Getúlio saiu da vida para mudar a história
"Getúlio saiu da vida para mudar a história. Nunca houve um presidente como ele", escreve o jornalista Alex Solnik, de Jornalistas pela Democracia, no trascurso do 65º aniversário da sua morte trágica.
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Por Alex Solnik, de Jornalistas pela Democracia - Em sua carta-testamento, o presidente Getúlio Vargas previu que, ao se matar com um tiro no coração no dia 24 de agosto de 1954, sairia da vida para entrar na história.
Matar-se é um gesto pessoal e intransferível e extremamente corajoso, sobretudo para aqueles que têm noção de que depois da vida não há mais nada senão o eterno vazio.
Por mais que o suicida possa imaginar o que irá acontecer depois, ele não estará lá para confirmar ou se regozijar com sua previsão.
Nenhum outro presidente brasileiro tomou uma decisão tão radical ao se ver encurralado.
Nenhum outro gesto pessoal de um presidente brasileiro foi tão decisivo para mudar a história do país.
Na véspera, os generais ofereceram a Getúlio duas opções: ou renunciava ao mandato ou seria derrubado por eles.
A comoção popular provocada pelo tiro no coração paralisou os generais golpistas.
Não sem percalços nem ameaças à democracia, realizaram-se eleições a 3 de outubro de 1955 e o eleito, Juscelino Kubitscheck inaugurou uma era de ouro no Brasil - construção de Brasília; a consagração do gênio Oscar Niemeyer; o estouro internacional da bossa nova; a consagração do cinema novo; a melhor tenista do mundo, Maria Ester Bueno; Eder Jofre, campeão mundial dos pesos-galo; o melhor futebol do mundo - que só foi interrompida dez anos depois da morte de Getúlio, com o golpe militar de 1º de abril de 1964.
Getúlio saiu da vida para mudar a história.
Nunca houve um presidente como ele.
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