Gilmar, o único capaz de conter os abusos de Moro

O ministro Gilmar Mendes é o único do STF que não teme a mídia e os fascistas, criticando duramente o juiz Sergio Moro por seus abusos na condução da Lava-Jato

Gilmar Mendes e Sergio Moro
Gilmar Mendes e Sergio Moro (Foto: Ribamar Fonseca)


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O Brasil está vivendo um dos períodos mais sombrios da sua história. De um lado um governo ilegítimo e entreguista, fruto de um golpe, sem um único voto do povo, que tenta impor reformas prejudiciais aos interesses nacionais; de outro lado, um Judiciário desacreditado mas autoritário, que se politizou e se atribuiu poderes não previstos na Constituição, colocando-se acima dos demais poderes da República; e no meio um Legislativo acocorado, desmoralizado, que cede às pressões e aceita que suas atribuições constitucionais de legislar sejam usurpadas pelo Executivo e pelo Judiciário. A Constituição Federal estabelece, logo no seu início, que "todo poder emana do povo e em seu nome será exercido", mas hoje esse dispositivo virou letra morta, porque o povo não manda absolutamente nada e só é lembrado em tempo de eleição. Os parlamentares, que teoricamente seriam seus representantes, não querem nem que eles entrem no prédio do Congresso, chamado jocosamente de "casa do povo".

Atrás desse caos instalado no país, onde procuradores ousam questionar decisões da mais alta Corte de Justiça, está a mídia, que apoiou o golpe e abandonou a sagrada missão de informar para tornar-se partido político, ditando o roteiro das ações do governo e a agenda do Judiciário, empenhada em impedir Lula de voltar à Presidência. E nesse quadro caótico, onde desapareceu o escrúpulo e implantou-se o ódio, surgiu a figura de um juiz de primeira instância que, transformado em pop star, tornou-se a maior autoridade do país, que intimida todo mundo, até ministros do Supremo Tribunal Federal. Convencido do seu poder, não contestado pela Suprema Corte, o magistrado de Curitiba ignora solenemente as críticas de juristas e jornalistas, comportando-se como um reizinho que não admite ser contrariado, atropelando as leis e até a Constituição para fazer cumprir suas decisões. O ministro Gilmar Mendes é o único do STF que não teme a mídia e os fascistas, criticando duramente o juiz Sergio Moro por seus abusos na condução da Lava-Jato.

Gilmar, que foi alvo de hostilidades de fascistas por ter dado o voto decisivo no Supremo que libertou o ex-ministro José Dirceu, disse em entrevista que isso não o abala. "A tentativa de jogar a opinião pública contra juízes parece legítima no jogo democrático", acentuou o ministro, acrescentando, porém, que "ela não é legítima quando é feita por agentes públicos. O que se quer no final? Cometer toda a sorte de abusos e não sofrer reparos?". Como se recorda, ele manifestou seu apoio ao projeto de lei sobre abuso de autoridade, já aprovado pelo Senado, e condenou o projeto com as tais dez medidas anti-corrupção elaborado pelos procuradores da Lava-Jato, inclusive chamando-os de "cretinos". Como a presidente do Supremo, ministra Carmem Lucia, finge que não vê os abusos de Moro, e o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, endossa todas as suas decisões, reside no ministro Gilmar Mendes a esperança de contenção dos excessos do magistrado de Curitiba.

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Enquanto de um lado o juiz Moro vai conduzindo a lava-jato de modo a arrancar dos prisioneiros, transformados em reféns segundo Gilmar, confissões que atendam ao objetivo de incriminar Lula, de maneira a impedi-lo de concorrer às eleições presidenciais, o presidente ilegítimo Michel Temer vai promovendo jantares para os conchavos destinados à aprovação de suas reformas, ao mesmo tempo em que cerca os parlamentares com a liberação de recursos para suas emendas e ameaça demitir os afilhados dos que votarem contra. Jantar, aliás, parece ser hoje a melhor maneira de atrair interlocutores para conversas sobre temas de interesse do governo. Até a ministra Carmem Lucia jantou reservadamente com o ex-presidente Fernando Henrique, que defende o governo Temer, a aprovação dos seus projetos e a sua continuidade. E o Brasil está se tornando um país de glutões na política.

Mas no meio desse caos generalizado, onde juízes ativistas políticos tomam decisões partidarizadas, muita gente se pergunta: o que houve com o julgamento, pelo TSE, da chapa Dilma-Temer, acusada pelos tucanos de abuso de poder econômico? Ninguém mais falou no assunto. Será que vão mesmo cassar Temer como fizeram com o governador do Amazonas, alvo da mesma acusação? Por que tanta demora? Na verdade, por alguma razão que a população desconhece, Temer não parece preocupado com o julgamento, comportando-se no governo como se não houvesse uma espada de Dâmocles sobre o seu pescoço, inclusive fazendo planos para o futuro. Aparentemente ele já saberia o desfecho e, por isso, está tranquilão, ao ponto de convidar o exército norte-americano para fazer manobras na Amazonia brasileira, alimentando a cobiça dos que pretendem internacionalizar essa imensa área de 5 milhões de quilômetros quadrados. Pelo visto, tem caroço nesse angu.

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