General Luiz Eduardo Ramos exemplifica a verdadeira face obscurantista e elitista dos generais sem guerra

(Porto Alegre - RS, 30/04/2020) Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos durante Solenidade de transmissão do cargo de Comandante Militar do Sul.
(Porto Alegre - RS, 30/04/2020) Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos durante Solenidade de transmissão do cargo de Comandante Militar do Sul. (Foto: Marcos Corrêa/PR)


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Eles são os generais sem guerra, que fizeram o contribuinte brasileiro gastar milhões em suas formações desde jovens, em escolas militares de segundo grau até saírem formados da Aman, bem como uma parte menor desses oficiais consegue alcançar o generalato, a exemplo de Luiz Eduardo Ramos, Augusto Heleno, Braga Netto, Eduardo Villas Bôas e Eduardo Pazuello, dentre muitos outros.

Trata-se da pior geração de generais de todos os tempos, mas com uma fome imensa de poder e por cargos que remonta à República Velha, a ter como arma política a velha e surrada cantilena da "corrupção" e do "comunismo". A mesma cretinice, hipocrisia e cinismo de sempre, que tem por finalidade efetivar golpes e aparelhar o Estado, afinal são oito mil militares a ocupar cargos no Governo Bolsonaro.

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Esses oficiais generais são irremediavelmente divorciados das realidades da população, porque praticamente alienados socialmente e distantes indelevelmente das demandas e necessidades do povo brasileiro, cuja maioria não vive, pois sobrevive com dificuldade até para se alimentar e ter acesso à dignidade, ou seja, ao emprego.

Os militares oficiais são essencialmente arrogantes e prepotentes, principalmente quando estão no poder central a ocupar cargos como verdadeiras boquinhas e a somar aos seus salários o que é e se faz comissionado, além de se sentirem recompensados e deslumbrados em participar do high society, por causa dos altos cargos que ocupam, momentaneamente, no centro da República.

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Trata-se do sonho dos militares de alto escalão participar desse mundo, muitos deles analfabetos políticos e sem qualquer empatia com as necessidades mais prementes da população, que paga-lhe os salários por intermédio de impostos recolhidos pela Receita Federal e por outros órgãos em âmbito federal.

Não possuem projeto de País e programas de governo, porque são vazios de ideias no que concerne à administração e à soberania do País. Não sei, realmente, o que fazem em suas escolas, porque são visíveis e lamentáveis as ações, atos e pronunciamentos dos militares do governo socialmente e economicamente mais fracassado e incompetente de todos os tempos.

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O desgoverno do extremista de direita e arranjador de política econômica ultraliberal que levou grande parte do povo brasileiro à fome, à pobreza, ao desemprego e à ultraviolência, sem qualquer possibilidade de melhorar de vida, nem que seja um pouquinho, de maneira a vislumbrar uma saída para escapar da miserabilidade humana que se tornou viver no Brasil dos bolsonaristas.

Confraternizam-se, os militares que adoram mordomias e status, de forma fortemente corporativa em um círculo vicioso, que é composto por interesses de classe e categoria, que se aliam, sobejamente, com os interesses da burguesia, que possui os meios de produção e o controle dos empregos e da circulação do dinheiro.

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Os oficiais generais, em todos os tempos, flertaram com as "elites" escravocratas deste País, que explora secularmente a labuta de quem trabalha e paga mal os trabalhadores, um lugar onde ainda se encontram pessoas submetidas às condições de trabalho similares à escravidão.

Sempre foram intervencionistas e são prejudiciais à política e à democracia brasileiras, porque a intenção é impor seus desejos de mando e poder, assim como atender às demandas e aos objetivos dos ricos e muitos ricos, a considerarem-se tutores da Nação, mas intervencionistas com imenso desprezo pelos pobres, trabalhadores, negros, índios, gays, universitários, quilombolas e mulheres, no que tange às pautas e reivindicações feministas e das minorias em geral.

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É dessa forma que a banda toca para as "elites" de militares, seja no Exército, na Marinha ou na Aeronáutica, sendo que a Marinha, historicamente, consegue ser mais elitista do que seus coirmãos de armas. Trata-se de uma formação profissional e universitária militar anacrônica, perdida no tempo pretérito e ultrapassada no que é relativo ao desenvolvimento moral, cultural, educacional e humanista da sociedade brasileira.

Os generais estão presos na Guerra Fria, como se o tempo tivesse sido congelado e, de repente, acontece um descongelamento que propicia a mobilidade e ação dos dinossauros daquele tempo, que foi enterrado no passado. É  inacreditável o atraso dessa gente que está no poder e o retrocesso deste país fadado ao fracasso por causa das ações contrárias ao desenvolvimento desta Nação. Parece um filme de terror... É simplesmente surreal!

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Por isto e por causa disto, e em pleno século XXI, o Brasil tem a infelicidade de formar oficiais do baixo nível intelectual do general e chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, que tem, tal qual seus colegas de farda e de governo, a sensibilidade de um crocodilo quando vê sua presa ao tentar atravessar o rio, apesar de seu proselitismo barato quando está em reuniões de ogros desse governo meramente de essência fascista e mercantilista.

Para o general e ministro Ramos, que esteve com sua mulher há alguns anos no Equador, abrir hospitais militares bem equipados, como bons profissionais e com todas as condições estruturais para atender seus pacientes (militares) e abri-los ao público, ou seja, à população civil é um acinte ou despropósito, quiçá uma decisão revoltante... Para ele, obviamente, o general elitista e sectário.

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Ele disse em reunião do Conselho de Saúde Suplementar  entre os ogros do desgoverno fascista, no mesmo encontro sombrio em que o chicago boy dos números e índices super-negativos, Paulo Guedes, atacou irresponsavelmente a China, quando o general começou a dizer sandices de conotações preconceituosas, a criticar a determinação do governo do Equador de abrir os hospitais da casta militar privilegiada aos cidadãos civis equatorianos.

A reunião dos próceres da República bananeira do Brasil aconteceu no dia 27 de abril. E continuou o general de republiqueta e pleno de preconceitos a falar pelos cotovelos, a contar aos convivas que sua mulher, que ele "pensa em trocar, pois ela só dá problema, viu", sentiu-se mal e ele resolveu levá-la aos hospital militar e, ao estar lá, "jogá-la", talvez para ser atendida...

Contudo, o que mais incomodou o general que toma vacina contra a Covid-19 ridiculamente escondido de seu chefe que tem o apelido de Bozo foi o governo socialista do Equador abrir o hospital militar à população civil, o que para ele, evidentemente, é o fim da picada, pois o oficial afirmou que viu um cenário horrível, cuja culpa era do governo de esquerda do Equador, realidade que, segundo o general, fez com que a unidade de saúde ficasse pior que o INSS brasileiro, e completou: "E querem fazer o mesmo aqui".

"Aqui" é o Brasil e, para o general de "elite" social usar os hospitais para atender o povo brasileiro é algo inadmissível, porque ele e seus iguais pertencem a uma casta privilegiada, que historicamente serve aos interesses da burguesia nativa, à casa grande de tradição escravocrata, desde os tempos de uma época já remota em que o Exército Brasileiro foi organizado.

Enquanto isso, as Forças Armadas, cuja maioria dos oficiais servidores públicos é incrivelmente privatista e entreguista, pois muitos de seus integrantes servem a um desgoverno ultraliberal que vende o Brasil a preço de banana ao tempo que batem continência à bandeira nacional, teve de divulgar os dados sobre a ocupação de leitos nos hospitais militares por parte dos pacientes de Covid-19.

Abro parenteses para dizer que os generais de prontidão desaprovaram a divulgação, mas foram obrigados a fazê-la por causa de determinação do TCU. Conforme as planilhas, os hospitais militares tiveram unidades de terapia intensiva e leitos bloqueados, porque a ordem é esperar pelos militares que porventura sejam infectados pela doença.

A questão primordial é que existem unidades de saúde com 85% de vagas ociosas, mas mesmo assim tais vagas não são franqueadas aos cidadãos e pacientes civis, mesmo sendo os hospitais militares sustentados com o dinheiro público. A verdade é que os chefes militares não querem abrir as unidades, pois consideram que são donos de um quinhão do Estado nacional, que são as Forças Armadas.

Contudo, parece que o ministro do Ministério da Defesa, general Braga Netto, e os comandantes de Exército, Aeronáutica e Marinha continuarão em suas trilhas elitistas, a fazer do País um clube privé, como sempre foi a praxe no Brasil dos generais Ramos da vida, que achou um absurdo e insulto o povo equatoriano ser atendido em hospitais militares no Equador de um presidente socialista.  

Entendeu cara pálida? Percebeu que a direita das "elites" quando se junta em torno de uma mesa de reunião expõe sem o mínimo de vergonha o que pensa e o que quer e deseja? O general Luiz Eduardo Ramos não deixou dúvidas quanto ao seu pensamento elitista, de forma alguma.

A verdade é que o generais das três forças historicamente consideram a sociedade organizada pelo povo brasileiro como inimiga interna. Se dúvida, cara pálida, leia e estude história e, consequentemente, compreenderá o porquê de as Forças Armadas serem aliadas umbilicais da burguesia e dos interesses do grande capital. Trata-se do generalato sem guerra e que se concentra, equivocadamente, na política nacional.

Ah, já ia esquecer. Depois os generais vão bater continência à bandeira nacional e à Pátria para enganar os idiotas vestidos de papagaios verdes e amarelos, como fazem os bolsominions de classe média e média alta de almas golpistas, de maioria branca, nos fins de semana, em bairros nobres das cidades brasileiras... É isso aí.

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