no caminho desejado pelo setor majoritário do golpismo, que a Globo representa - aproveitando para criticar o PT. Nesse sentido, vale lembrar a articulista do Estado de S.Paulo Vera Magalhães que busca comparar o petismo ao bolsonarismo - enquanto ataca com unhas e dentes o primeiro, e busca fazer críticas “muy amigas” contra o segundo.
Seleme, em sua seção destacada ao PCO, critica Rui Pimenta por defender a luta pela recuperação dos direitos políticos de Lula e criticar setores da esquerda que defendem uma aliança com a direita golpista ‘contra Bolsonaro’, como é o caso de Guilherme Boulos, candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo. Segundo o articulista, isso seria a prova do “naniquismo clássico” do presidente do PCO que “mostra bem como anda mal a esquerda”.
Ele, que escreve colunas “aconselhando” a esquerda apesar de ser do jornal mais reacionário da história do Brasil, ainda aproveita para, ao estilo de Ciro Gomes, atacar o portal de esquerda Brasil 247, um “site companheiro”. Trata-se de uma tentativa de desqualificar o jornalismo independente e de esquerda, algo natural para um porta-voz dos oligarcas da grande imprensa, corporativa, golpista e mentirosa.
“Rui Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), disse, em entrevista ao site companheiro Brasil 247, que o PT abandonou o apoio a Lula na recuperação dos seus direitos políticos. Pimenta também atacou Guilherme Boulos, candidato a prefeito de São Paulo pelo PSOL, em razão do seu apoio à tese de uma frente ampla contra Bolsonaro. Portador de naniquismo clássico, Rui Pimenta mostra bem como anda mal a esquerda”.
Isso, junto com o ataque de Vera Magalhães a um artigo meu que critica Boulos, mostra claramente a política da direita golpista. Os principais inimigos do povo agora querem aparecer como conselheiros da esquerda. Mas para que? Para afirmar que defender a restituição dos direitos democráticos e políticos de Lula e denunciar a manobra criminosa da frente ampla com o golpismo é “naniquismo”. Para “aconselhar” que a esquerda deve abandonar o político mais popular do país, Lula, e passar para uma “nova” liderança de esquerda - detalhe: que tenha apoio da burguesia e da direita.
Por isso, ao criticar meu artigo, Vera atacou o PT (mesmo sem eu ter feito parte do partido) e defendeu Boulos, afirmando que “vai ter frente ampla sem petista na cabeça, sim. Confia, esquerda!”
Só não vê quem não quer! A política da direita é clara: acabar com a polarização política e fazer com que a esquerda se junte com os responsáveis pelo impeachment da Dilma, pela prisão de Lula, pela Lava Jato e por Bolsonaro. Fazer os trabalhadores capitularem diante da direita para apoiar um candidato impopular nas eleições, ao mesmo tempo que abre mão da mobilização contra o conjunto do golpe.
O problema no caminho é Lula, que se for candidato (como deve ser), aumentará a polarização e, portanto, a mobilização contra os golpistas.
Por isso, para o golpe, é preciso isolar Lula, como Ascânio propõe em outro artigo d’O Globo, e defender uma frente com inimigos do povo, onde a esquerda abandonará tudo em nome da unidade, enquanto a direita terá facilidade para levar adiante a política de Bolsonaro - só que sem o inconveniente do bolsonarismo.
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